A presidente da ACIBr, Rita Cassia Conti, participou de uma live no Youtube, apresentada pelo Observatório Social do Brasil (OSB), na última quinta-feira (9). O projeto “Mulheres que transformam”, foi mediado pela diretora executiva do OBS, Roni Enara, e pela consultora da organização, Deise Cristina Wischral. Com uma hora de duração, o diálogo permeou diferentes áreas, unindo experiência profissional e participação social.
Rita falou sobre sua empresa, Mensageiro dos Sonhos, que há 24 anos gerencia ao lado da irmã, Patrícia Conti. São mais de 200 colaboradores diretos, dos quais 75% são mulheres. Além disso, há cerca de 800 profissionais indiretos, para uma produção de 500 mil peças de pijamas por mês; quatro milhões de unidades por ano! Rita, no entanto, se destaca também na atuação social, com ênfase na Associação Empresarial de Brusque, da qual foi a primeira mulher eleita presidente em 86 anos de história (2019), hoje em seu segundo mandato, assumido por unanimidade. Da mesma forma, ela é a primeira mulher a ocupar um cargo na mesa diretora da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).
“Mesmo na faculdade, já estava envolvida em movimentos estudantis. Penso coletivamente. Ter sucesso é viver desta sinergia multiplicadora”, reflete a empresária.

Associativismo
Rita afirma que se sente compelida a participar do movimento associativista. Ela cita como exemplo, os 25 Núcleos Setoriais e Multissetoriais mantidos pela ACIBr, no qual empresários do mesmo setor deixam de se enxergar como concorrentes e se transformam em parceiros. Enquanto compartilham as mesmas dificuldades, eles aprendem a trabalhar juntos em busca de melhorias e de fomento do setor. “Todos podem prosperar. A evolução da Indústria 4.0 para o Setor 5.0 passa pela cooperação. É a cooperação que te faz crescer e ser competitivo”, esclarece.

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A presença da mulher
Ainda que sua presença e atuação seja pioneira na história da ACIBr e da FIESC, Rita destaca que a dedicação, transparência, ética e retidão na vida e nos negócios independem de gênero. Por isso, para ela, estar inserida em um ambiente no qual predominam homens empresários é algo natural, pela lisura de conduta e respeito das relações.
“Percebo com naturalidade esta condição. Meu trabalho se pauta na ética. Posso inspirar e também sou inspirada por muitas mulheres”, revela.

O mundo pós pandemia
A presidente da ACIBr aponta que a Covid-19 acelerou os processos relacionados ao bom uso da internet. Quando o mundo parou e as pessoas se distanciaram, ficou evidente que a comunicação digital seria a única maneira de manter as relações e os negócios.
“Encaramos a pandemia logo no início da primeira gestão e sentimos a necessidade de gerar conectividade, sobretudo para as micro e pequenas empresas. Desta forma, lançamos o Studio HUB, que revitalizou um espaço ocioso da nossa entidade e foi financiado a partir de cotas empresariais. Hoje, ele permanece em movimento e é bastante utilizado para encontros, reuniões e cursos, de forma presencial, virtual ou híbrida”, conta Rita. O CooperACIBr, que apoia financeiramente projetos desenvolvidos pelos Núcleos da entidade, também foi citado pela presidente. “Nossa Associação é sem fins lucrativos. Por isso, disponibilizamos recursos para projetos que capacitem mão-de-obra, melhorem a gestão, tragam inovação, promovam visitas técnicas e missões empresariais, entre outros”, detalha.

Observatório Social de Brusque
Rita enalteceu a atuação do Observatório Social de Brusque, entidade que nasceu por incentivo da ACIBr e que permanece como uma de suas organizações mantenedoras. Para ela, a atuação do OSB trouxe mais transparência em editais e operações do poder público. “É, inclusive, um benefício para os gestores municipais, já que favorece o bom uso do recurso público”, ressalta.
Na semana passada, Rita acompanhou os gestores do Observatório Social de Brusque em uma apresentação na FIESC, na qual foi destacada uma iniciativa inédita em Santa Catarina: o projeto Observador Mirim, que ensina às crianças sobre o pagamento de tributos e consciência financeira e fiscal. “Já vemos algumas crianças pedindo pela nota fiscal no comércio e exercendo seu papel de cidadã. Com educação a gente transforma o mundo”, enfatiza.

Sonho para o país
Quando questionada pelas mediadoras sobre seus sonhos, Rita falou sobre a realidade social sem grandes extremos. Ela citou uma viagem recente ao Rio de Janeiro, no qual pode contemplar contrastes sociais, entre regiões nobres e a favela.
“Por isso, precisamos nos envolver no associativismo. Não estamos aqui para burlar regras, mas para mudá-las de forma constitucional. Hoje, a nossa empresa representa mais de mil famílias e mantém todos os seus processos oficializados. Isso é legal. Aqui, cada um tem o seu papel e é respeitado. Sempre haverá pobres e ricos. Mas não precisamos de extremos”, reforça.

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