A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Guabiruba desta terça-feira (14), foi aberta com a participação de Fabiano Siegel, representante da Sociedade do Pelznickel. Utilizando a tribuna, Siegel detalhou o trabalho da instituição e as novidades sobre a mudança para o novo espaço, localizado no Parque Municipal Vereador Érico Vicentini.
Siegel ressaltou a intensa agenda da Sociedade nos últimos meses: “Nos último doze meses a Sociedade se apresentou mais de 30 vezes, incluindo a Pelznickelplatz, um evento consolidado no roteiro turístico do Natal de Santa Catarina e o Natal Mágico, onde o Pelznickel é o ator principal, e atrai muitas pessoas,” destacou. Ele mencionou ainda a participação em dezenas de outros eventos, como casamentos e escolas.
O foco da apresentação foi a nova sede, atualmente em obras. “Estamos em obras, e com muito trabalho,” citou. O projeto de destaque é uma casa enxaimel, projetada estritamente dentro das regras arquitetônicas desse estilo. Seu principal objetivo é centralizar as atividades da Sociedade.
“A casa tem mais de 300m² e não vai ter nenhum prego. É totalmente feita de encaixes. Vai seguir as regras do enxaimel,” explicou.
O projeto arquitetônico total contempla doze construções no local, com um investimento total de R$ 2,1 milhões.

Centralização do ensino médio
O vereador Alfred Nagel Neto utilizou a tribuna para manifestar sua preocupação em relação à decisão do governo do Estado de retirar o segmento de Ensino Médio da Escola Carlos Maffezzolli, no bairro São Pedro, e centralizá-lo na Escola João Boos, no Centro, que passará a ser a única escola estadual com Ensino Médio na cidade.
“Tirar um segmento de ensino de uma escola, de um bairro, não é o adequado”, afirmou o vereador.
Segundo Nagel Neto, a decisão foi tomada sem nenhum tipo de pesquisa ou questionamento aos estudantes e profissionais da Escola Carlos Maffezzolli.
O tema foi discutido em uma reunião prévia à sessão. “Tivemos hoje uma reunião com pessoas representando a Escola Carlos Maffezzolli, além de representantes da Associação de Moradores do bairro São Pedro, manifestando a sua preocupação quanto a questão de o educandário não ter mais o Ensino Médio, e que este seja migrado e centralizado na Escola João Boos”, relatou.
O vereador criticou a forma como o processo foi conduzido. “Durante essa conversa foi pontuada a forma como isso aconteceu, extremamente autoritária e hierárquica, em que o estado não deu nenhuma explicação e não conversou com ninguém. Simplesmente colocou a questão de forma arbitrária, já orientando as famílias de que as matrículas serão para o João Boos a partir do ano de 2026,” pontuou.
Ele demonstrou preocupação com a capacidade futura de Guabiruba, que se aproxima dos 30 mil habitantes, ter apenas um educandário estadual oferecendo Ensino Médio, citando Brusque, que, com mais de 150 mil habitantes, conta com cerca de nove ou dez escolas com este segmento. “Essa é uma preocupação latente e mostra um descaso do estado com nosso município. Nós precisamos ter expansão da qualidade de ensino, e com certeza, o aluno saindo do bairro em que ele reside, essa qualidade tende a cair”, disse.
Sobre os profissionais da Escola Carlos Maffezzolli, o vereador informou ter conhecimento de que o Estado já está remanejando-os para escolas estaduais em Guabiruba e Brusque. “Volto a insistir, falta transparência, falta diálogo.” Ele questionou ainda: “Até quando o João Boos vai suportar essa migração excessiva que temos em nosso município, que cresce dia após dia o número de cidadãos?” e criticou: “Se fizermos uma analogia com o município, o município amplia sua rede construindo escolas, e o estado faz o processo reverso,” reclamou.
Resposta da coordenadoria estadual
O presidente da Câmara, Alexandre Felipe Pereira, complementou o assunto ao informar que a Câmara enviou um ofício à Coordenadoria Regional de Educação em Brusque, mas a resposta foi que não poderiam passar informações sobre a centralização.
“Não quiseram passar a informação. Nós sabemos que nos bastidores esses trâmites já estão acontecendo. Inclusive, na próxima semana, serão iniciadas as inscrições dos alunos da Maffezzolli para o ano letivo de 2026, e elas serão feitas no João Boos,” revelou o presidente.
Ele finalizou afirmando que é “uma decisão que foi tomada de cima pra baixo, sem informar a comunidade, sem informar vereador, sem informar prefeito, e que acaba nos surpreendendo e nos deixando chateados pela falta de informações.”
Demora na saúde
A vereadora Eduarda Schweigert, durante o uso da palavra livre, abordou um problema relatado pela população de Guabiruba em relação aos postos de saúde do município.
“Recebi muitas reclamações da população em relação aos nossos postinhos de saúde, principalmente a demora no serviço, respostas, ligações não atendidas,” citou a vereadora.
Segundo a vereadora, o problema está relacionado ao remanejamento dos agentes comunitários de saúde. Anteriormente, esses profissionais ficavam auxiliando o setor administrativo das unidades, em questões burocráticas e atendimento, com cerca de quatro a cinco deles ajudando internamente. A vereadora explicou que, atualmente, esses agentes estão cumprindo sua função real, que é estar nas ruas, visitando as comunidades.
O ponto levantado é que, apesar da saída dos agentes comunitários para suas atividades externas, a demanda das unidades de saúde continuou a mesma, o que resultou em uma demora no atendimento.
“Fiz um levantamento dos agentes comunitários de saúde em cada bairro. No Guabiruba Sul, por exemplo, são quatro agentes comunitários de saúde. Então são quatro pessoas a menos ajudando naquela unidade,” destacou.
O levantamento da vereadora aponta que há, em média, de quatro a cinco agentes comunitários de saúde por unidade.
A vereadora solicitou à gestão responsável que uma medida seja tomada para que o problema seja solucionado, uma vez que a demanda da população vem aumentando e os profissionais das unidades de saúde estão sobrecarregados.