O calor intenso está com os dias contados, porém ainda dá tempo de conhecer ou revisitar algumas cachoeiras em Guabiruba. Cerca de cinco trilhas do município e região passam por cachoeiras e riachos, uma ótima opção para os dias de altas temperaturas.
Algumas das trilhas e cachoeiras exigem cuidados. A Lagoa Azul, por exemplo, necessita de um guia experiente para acompanhar os aventureiros. Há muitos perigos como cobras e corredores íngremes e escorregadios.
O Zeitung conversou com o guabirubense Guilherme Stedile, que gosta de trilhas e sugere cinco delas que passam por cachoeiras. Antes de conhecer essas opções, é importante saber o que pode e o que não é permitido nesse momento, visto que os pontos turísticos naturais de Guabiruba têm recebido cada vez mais pessoas que muitas vezes descumprem as regras estabelecidas relacionadas a prevenção do contágio da Covid-19 ou que burlam a legislação ambiental, como as que envolvem locais dentro do Parque Nacional da Serra do Itajaí.
Conforme o secretário de Turismo de Guabiruba, Andrei Muller, a pasta tem identificado o desrespeito com algumas dessas regras. “Algumas pessoas acabam indo em grandes grupos e encontrando outros grupos no local, gerando aglomerações. Há ainda aquelas que levam comidas, bebidas e equipamentos para passar o dia no local”, frisa, lembrando as regras do decreto municipal (veja box).
“Em áreas que fazem parte do Parque Nacional da Serra do Itajaí, por exemplo, mesmo sem pandemia, o regramento do parque já proíbe acampamentos, fogueiras e entrada de veículos. Em locais de canionismo, em especial no Lago Azul, é necessário estar acompanhado de um guia e utilizar roupas e equipamentos de segurança devido as cobras e aos perigos que essa atividade oferece. São terrenos irregulares e pedras lisas que escorregam muito, propiciando acidentes no menor deslize”, pontua.
Cuidados necessários ao se aventurar
O comandante do Corpo de Bombeiros de Guabiruba, Luciano Schlindwein alerta para alguns cuidados na hora de se aventurar por uma trilha. O primeiro passo é conhecer o local ou levar pessoas que conheçam. Muitas são as ocorrências atendidas pelos bombeiros de pessoas que se perderam.
“Hoje têm aparatos tecnológicos como o Wikiloc, programa para celular que permite baixar trilhas e usar para navegação”, pontua ele, frisando que há situações em que as pessoas se perdem por não conhecer o caminho ou percorrê-los em horários que não permitem a ida e a volta, ou seja, escurece e ela não encontra mais o caminho. “Se a trilha for longa, deve-se sair bem cedo pela manhã para ter certeza de que terá luz do dia ao voltar. Se for sair no fim da tarde, levar lanterna, roupa quente. É importante levar água, alimentação”, complementa.
Cobras é um dos problemas que podem ser encontrados. “Temos tido chamados para captura de animais peçonhentos no verão. Considerando o fato de as pessoas fazerem trilhas e estarem no habitat natural das cobras, o ideal seria utilizarem sempre calçados fechados e as perneiras (protetores) próprias para quem costuma fazer trilha. Há vários modelos no mercado e protegem desde o pé até a altura do joelho, áreas onde normalmente ocorrem as picadas”, salienta.
Schlindwein destaca ainda os primeiros cuidados para se tomar, caso alguém seja picado. “A recomendação é de que a pessoa não corra. Se possível, que seja encaminhada o quanto antes ao hospital. Quanto mais tempo demorar para chegar, maior as lesões causadas pelo veneno no organismo”, o bombeiro salienta ainda a importância de identificar o animal.
“Se for possível identificar a cobra seria o ideal. Até uma foto serve. Mas não recomendamos a captura do animal pois pode ocorrer mais um acidente, caso quem vá tentar fazer isso não saiba como fazer”, destaca.
Outra orientação é que não se façam torniquetes ou garrotes no membro que tiver sido picado. “As pessoas costumam ouvir isso de outros como uma verdade e esse procedimento é desaconselhado em situações como estas, inclusive, em casos extremos pode levar à necrose do tecido e causar a amputação do membro”, explica.
Seguindo as orientações do decreto municipal e os cuidados repassados, vamos para a opção de roteiro de Guilherme Stedile:
Cachoeira do Jerônimo
De fácil acesso, próximo ao morro Santo Antônio, situado no bairro Lageado Alto. A entrada tem uma porteira que dá para passar pelo lado, ou se pedir autorização para família é possível passar de caminhonete. Até a cachoeira são cerca de 30 minutos de caminhada bem tranquila.
Cachoeira do Zimmerman
Trilha leve, são apenas 15 minutos de caminhada, partindo logo a frente da Estação de Tratamento de Água (ETA), situada na rua Lageado Alto, bairro de mesmo nome.
Trilha das minas de Ouro
Acesso pela rua ao lado da Igreja Imaculada Conceição, situada no bairro Lageado Alto, percurso de uns 30 a 45 minutos de caminhada, em estrada aberta que pode ser feito a pé. A trilha fica dentro do Parque Nacional da Serra do Itajaí e conta com um rio onde as pessoas podem nadar. As Minas de ouro ficam no Rio do Braço. Não pode jeep e moto, somente a pé.
Lagoa Azul
Também conhecida como Mancha Branca, a trilha fica depois do morro Santo Antônio, situado no bairro Lageado Alto, precisa ser feita com guia por sua entrada ser de difícil acesso. Alguns locais precisam de atenção e cuidado para se evitar acidentes. A trilha demora cerca de 45 minutos a 1 hora.
Cachoeira da Lorena
A cachoeira da Lorena fica no bairro São Pedro, na rua Lorena, a 6km do Centro da cidade. A queda é belíssima e a grande vantagem desse atrativo é a facilidade para chegar ao local.
A cachoeira fica ao lado da estrada, tendo uma trilha de apenas dois minutos para chegar até ela. É muito comum os visitantes irem de bike até o local para contemplá-la e tirar fotografias.
Ao visitar, observe as orientações dos bombeiros na placa instalada no local.
O que diz o decreto nesse momento de pandemia
O Decreto municipal 1233/2021 regulamenta o acesso e comportamento nos pontos turísticos. Confira:
I – O acesso aos pontos turísticos somente poderá ser realizado a pé ou de bicicleta;
II – Fica obrigatório o uso de máscara de proteção facial;
III – Fica proibida a aglomeração de pessoas;
IV – Estabelece o tempo de permanência no local de no máximo 30 (trinta) minutos;
V – Fica expressamente proibido acampar, acender fogueiras, consumir bebidas alcoólicas, e utilizar sistemas sonoros (caixas de som portáteis, alto falantes, entre outros) durante a permanência no atrativo.