O Museu Casa de Brusque foi um dos contemplados do Prêmio Darcy Ribeiro de Educação Patrimonial 2023. A iniciativa reconhecida, o Jogo Educativo Povos Indígenas no Vale do Itajaí-Mirim, foi realizada entre agosto e setembro do último ano e é resultado do projeto de pesquisa da Especialização em Tecnologias Digitais Aplicadas à Educação e Metodologias Ativas da Unifebe, pela acadêmica Vandreza Gabriel.
Como parte do reconhecimento, a Casa de Brusque recebeu o prêmio de R$ 40 mil. Na atividade, orientada pelos professores Everaldo da Silva, Leilane Marcos e Fernando Luís Merízio, Vandreza desenvolveu um jogo com a temática indígena.
O projeto foi baseado na pesquisa que realizou para a exposição “Os Povos Indígenas e a Colonização Europeia no Vale do Itajaí-Mirim (SC): Histórias de Contato”, realizada entre 2022 e 2023. Para o projeto, ela ainda aproveitou o resultado do trabalho de pesquisa para o mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Na atividade, realizada na Casa de Brusque com estudantes da rede pública, cada criança ganhou um jogo da memória com figuras que lembram a atividade com a temática indígena realizada no Museu. Os participantes também receberam, como lembrança da ação, pontas de flechas, produzidas no 408Lab.
Cultura indígena
De acordo com Vandreza, a possibilidade de proporcionar troca de conhecimento com amigos e familiares e gerar reflexão e curiosidade sobre o tema indígena estavam entre os objetivos da atividade. Segundo ela, a constatação de demanda por mais conhecimento sobre os povos indígenas, por volta 305 em todo território, brasileiro conforme os dados da Fundação Nacional do Índio (Funai), foi uma das motivações do projeto.
“O jogo aplicado à educação foi construído por muitas mãos: dos povos indígenas, que contribuíram em nosso percurso formativo; dos professores, que nos orientaram; dos colaboradores do Museu Casa de Brusque, que trabalharam junto e de todos que participaram, acreditaram e promoveram a iniciativa. O legado de Darcy Ribeiro e Berta Ribeiro são uma inspiração para os estudos da temática indígena no Brasil. Estamos muito felizes com o reconhecimento do nosso trabalho”, afirma.
Projeto e prática
O coordenador da especialização em Tecnologias Digitais Aplicadas à Educação e Metodologias Ativas da Unifebe, professor Fernando Luís Merizio, salienta que o trabalho final do curso é um projeto de aplicação, que tem como foco a escolha e adoção de uma metodologia ativa no contexto educacional. “Consideramos este formato de projeto extremamente relevante e condizente com as metodologias ativas e tecnologias educacionais, não deixando que elas fiquem apenas no campo conceitual”, descreve.
De acordo com ele, além da felicidade pela premiação ao museu brusquense, o reconhecimento do trabalho, é motivo de destaque. A busca por um formato que permita ao estudante da Pós-Graduação aplicar os conhecimentos trabalhados ao longo do curso, segundo Merizio, é recorrente. Para o coordenador, é importante que o curso proporcione aos estudantes a oportunidade de aplicarem seus projetos na realidade que estão inseridos.
“A premiação demonstra o quanto é eficaz a nossa organização curricular, nossas aulas, o quanto foram eficazes os trabalhos dos professores que atuaram no Curso e isso nos dá bastante orgulho. Na função de coordenador, tenho ciência dos outros trabalhos e posso dizer que tivemos outros excelentes resultados sendo aplicados em contextos educacionais”, descreve.