Ao informar que o abastecimento de água nos bairros Pomerânia, Centro e Aymoré estariam suspensos por um tempo para uma manutenção, as redes sociais do Zeitung receberam reclamações de moradores de diferentes bairros, que postaram imagens nos comentários e relataram suas insatisfações em relação aos serviços prestados, tema que já foi destacado pelo jornal nos últimos meses.
Fabiana Kasabian e Márcia Back moram no Centro e compartilharam reclamações sobre a qualidade da água. “Acho que o maior problema com o abastecimento é essa coloração que vem direto da torneira, ficando impossível ser usada para qualquer coisa. Isso vem acontecendo há bastante tempo. Já liguei [na Guabiruba Saneamentos] para saber o motivo, porém não obtenho nada concreto”, conta Fabiana.
Para ela, o maior incômodo é a falta de opção para a população, que não tem como solucionar os problemas. “O que mais tem incomodado nisso é que a população de um modo geral fica de mãos atadas, não sabemos os reais motivos do que acontece. Faço uma ressalva, acho que já tiveram bastante tempo para se adaptarem. Quando a água chega nas casas se não está marrom, está cinza. Por diversas vezes tive que esvaziar a caixa de água para sair toda essa sujeira e ficando com o prejuízo”, destaca.
Márcia compara o serviço prestado pela nova empresa e pela Casan. Segundo ela, antes a falta de água era mais frequente, porém agora a água chega, só que suja e inutilizável. “O maior problema é a sujeira na água, não dá pra consumir do jeito que vem, não dá pra lavar a roupa. Já temos esse problema há bastante tempo. Quando era responsabilidade da Casan, tínhamos muita falta de água. Agora, pelo menos aqui no Centro, não falta água com frequência, mas a questão da sujeira piorou bastante de uns dois anos pra cá. Já fui até o escritório [da Guabiruba Saneamento], eles diziam que não podiam fazer nada enquanto não fosse resolvido o problema da licitação, mas já faz alguns meses que essa questão está resolvida e até agora não começaram a arrumar o problema”, enfatiza Márcia.
A guabirubense reclama do prejuízo financeiro e, de certo modo, até ambiental, por ter que descartar a água. “O prejuízo é grande pois estamos pagando por uma água imprópria para o consumo. Pra você ter uma ideia, faz quinze dias que limpei minha caixa d’água e nesse fim de semana ficou cheia de barro novamente. Tive que esvaziar água pelo ralo, assim como o meu dinheiro”, ressalta.
As moradoras do bairro Aymoré, Adrielly Ribeiro e Antonia Batista Oliveira, reclamam da falta de água e, quando há, da sua qualidade. “Tenho um açougue, todos os dias na parte da tarde, quando precisamos lavar e limpar o açougue, não tem água”, diz Adrielly. Já Antonia compartilhou um vídeo que mostra uma água escura na máquina de lavar, que acabou manchando suas roupas.
Conforme Sueli Schvambach Venske, também moradora do bairro Aymoré, na sua casa há falta de água à tarde. “Faz uns 20 dias que está assim. Só consigo lavar roupa aos sábados à noite e domingo bem cedo. Tenho que levar as roupas na casa da minha mãe pra lavar durante a semana, pois em dias mais frios usamos mais roupas e ainda mais com criança em casa. No sábado [dia 08] foi um dos piores dias: a água era puro barro”, enfatiza Sueli, mostrando a coloração da água marrom.
O que diz a Guabiruba Saneamento
Em maio deste ano a Guabiruba Saneamento, por meio da Atlantis, assumiu a concessão de água do município. Segundo a assessoria de imprensa, desde então a empresa vem trabalhando na manutenção e melhorias do sistema de água e esgoto de Guabiruba.
“A ausência dos investimentos necessários ao longo de vários anos, frente ao pujante crescimento do município tiveram como consequência o atual cenário onde o sistema de captação, tratamento e distribuição não estão dimensionados para o pleno atendimento a demanda, principalmente em períodos de pico de consumo. Desta forma, qualquer vazamento, seja ele em redes de 40 e 60 mm causam impacto direto em todo abastecimento do município. Tal fato se agrava em situações onde ocorrem vazamentos ocultos, que eventualmente infiltram na drenagem pluvial. Tal situação só é identificada com pesquisa de vazamento através da utilização de geofone durante a madrugada”, informou a assessoria por meio de nota.
A Guabiruba Saneamentos informou que “com relação a situação relatada, enfrentamos o desafio de nos depararmos com um vazamento oculto de grande proporção que causou pontos de baixa pressão no abastecimento. Em 06/08 a equipe técnica de pesquisa localizou o vazamento e o abastecimento foi plenamente normalizado. A pressurização das redes causou pontos onde foi verificada suspensão, esta situação foi contornada com a execução de descargas de rede pela equipe técnica. No momento o abastecimento se encontra normal, tanto no que tange a disponibilidade quanto qualidade”, enfatizou.
A empresa tem um grupo de Whatsapp por onde informa as manutenções. Para acessar, clique aqui.
O pior de tudo, é que, quem hoje tem ligado água da rede e quiser cancelar, não tem como. Temos que pagar por algo que não queremos e de péssima qualidade