Crédito: Grazielle Guimarães/Guabiruba Zeitung

Guabiruba foi colonizada em fins de 1860, concomitante aos pioneiros de Brusque. Os imigrantes primavam pela sua religião, e davam disso demonstração; uma destas foi a edificação, em Guabiruba, da primeira capela de toda a Colônia Itajahy, pelo mês de abril de 1861.

Prova disso é também o primeiro sino que badalou em toda vasta região que pertencia à Brusque, vindo da Alemanha para a localidade de Guabiruba em 1864. Em 1875, vieram juntar-se ao atual território da paróquia, imigrantes austríacos que colonizaram a comunidade de Lageado Alto, cuja padroeira é a Imaculada Conceição. Badenses e tiroleses, foram as etnias pioneiras.

A vida coletiva estava ligada à família, ao trabalho e à Igreja. Nesta última também se incluía o sistema escolar (Escolas Paroquiais). Para a alegria indescritível daqueles que estavam longe da pátria natal, de 09 – 15 de junho de 1861 realizou-se a primeira visita oficial do Padre Alberto Gattone a Brusque, quando celebrou na capela de Guabiruba. Era grande a dificuldade do Padre Gattone, residente em Gaspar, para atender toda a Colônia Itajahy.

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Sua primeira capela data de 1861. Era de espiques de palmito, coberta de palha e com piso de chão batido. Sua padroeira: Mariahilfskapelle. Em 1881, seguiu-se uma capela nova, onde se localiza o Salão Cristo-Rei. Mas a terceira capela, de pedra e cal (1893), subiu a colina ao lado. O quarto grande e belo templo continuou na colina. Alois Boos foi o responsável pela sua construção. Deu-se a inauguração aos 18 de novembro de 1923, presidida pelo Pe. Francisco Giesberts (diocesano). Três dias após, de 21 a 27 de novembro, Pe. João Stolte lá pregava as santas missões. (KOCH, Pe. Eloy Dorvalino. Convento SCJ. Contribuição à história da Província e de Brusque (SC). Brusque: ed. Própria. 1993. p. 107).

A igreja de 1923, foi demolida em 1961, para dar lugar a Igreja Matriz atual, inaugurada em 07 de setembro de 1966.

A paróquia foi criada em 19 de março por dom Joaquim. Eis o Decreto de Criação Paroquial em inteiro teor:

Fazemos saber que, atendendo aos desejos dos moradores do novo Município de Guabiruba, que fazia parte, até o presente, da Paróquia de Brusque, neste Arcebispado; de acordo com o ex. mo. sr. Arcebispo Coadjutor; tendo ouvido o Vigário respectivo e ainda o M. R. Provincial dos PP. SCJ., sendo Superior religioso, e de mais pessoas competentes: Havemos por bem erigir, criar e elevar a Paróquia o referido Município de Guabiruba, a qual terá por limites os atuais limites municipais, justamente como segue:

  1. com o Município de Brusque, começa no divisor das águas do Rio Itajaí-Mirim e Itajaí-Açú, na Serra da Bateia; segue desse ponto pelo divisor das águas dos rios Schleswig e Holstein até encontrar o divisor das águas dos rios Peterstrasse e Holstein, conhecido pelo nome de Môrro Pelenz; desce por este divisor até encontrar a nascente do Ribeirão Orthmann; desce por ele até a sua foz no rio Guabiruba; segue desse ponto pelo ponto mais alto do divisor das águas do Rio Guabiruba e Itajaí-Mirim, conhecido pelo nome Môrro Siegel; continua por este e pelo Môrro Voss até encontrar a nascente do Ribeirão Werner; desce por ele até a sua foz no rio Itajaí-Mirim;
  2. com o Município de Botuverá, segue pela margem direita do Rio Itajaí-Mirim, sobe até a foz do Ribeirão de Águas Negras; segue pela foz deste no rio Itajaí-Mirim, por uma linha seca até encontrar o divisor das águas do Ribeirão das Águas cristalinas e Itajaí-Mirim; continua por este até encontrar o divisor das águas dos Ribeirões das Águas Cristalinas e Lageado Grande; segue pelo mesmo divisor até encontrar a Serra do Itajaí, na divisa com o Município de Blumenau;
  3. com o Município de Blumenau, começa no ponto em que o divisor das águas dos rios Encano e Garcia encontra o divisor das águas entre os rios Itajaí-Açú e Itajaí-Mirim, conhecido pelo nome de Serra do Itajaí; segue por esta até encontrar o divisor das águas entre os rios Garcia e Gaspar-Grande;
  4. com o município de Gaspar, começa no ponto em que o divisor das águas dos rios Garcia e Gaspar-Grande encontra o divisor das águas entre os rios Itajaí-Açú e Itajaí-Mirim, conhecido pelo nome de Serra do Itajaí, segue por esta, passando pelos morros de Gaspar Pequeno até atingir a Serra da Bateia.

A paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – tal será o seu Título – de Guabiruba será provida de Pároco próprio, a cuja jurisdição submetemos todos os habitantes de seu território, e gozará de todos os direitos como as demais paróquias da Arquidiocese. – A Igreja Matriz será sempre provida do necessário para a celebração da Santa Missa e mais funções religiosas. O Pároco por nós nomeado, além da Missa pro populo nos dias designados, dispensará especial cuidado ao dever da pregação, a instalação da Doutrina Cristã, a multiplicação dos centros catequéticos nos Grupos, Escolas e localidades da Paróquia, por si ou por auxiliares sob a sua direção; fomentará as Associações religiosas fazendo as freqüentes visitas paroquiais de acordo com o 4º Sínodo de Florianópolis.

O arquivo conterá todos os livros prescritos, recomendando-se, muito particularmente, se possível, o do Status animarum. – Este nosso Decreto será lido aos fieis da nova paróquia, à estação da Missa Paroquial, comunicado aos párocos das paróquias limítrofes e integralmente transcrito em livro próprio. – Dado e passado em Florianópolis, sob o Sêlo das Nossas Armas e competentemente assinado, aos 19 de março de 1963.

Pelo Arcebispo Metropolitano. + Frei Felício Cesár da Cunha Vasconcellos, OFM. Arcebispo Coadjutor. (Do Arquivo Paroquial de Guabiruba)

 

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