Com diversas trilhas e natureza exuberante para desbravar, Guabiruba integra o projeto interestadual chamado Caminho da Mata Atlântica. Já são 23 quilômetros de trilhas no município devidamente sinalizadas pelas secretarias de Turismo e Meio Ambiente, juntamente com a Assepavi, a Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí.
A trilha Caminho da Mata Atlântica, CMA, inicia no Rio de Janeiro passando pelos quatro estados até chegar ao Rio Grande do Sul. São mais de 4 mil km de extensão, cruzando mais de 100 áreas protegidas, incluindo 10 parques nacionais e 32 parques estaduais e formando um grande corredor ecológico. Esse projeto é uma iniciativa de diversas instituições de órgãos gestores ambientalistas, de turismo e voluntários. Em 2020, a Caminho da Mata Atlântica foi escolhida pelo jornal New York Times como um dos 52 lugares do mundo para se visitar.
Santa Catarina participa da trilha com seis parques estaduais, dentre eles o Parque Nacional da Serra do Itajaí, que compreende uma parte do território de Guabiruba, com 23 km de percurso já sinalizados. “A sinalização correta dessas trilhas é um grande feito para o município, visto que o turismo ecológico está crescendo progressivamente em Guabiruba. E uma trilha sinalizada demonstra um município preparado para receber praticantes deste tipo de atividade”, ressalta o secretário de Turismo Andrei Müller. Os percursos mais praticados pelos visitantes, e até mesmo os residentes, são o Morro São José, no Aymoré, a Gueba e as Minas Abandonadas, no Lageado Alto, conforme o secretário.
Percurso em Guabiruba
Em Guabiruba a sinalização está implantada desde o início da Trilha de São José, no Aymoré, até as Minas de Ouro abandonadas, no bairro Lageado Alto. O cidadão pode iniciar o percurso pela Trilha de São José, com 40 capelinhas de santos, chegando ao topo do morro com o Oratório de São José e o Morro do Parapente ao lado. O percurso continua descendo pela estrada que chega ao bairro Planície Alta, passando pela ponte pergolado decorada com lindas flores em Bauernmalerei, deve seguir subindo o bairro até a cervejaria Kiezen Ruw, onde logo a frente se inicia a Trilha da Gueba, que vai até o mirante e depois desce pela trilha da Gueba por parte do bairro Lageado Alto, até chegar na Rua José Stedile. Lá, novamente deve subir o bairro pela estrada Lageado Alto, chegando em frente ao Museu Italiano e a igreja Imaculada Conceição. O caminho segue em direção à rua Cristalina, passando por lindas paisagens até chegar às Minas Abandonadas.
O processo de sinalização
Faz quatro anos que estão sendo implantadas as sinalizações no percurso pelas secretarias de Turismo e Meio Ambiente e a Assepavi. As trilhas ecológicas são uma forma de aproximação das pessoas aos ambientes naturais, e estimulam o sentimento de valorização e proteção da natureza e a todo o ecossistema presente, conforme a secretária de Meio Ambiente Bruna Eli Ebele. “Em Guabiruba possuímos muitas belezas naturais e com a sinalização adequada das trilhas, o conhecimento e chegada à essas belezas fica mais fácil e seguro. Por isso a importância da manutenção e sinalização das trilhas.” Bruna ainda destaca que a aproximação é muito importante para o desenvolvimento da educação ambiental e social da população. “Conhecendo as belezas naturais de Guabiruba e da Mata Atlântica, o desejo de preservação desses ambientes aumenta”, finaliza.
A Associação de Ecoturismo, Preservação e Aventura do Vale do Itajaí participa do projeto Caminho da Mata Atlântica há quatro anos e foi a pioneira na implementação do manejo e sinalização de trilhas em Santa Catarina. Conforme o presidente Ivo Leonardo Schmitz, a sinalização de uma trilha tem como objetivo guiar o caminhante, facilitar ações de manejo, evitar processos erosivos, impedir a criação de atalhos, entre outros benefícios.
Como se orientar em uma trilha
Para se orientar ao longo do percurso Caminho da Mata Atlântica em Guabiruba, o cidadão deve observar a sinalização. As setas de fundo azul com seta branca orientam que a pessoa está sentido ao sul. Ao contrário, com fundo branco e seta azul, ela está indo sentido ao norte. Todas as trilhas são sinalizadas nos dois sentidos, em árvores, rochas e placas. Já sinalizações em branco/amarelo indicam atrativos adicionais ao percurso para serem visitados. “Esse padrão de sinalização foi escolhido em votação aberta na internet, a partir de diversas propostas de parceiros e trabalhadas por designers voluntários. Com base em experiências nacionais e internacionais e em uma análise de custo benefício, optou-se pela utilização preferencial da pintura rústica em troncos ou rochas”, salienta Ivo Léo.
Conforme a secretária do Meio Ambiente, o tipo de sinalização, que é feito com pinturas em árvores, pode atrair questionamentos da população quanto aos malefícios para o ecossistema. “Para a pintura é apenas realizada a limpeza do tronco com uma esponja e não são realizadas ranhuras para a fixação. A casca do tronco das árvores é formada por um tecido morto, com isso no tronco não há absorção dos elementos químicos que compõem a tinta.”
Com a sinalização um fator a ser considerado é a redução significativa do número de pessoas perdidas e de atalhos abertos, problemas que causam danos muito maiores à vegetação. Para o presidente da Assepavi, apenas o pisoteio de uma equipe de busca em uma área de floresta fechada, por conta de uma única pessoa perdida, pode causar um dano maior do que a sinalização de uma trilha inteira com pintura nas árvores. “Se considerarmos que essas operações podem mobilizar pouso de helicóptero ou casos de pessoas perdidas que acendem fogueiras para facilitar a localização, o dano é ainda muitas vezes maior.” Ivo Leonardo ainda destaca que o projeto Caminho da Mata Atlântica trouxe visibilidade à ONG Assepavi pelos trabalhos realizados, principalmente “quanto à parceria no desenvolvimento com o poder público e boas práticas de implementação na cidade de Guabiruba.”