O aposentado Germano Zimmermann (57), o Chico, foi quem deu vida ao Papai Noel na primeira edição do Presépio Vivo de Guabiruba, junto com o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, Luciano Schlindwein, que também se vestiu de Bom Velhinho para alegrar as crianças naquela véspera de Natal.
“A emoção de ser Papai Noel foi muito grande. Foi bom demais. Se fosse para fazer de novo eu faria. Depois fui mais duas ou três vezes, até passar a vez para outras pessoas”, conta ele.
Chico diz que até a criação do Presépio Vivo nunca tinha se vestido de Noel. “A expectativa era grande. Comprei o tecido vermelho e levei na costureira para fazer a roupa. Ela tirou as medidas e deu tudo certinho. A máscara eu comprei numa loja”, detalha.
Um fato engraçado e também difícil de sua primeira experiência como Bom Velhinho foi ficar sem balas para jogar ao público, pouco tempo depois do início do desfile.
“Nós fizemos a vaquinha para as balas e compramos a mais barata. Deu quase dois sacos cheios. Era bala pra caramba, mas jogamos demais no início e acabou rápido”, lamenta.
Para o aposentado, foi muito bonito e surpreendente ver a alegria das pessoas aplaudindo o presépio. “As pessoas falavam “parabéns, parabéns, parabéns!”. Lembro que no primeiro ano paramos na frente da casa do Sergio Kohler e ele chorava muito. Eu que estava de Papai Noel chorei também. Mexeu com todo mundo. A emoção de estar ali não tinha explicação. Nós éramos muito envolvidos com a igreja e sempre ia o grupo todo. Éramos catequistas. Era uma turma muito unida”, conta orgulhoso.
O primeiro Papai Noel do Presépio Vivo, que hoje é pai de uma jovem de 28 anos, sempre gostou de comemorar o Natal e tem boas lembranças desta época na infância.“Na minha casa quem enfeitava o pinheiro era o meu pai e a minha mãe. Nós não podíamos entrar em casa antes de estar tudo pronto. Ai de nós se espiasse. Ficávamos lá fora pensando como ia ser. Eles levavam umas duas ou três horas para enfeitar e aí chamavam a gente. Rezávamos um Pai Nosso e uma Ave Maria, agradecíamos a Deus e aí cada um ganhava um presentinho. A gente fazia a festa. Lembro que era aquele pinheiro com espinho e a mãe colocava na terra dois “Melhoral” derretidos em água para ele não murchar”, recorda. “O Natal para mim é tudo. É tempo de reflexão. É o nascimento de Jesus. Se as pessoas pensassem um pouco no que representa o Natal, o mundo não estaria como está hoje. Não se pode pensar só no eu, mas em todos. No coletivo”, completa.