Venho analisando uma mudança radical no comportamento das pessoas nesta época de medos e incertezas. Parece estar sendo um período de aprendizado sobre a oportunidade de ousar na arte de viver em meio a todo esse caos.
Trabalhando com hospedagem, isso fica ainda mais evidente, pois observo a necessidade que as pessoas passaram a ter durante essa guerra biológica instaurada no mundo todo.
Antes o luxo estava no material, na aparência, agora, escutar o canto dos pássaros, caminhar lentamente sem pressa respirando ar puro parece não ter preço.
A procura por sítios, hotéis rurais e hotéis fazendas aumentou de maneira significativa. Mesmo podendo atender somente 50% da capacidade do hotel, clientes procuram a hospedagem com o intuito de refugiar-se, evitando grandes centros onde existe aglomerações de pessoas.
A procura por sossego e ar livre virou prioridade. A quarentena aumentou a vontade de viajar, ao contrário das previsões mais pessimistas, que chegavam a apontar um ano perdido para o setor.
Muitas famílias mudaram sua rotina completamente, inclusive evitando alugar quartos com TV o que antes era um pré-requisito. Internet e TV já não fazem mais parte das exigências dos hóspedes.
O que eles procuram é silêncio, paz, sossego e o convívio direto com os filhos, inclusive participando de brincadeiras da nossa época de infância. Nada de games e dessa tecnologia frenética. O que antes passava despercebido, hoje é essencial para muitos.
Estou querendo acreditar que esta pandemia também servirá para promover uma espécie de transformação comportamental do ser humano.
Malu Giusto, Hotel Rural Sitio do Sol