Em 1963, através de eleições diretas, Guabiruba escolheu Carlos Boos para prefeito municipal. Um homem com experiência política, visto que iniciou sua carreira em 1946 como vereador de Brusque, representando a localidade de Guabiruba, sendo reeleito em 1950, 1954 e 1958. Ocupou todos os cargos na Mesa Diretora da Câmara Municipal de Brusque, inclusive foi presidente do Legislativo em 1960. Foi também importante articulador para que Guabiruba conseguisse sua emancipação.
Elegeu-se no dia 7 de outubro de 1962, exercendo seu mandato de 1º de fevereiro de 1963 a 31 de janeiro de 1969. Nesse período, Guabiruba construiu o Ginásio Normal Ministro Raul Scheffer e sua instalação em prédio próprio, além da construção da ponte Governador Celso Ramos, sendo a primeira em concreto armado do município. A área rural os poucos foi ganhando eletricidade, sendo necessário uma reforma no sistema de eletrificação do município.
Ainda durante o governo de Boos, foi criado o primeiro posto de Saúde, as escolas municipais foram reformadas, dentre elas a Escola do Lageado Baixo, da rua São Pedro e Guabiruba Sul, além da retificação das principais vias públicas.
O processo de total interdependência de Guabiruba foi gradativo, durante muito tempo os trabalhos de sepultamento e o transporte de doentes para as cidades de Brusque teve a colaboração de Carlos Boos. Quando em Brusque não havia o tratamento adequado, muitos doentes eram encaminhados a Blumenau entre outras cidades.
Biografia
Carlos Boos, filho de Anna Seibert e Paulo Boos, nasceu no dia 13 de dezembro de 1905 na localidade de Guabiruba Norte Alta, ainda município de Brusque. Com sete anos de idade aprendeu as primeiras letras em casa com o professor João Boos. Estudou na Escola Estadual com o professor Arthur Wippel. Com quatorze anos partiu para Blumenau, trabalhando e dando continuidade aos estudos no Colégio Santo Antônio, formando-se professor em 1924, além de ser “guarda-livros”, o que hoje equivale à profissão de contador.
No dia 1º de fevereiro de 1925, Boos foi nomeado professor público estadual, para lecionar na localidade de Águas Claras, sendo transferido no mesmo ano para a Escola Estadual de Guabiruba Norte Alta, onde lecionou até 1943. Doou àquele estabelecimento de ensino um terreno e com a ajuda de lavradores construíram um prédio para a escola que ainda hoje existe. Em 1928 casou com Anna Kohler, tendo com ela onze filhos: Balduíno Carlos, Ovino Otto, Terezinha, Elvídio, Anselmo, Célio Guido, Aníbal, Arlindo, Silvina, Renato e Bernadete.
Foi catequista e capelão, na Capela de Guabiruba, entre 1925 e 1960, além de membro efetivo do Coral da igreja Matriz de Guabiruba. Em 1929, começou as “Santas Procissões”, denominadas de procissões de oração e penitência, as quais partiam da Escola de Guabiruba do Norte Alta e dirigiam-se à Capela do Centro, hoje Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Dirigiu tais procissões durante quarenta anos. As procissões eram realizadas durante nove terças-feiras, culminando no dia da Ascensão do Senhor.
No final da década de 1980, quando hospitalizado, escreveu sobre si mesmo. Suas lutas e abatimento com os 40 anos de serviço público. Disse que a distração do lar era “ escutar rádio, leitura de bons livros e jornais e assistir televisão”. Definiu-se como uma pessoa adaptativa, obediente, afirmativa, resistente e cooperativa.
Detalhes da história do prefeito podem ser conferidas no livro escrito por Saulo Adami e Tina Rosa chamado Carlos Boos Nunca Soube Dizer Não.