Empreender em Guabiruba e no ambiente virtual. Parece improvável para você? Pois diversas empresas e startups estão escolhendo a cidade para se desenvolverem e ampliarem seus investimentos. Os modelos de negócios são variados e vão de Luthieria Brasil, que comercializa peças para produção e manutenção de instrumentos musicais. À lojas de roupas, como a Boos Life, especializada em moda para o público masculino.
Para Regis Kohlrausch, diretor da Boos Life, a escolha por empreender em Guabiruba se deu pela produção de suas peças ser próxima à cidade e também pela segurança. “Nosso produto é produzido aqui na região e estar perto e poder acompanhar a produção é um diferencial. A tranquilidade e segurança da cidade também foram pontos relevantes na escolha”, explica o empresário.
Mas justamente por atenderem através do chamado e-commerce, a escolha por uma cidade nem sempre vem por questões econômicas ou relacionadas ao negócio. Ariel e Luan Frainer, proprietários da Luthieria Brasil, escolheram a cidade pela proximidade afetiva. “Eu morava em Brusque, a minha mãe tinha um sítio no bairro Aymoré, então Guabiruba era onde a gente tinha espaço no momento”, explica Ariel.
O empresário salienta que a loja importa suas peças do Japão e Coréia e apesar de Guabiruba não ser um grande centro comercial, como São Paulo, a proximidade com o aeroporto e porto facilitam o envio e recebimento dos materiais. “O correio já foi a opção mais econômica mas hoje não é mais. Por isso ter outras opções próximas facilita bastante o trabalho, é importante”, afirma.
Relacionamento com clientes
Independente do modelo de negócio, o relacionamento com clientes é sempre um desafio e um setor que merece atenção e agilidade. Para empresas voltadas ao e-commerce as exigências nesta área são ainda maiores.
Para Regis da Boss Life “é fundamental ter uma equipe preparada para auxiliar na venda, acompanhamento de pedidos e pós venda. Garantir que o cliente consiga comprar o produto certo e evitar transtornos com troca é fundamental. Também temos inúmeros casos de pessoas comprando pela primeira vez online e com isso o trabalho aumenta”, explica.
Ariel salienta que outro desafio de empreender no virtual é fazer o cliente entender que, apesar da internet estar disponível 24h, sua empresa funciona em horário específico. “Já vivenciamos uma situação do cliente entrar em contato na madrugada de sábado para domingo e, por não ter tido uma resposta, cancelar a compra dez minutos depois. Entao Então acaba tendo essas dificuldades”.
Controle de qualidade
Mesmo com modelos de mercados diferentes, os dois empresários demonstram uma preocupação em evitar transtornos relacionados a troca ou devolução de produtos. “Nossa maior preocupação é em conferir e enviar exatamente o pedido de nosso cliente para que não ocorra nenhum transtorno relacionado a troca ou devolução de produto, porque além da frustração do cliente isso gera um gasto de tempo desnecessário de nossa parte também ”, explica Ariel, da Luthieria Brasil.
Para Regis da Boss Life a troca ou devolução do produto significa a perda do lucro. “Se ocorrer troca eu perco o lucro. Então a gente trabalha ao máximo para enviar o pedido correto para o cliente”, salienta.
Crescimento de 270%
Mesmo com os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil nos últimos anos, uma pesquisa mundial realizada em janeiro de 2019 pela Spiegel Research Center, mostra que o setor de e-commerce cresceu cerca de 270% com uso das avaliações de qualidade, disponíveis nas plataformas de vendas.
Não há dados na Prefeitura Municipal sobre empresas registradas no e-commerce, mas apenas na rua Alois Erthal, segundo levantamento do Jornal Guabiruba Zeitung, são três empresas que trabalham nessa modalidade.
Apesar da cidade ser considerada pequena, muitas pessoas já optam por realizar suas compras pela internet. O engenheiro Ricardo Serafini Volpatto compra roupas, eletrônicos e tudo que precisa via internet. “Eu nunca tive problemas com as compras virtuais. As medidas estão nos sites, então, inclusive roupas e calçados eu compro pela internet”, relata.