Foto: Suelen Cerbaro

A atividade física aliada ao contato com a natureza está cada vez mais conquistando adeptos, que tem procurado nas trilhas em meio à mata o refúgio da agitação do dia a dia. Claro que há os trilheiros profissionais e aqueles que vez ou outra realizam tal atividade.

O Guabiruba Zeitung percorreu com integrantes da Fundação Logosófica de Brusque a trilha das Minas de Ouro Abandonadas. É a segunda vez que a instituição optou pelo caminho como forma de vinculação entre os estudantes e seus familiares.

A saída foi marcada em frente à Prefeitura de Guabiruba às 7h30 de sábado. Todos seguiram de carro até o bairro Lageado Alto, nas proximidades do Museu Ítalo Sacristão Francisco Celva e da Igreja Sagrado Coração de Jesus, deixando o veículo no início da trilha, na rua da Mineração (à esquerda da igreja).

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Em seguida, iniciou a caminhada em meio às árvores, sítios, casas, flores. Nesse trajeto, mais aberto, foi possível encontrar ciclistas, como Alisson Moreira Santos, 29 anos, e Ismael Venâncio, 32. “É a primeira vez que pedalamos aqui. Primeiro fomos até o Santo Antônio, depois ao restaurante Lá nas Trutas e agora estamos indo até as minas”, conta Alisson, de Brusque, afirmando que, ao final do dia, terá feito cerca de 80 km com o amigo.

Eles começaram a pedalar faz pouco tempo, mas já rodaram por Penha, Itajaí e Balneário Camboriú. “Temos um grupo do pedal que a gente faz parte e o pessoal sempre vem aqui e a gente ainda não tinha vindo. Pedalar é incrível e com uma natureza dessas é muito bom”, frisa Alisson.

As minas

Até a chegada do rio do Braço, os mirantes com a imensidão do verde do Parque Nacional da Serra do Itajaí podem ser apreciados. A grandiosidade da Natureza, também. Após o rio, o trecho é de mata mais fechada, que indica a proximidade da primeira mina. Escura e com morcegos, é preciso estar com lanterna para enxergar o labirinto que um dia serviu para a extração de ouro.

Para chegar a outra mina, é necessário percorrer um trecho dentro do rio, que é baixo. Há também uma mina que fica sobre a segunda, de difícil acesso, visto que é um tipo de buraco que há no “teto” de uma das cavernas.

A arquiteta e urbanista de Brusque Cristiane Damo Bertoli, 57 anos, fez a trilha a pela primeira vez a convite a Fundação Logosófica e conta que adora andar no mato, caminhar, fazer atividade física, principalmente em contato com a Natureza. “O que tem significado é a caminhada pela mata com o grupo, conversando, observando a natureza, ouvindo os passarinhos e o silêncio e encontrando outros trilheiros de bicicleta. Foi um dia excelente, que culminou com o almoço Lá nas Trutas”, relata.

A arquiteta gosta tanto de trilhas, que a cada aniversário percorre uma diferente. “É o terceiro ano que faço uma trilha no meu aniversário. A primeira foi no Morro de São José, em Guabiruba, a segunda no Pico da Teta, em Balneário e no início de fevereiro farei a trilha da Pedra Branca, na Palhoça”, conta.

Os cuidados com as trilhas

O passeio do Zeitung com a Fundação Logosófica teve a orientação do secretário de Turismo, Andrei Caique Müller, que levou capacetes e guiou o percurso. Segundo ele, muitas pessoas vão agora nesse período para aproveitar e se refrescar nas águas cristalinas do Lageado Alto e é necessário ter em mente algumas dicas. “É preciso ter muito cuidado com o alto número de serpentes que aparecem pelas trilhas nessa época de calor intenso, além dos mosquitos que podem transmitir a febre amarela. Para fazer a trilha, deve-se manter sempre no caminho da Mata Atlântica, sinalizado com as setas de cores azul e branca. Para visitar as minas é essencial a presença de um guia e equipamentos de segurança”, pontua.

Muitas pessoas já tiveram que ser resgatadas em trilhas, por isso, o Corpo de Bombeiros enfatiza a necessidade de o trilheiro conhecer o local de forma antecipada ou percorrer o trajeto com alguém que o conheça. “É importante não ir sozinho e informar os familiares para onde se vai, pois em caso de emergência eles poderão acionar o socorro. Também orientamos fazer o passeio pela manhã e não no final da tarde. Já aconteceu de sermos acionados por um pessoal que fez trilha no final do dia. Escurece muito mais cedo na mata e o pessoal se perdeu”, exemplifica o comandante do Corpo de Bombeiros de Brusque, Jackson Luiz de Souza.

Além disso, o comandante orienta cada um a analisar seu próprio condicionamento físico e verificar as condições do percurso: tipo de terreno, aclives, pedras e utilizar calçado e vestimentas adequadas. “Se for transpor ambientes aquáticos, coletes e capacetes são interessantes, principalmente em locais que há bastante pedras, como cavernas, ou mesmo na prática de rapel. É importante ter alguém devidamente habilitado para instruir”, pontua. “Leve um celular carregado, lanterna, se alimente bem, leve alimentos e bastante água, protetor solar. Muitas vezes as pessoas acabam tendo uma insolação ou se desidratando”, complementa.

Ele ainda reforça que com o calor, os animais peçonhentos como cobras, escorpiões e aranhas poderão ser encontrados. Neste período, há também abelhas. “É o ambiente deles, então temos que ter o cuidado ao se deslocar. As vezes o pessoal acaba buscando trilhas desconhecidas, se perdem ou acabam correndo o risco de se deparar com um animal”, pontua.

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