Imagem: Valci Santos Reis/PMG

Outubro, sinônimo de alegria e diversão, ficará sem festa este ano. Por conta da pandemia, vários eventos tiveram que ser cancelados. Um deles é o Biergartenplatz, que teve sua primeira edição em 2016, porém se tornou mais conhecido no ano passado. Com muita música, gastronomia germânica e cerveja, o evento conquistou o público e deixou um gostinho de quero mais. Todas as cervejarias presentes eram locais e isso foi o que tornou a festa ainda mais guabirubense.

A fama das cervejas artesanais vem aumentando gradativamente. Segundo a revista Economia SC, Santa Catarina registrou um crescimento de novos empreendimentos cervejeiros superior a 35% apenas nos dois últimos anos. Em Guabiruba não foi diferente. Atualmente, o município conta com mais de dez marcas de cervejas locais, dentre elas está Gurmàn, Eichenlaub e Schweigert Bier. Outra conhecida é a Kiezen Ruw, que conta com 100% da fabricação feita na cidade, e com ela, Guabiruba faz parte da Rota das Cervejas Artesanais do Vale Europeu, um roteiro turístico para quem busca apreciar o melhor das cervejas da região.

A paixão pela cerveja

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Movida pelas heranças e festas tradicionais, a cerveja sempre esteve envolvida de alegria e diversão nos eventos e nos encontros familiares. Com o advento da cervejaria artesanal, muitas pessoas buscaram produzir para consumo próprio, como é o caso de Leonardo Pedrini, que decidiu levar sua admiração pela cerveja a outro nível. Morador do bairro São Pedro, Léo teve interesse em fabricar cerveja artesanal caseira por conta dos amigos que já eram adeptos à prática. Com isso, ele buscou aprendizado e ingressou no Núcleo Cervejeiro de Brusque, onde os integrantes da região trocam suas experiências.

Com o tempo, Leonardo percebeu que tinha um outro interesse pela cervejaria caseira. “Se tornou um hobby, uma paixão, produzir uma infinidade de sabores e aromas que compõem cada estilo de cerveja.” Mais tarde, buscou aperfeiçoamento em cursos básicos, avançados e atualmente técnicos, onde distribui seus conhecimentos nos variados estilos das cervejas Badner Bier, nome escolhido para sua marca. Badner significa “aquele que descende de Baden”, estado alemão de onde vieram os primeiros guabirubenses.

Léo afirma ser fácil distinguir a cerveja artesanal da industrializada. “Por ser totalmente manual, com quase zero tecnologia e sem nenhum adjunto químico, a cerveja artesanal é naturalmente mais encorpada. Com isso, ela tende a ter uma coloração um pouco mais escura”. A maioria das cervejas artesanais respeita a Reinheitsgebot, uma lei de pureza alemã, de mais de 500 anos, que limita os ingredientes em água, malte, lúpulo e levedura, o que torna a cerveja 100% natural e sem conservantes.

Além de ser natural, o diferencial da bebida artesanal é o processo de produção, que leva em torno de quatro a cinco horas na conversão dos ingredientes em um misto ainda não fermentado. Depois disso, a mistura leva mais alguns dias para que ocorra a fermentação e outros tantos para que seja finalizada com a maturação. No total, a bebida leva quase um mês para que possa ser consumida. 

Cerveja transformada em empreendedorismo

A produção de Leonardo é caseira, ele atua no ramo por lazer, porém existem outros guabirubenses que transformaram suas paixões em empreendedorismo. Marco Aurélio Hodecker, também do bairro São Pedro, é dono da Eichenlaub Bier.

Durante uma viagem à Alemanha, ele se interessou em conhecer mais sobre a fabricação de cervejas, viu que era possível produzir em casa e logo suas bebidas fizeram sucesso entre a família e os amigos, surgindo no cervejeiro a vontade de consolidar sua paixão. Foi assim que, em outubro 2015, nasceu a marca que leva o nome de folha de carvalho em alemão.

Marco conta o motivo da escolha do nome. “Queria um nome bastante ligado à Alemanha por conta do gosto especial pelos estilos de cervejas oriundos daquele país.” O carvalho é a madeira que, ao longo da história cervejeira, foi muito utilizada na produção e conservação da bebida. Outro aspecto é que as folhas do carvalho apresentam uma variação de cores a cada outono, que se igualam as diversas tonalidades dos estilos de cervejas. Hoje, além de fabricar diversos estilos de cerveja, Marco possui também um local para eventos particulares, o que torna a experiência do público ainda melhor.

É pensando também nesses empreendedores que a Avigua, Associação Visite Guabiruba, promove o município, fazendo com que se torne mais reconhecido e prestigiado, como explica o presidente da associação Nicolau Huber. “Temos os associados dos mais diversos ramos como chocolate, confecção, cervejas, entre outros. Trabalhamos para fortalecer ainda mais o que Guabiruba tem de melhor e fazemos questão de preservar tudo o que nossos antepassados conquistaram em Guabiruba.” Para Huber, a questão das cervejarias é muito importante, pois atrai pessoas de outras cidades para conhecer os diversos estilos e marcas tão elogiados pela qualidade.

Para apoiar as cervejarias e manter a cultura germânica, a Avigua fundou em 2016 o Biergarten im Frühling, uma festa que no ano passado, com apoio da Prefeitura de Guabiruba, mudou de local para a praça do Centro se tornando o Biergartenplatz. O presidente da associação lamenta que a festa deste ano não pôde ser realizada e afirma que novas ideias estão por vir para a próxima edição.

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