Foto: David T. Silva/Amplitude Comunicação

Faz muito tempo que a ideia de construir um oratório passou pela cabeça de Francisco Ebel. Faz pouco mais de quatro anos que ele realizou o sonho em um terreno na Estrada Geral da Planície Alta. De lá para cá, muita gente passou e rezou por ali.

O pequeno recanto de oração abriga as imagens de Santo Expedito e Santa Paulina. O primeiro atendeu um pedido de Ebel e a segunda do amigo dele, Leandro Vogel, 32 anos, que para pagar promessa também iria construir uma gruta. “Foi algo feito com muita fé”, afirma Vogel.

E ele não foi o único a ajudar na construção. Era domingo. De repente, o sonho de Ebel não era mais seu. Era de toda a comunidade.

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Foram necessários 19 tobatas de pedra e muitas mãos para que os santos tivessem um lugar à altura. E para que o seu idealizador aquietasse o coração depois do desligamento repentino da empresa familiar, onde trabalhou por muitos anos.

Depois da notícia, ele tentou empreender fazendo tapetes, mas não deu certo. Mais tarde, já empregado, resolveu homenagear o santo das causas impossíveis. “Um sábado pela manhã a gente vinha trazer um material em casa. Quando passei aqui decidi fazer uma grutinha para me aliviar daquilo tudo”, recorda.

A inauguração da gruta, com direito a missa, procissão e bênção do padre foi notícia no Guabiruba Zeitung, na edição de 20 de fevereiro de 2015. De lá para cá, o espaço ganhou novas plantas, pedras e até um portal de madeira – construído dois anos depois.

Ganhou também um novo oratório. Desta vez, feito pelo proprietário do terreno, que não foi consultado sobre a construção do primeiro. “Há pouco mais de um ano um casal de idade estava cavando e fui perguntar o que faziam. Ele pediu desculpa por mexer no terreno dele e me agradeceu por fazer o oratório. Contou que sofria de depressão e sempre teve o sonho de fazer uma grutinha. Um dia, passou por aqui e viu ela erguida. Aí decidiu fazer a dele ao lado”, detalha.

Fé renovada 

Ebel diz que a vida melhorou e ficou mais feliz depois de fazer a gruta. “As pessoas me agradecem. Quando isso acontece, eu tenho ainda mais certeza que fiz algo bom. É simples. Guabiruba é uma cidade de muita fé, graças a Deus! Eu sou de uma família de fé. Meus pais são falecidos, mas me ensinaram isso”, ressalta.

Com o passar do tempo outras pessoas levaram imagens de santos para o local. É a fé sendo renovada e compartilhada.  “Eu venho sempre aqui limpar. Cuido desse espaço como se fosse meu. Às vezes, estou cabisbaixo e triste, mas quando passo aqui e vejo velas acesas já me animo. Estou vivo. Isso me fez muito bem e também ajudou outras pessoas”, conclui.

Em 2020, o oratório completa cinco anos e Ebel já planeja uma grande festa na comunidade para comemorar. “Penso em fazer uma missa. Depois um risoto ou um baile para casais. O dinheiro arrecadado quero ajudar famílias carentes. Ir direto na fonte”, comenta.

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