Assim como a Síndrome de Down, o Autismo também foi celebrado na escola Padre Germano Brandt, do bairro Aymoré. Os professores abordaram o tema de uma forma dinâmica, a fim de conscientizar os alunos e suas famílias. Foram duas semanas recheadas com vídeos didáticos, desafios de fotos, vídeos e desenhos e também com palestra da Associação de Pais, Profissionais e Amigos dos Autistas de Brusque e Região (AMA Brusque).
A escola possui três portadores diagnosticados com sintomas leves de TEA – Transtorno do Espectro Autista. Na semana do Autismo, a escola levantou a hashtag mundial #AutismoNãoTemCara, reforçando que autismo não é uma doença, é uma condição, na maioria das vezes não visível aos olhos, diferente da deficiência física.
A diretora Suziane ressalta a importância de um evento como este para levar conhecimento aos alunos, pais e comunidade. “A tendência é de que cada vez mais teremos pessoas com essas características. Sabendo lidar com isso e entender cada vez mais, nos engrandece como pessoa e como instituição de ensino”.
O diretor adjunto Gilberto Debatin explica que a escola possui uma professora de educação especial habilitada para ajudar os alunos que precisam e auxiliar os professores e cuidadores no ensino dos alunos. “Se o aluno autista gosta bastante de dinossauro, por exemplo, o professor desenvolve um método de ensino com aquele aluno que envolva os dinossauros. Desta forma, a escola consegue aplicar e desenvolver os conhecimentos naquele aluno de uma forma didática”.
Conheça o Espectro Autista
Existem três níveis de Autismo. No nível um, o portador possui sintomas mais leves; no dois, sintomas moderados; e no três, ele possui sintomas mais severos.
Conforme o Instituto NeuroSaber, os autistas possuem dificuldade ou atraso no processamento de informações obtidas a partir dos olhos e dificuldades para assimilar os sinais sensoriais que chegam ao cérebro. Tal bloqueio de recepção de estímulos sensoriais é, geralmente, impulsionado com reações inesperadas por parte das crianças: choro, grito, tiques.
“A desordem no campo sensorial pode provocar também uma grande rejeição aos ruídos (audição) e a outros sentidos do corpo. Isto acontece por conta da complexidade neuronal que os autistas possuem. O cérebro do autista trabalha de uma forma diferente. Pessoas não autistas costumam processar várias informações ao mesmo tempo, coisa que muitos autistas não conseguem. Logo, tantas informações, ligadas a um distúrbio sensorial, causam um certo esgotamento no portador”, traz o Instituto.
Simbologia
O Espectro Autista possui simbologias. O quebra-cabeça é um símbolo que representa a alta complexidade neuronal de um autista. A cor azul é utilizada, pois a maioria dos portadores de Autismo são do sexo masculino.
O girassol foi instituído mundialmente para caracterizar pessoas autistas. “Se a pessoa estiver utilizando um cordão de girassol em um ambiente, ela será facilmente identificada como portadora do espectro autista”, explica a diretora da escola Padre Germano Brandt, Suziane Pinheiro Hodecker.
Dia do Autismo
O dia 2 de abril foi instituído como Dia do Autismo pela Organização das Nações Unidas, ONU, em 2007. “Estima-se que, em todo o mundo, uma em cada 160 crianças possui transtorno do espectro autista”, é o que diz a OPAS, Organização Pan-Americana de Saúde. Em Guabiruba a quantidade também é significativa. O relatório da Secretaria de Educação registra aproximadamente 50 estudantes portadores do autismo regularmente matriculados no ensino fundamental e na educação infantil.