“A gente achava que teria uns gatos pingados e foi ao contrário. Não dava para acreditar no número de pessoas que foi assistir. Era uma mão para dirigir, outra para segurar o microfone enquanto falava algumas mensagens e também para abanar aos conhecidos. Todos gritavam e aplaudiam. Foi uma coisa fascinante e maravilhosa. Uma experiência de vida que nós tivemos. Tanto que depois repercutiu entre as famílias, que no próximo ano tínhamos que fazer de novo. Eles incentivaram a gente a continuar”, recorda o primeiro motorista e idealizador do Presépio Vivo, Ademir Bretzke, o At.
De acordo com ele, a ideia de fazer um presépio vivo surgiu na casa de um dos amigos. “Tivemos a ideia tomando um cuba, em um sábado à tarde. Estávamos conversando e falamos: vamos fazer um presépio vivo e já me veio na cabeça: no Santana (veja matéria na página 6). Até acho que foi na varanda da casa do Luciano (Schlindwein). A gente ia lá sábado à tarde para combinar o que fazer de noite”, revela.
At conta que nos dois primeiros anos, o Presépio desfilava somente com o Santana. “Depois, no terceiro ano, foi no caminhão Truck do Tino Schlindwein e começou mais gente acompanhar. Foi modernizando e agregando coisas, até ficar como é hoje em dia”, comemora.
Da ideia até o primeiro desfile, na noite de Natal, poucos dias se passaram. “Foi o tempo de sair no mato para catar barba de velho para o cenário. Nós improvisamos pisca-piscas pequenos, pq não tinha muita luz. O fio puxava da bateria do Santana e não podia ligar muitos. Tinha mais a caixa de som e o microfone que precisavam funcionar. Enfeitamos tudo antes da missa. O pessoal veio se arrumar aqui em casa”, conta ele, empolgado ao reviver essas memórias.
Segundo At, que desde pequeno sempre adorou o Natal, as roupas utilizadas no desfile foram improvisadas e cada um foi se virando com a sua. “Depois que tivemos a ideia entre os rapazes, nos reunimos e convidamos as meninas. Elas toparam e fomos dividindo os personagens”, explica.
De acordo com o aposentado, a missa naquele dia iniciou às 17h30 e logo depois eles saíram às ruas distribuindo balas, que tinham comprado depois de fazer uma vaquinha entre o grupo. “Saímos daqui da ponte do Lageado e fomos até a rotatória da Pomerânia. Ali acabou as balas. Fomos pelo Imigrantes e retornamos pela rua Brusque. A gente chegou de volta já era tarde, devia ser umas 22h. Ai até que desmontamos tudo demorou um pouco, mas depois fomos para um baile”, diverte-se. “Quando vi as fotos (da primeira edição) correram lágrimas. Ver que continua até hoje em dia emociona. É muito bonito. Tanto é que se eu estou ali na frente quando eles passam, todos chamam o meu nome. Sabem que começou com a gente, mas a gente não imaginava que se tornaria algo gigantesco!”, completa emocionado.