Nesta sexta-feira (15) é comemorado o Dia do Professor! Essa profissão incrível, responsável pela formação de todas as outras.
E para homenagear os educadores, o Zeitung conversou com o professor da rede municipal de Guabiruba, Pedro André Gastaldi. Ele ensina matemática na Escola de Educação Básica Osvaldo Ludovico Fuckner e também na Escola S (Sesi/Senai) em Brusque, para os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Para Gastaldi, que leciona há 11 anos, ser professor é muito mais que apenas ensinar. “É ter a empatia de se colocar no lugar do aluno, olhar as dificuldades, os desejos, as habilidades, e, principalmente, olhar como se ele fosse seu filho. De que forma você gostaria que o professor dele o tratasse e ensinasse”, destaca ele, que é pai de Ana Julia (9) e Mateus (20).
Formado em Engenharia de Produção, Licenciatura Plena em Matemática e Pedagogia. Pós-graduado no ensino da Matemática e em Orientação, Gestão e Supervisão Escolar e cursando Licenciatura em Física, Gastaldi é casado com a professora na área de linguagens, Kátia – sua grande incentivadora.
“Minha maior incentivadora sempre foi a minha esposa. Infelizmente, não tive nenhum professor que me inspirou. Sempre gostei de cálculos e me dava bem com os números. Desenvolvi muito mais essa habilidade quando fiz minha primeira faculdade, a de Engenharia. Então, como eu queria somente lecionar, me inscrevi para Matemática e me formei”, conta.
Antes de iniciar a carreira de professor, Gastaldi era gerente de produção em uma empresa privada. Em 2011, último ano da faculdade de Engenharia de Produção, começou a dar aula no CEJA (Educação de Jovens e Adultos do Estado) duas noites por semana. No ano seguinte, passou a ensinar também física e química.
“Em março de 2012, surgiu a oportunidade de lecionar o dia todo. Eu tive uma grande escolha nesse ano, porque optei pela Educação. Fiz acordo onde eu trabalhava e dali em diante, só me dediquei para Educação”, recorda.
Desafios
Gastaldi acredita que o grande desafio da sua carreira na Educação veio com a pandemia de Covid-19. “O ano passado foi atípico em todos os aspectos, a pandemia nos colocou uma barreira, forçou todos nós a nos reinventarmos e estudarmos ainda mais”, comenta.
Para ele, o momento mais emocionante da trajetória como professor foi quando trabalhou em um projeto no Outubro Rosa. “Eu e meus alunos da Educação de Jovens e Adultos desenvolvemos 200 lenços e arrecadamos 100 quilos de alimentos para a Rede Feminina de Combate ao Câncer. Toda a produção dos lenços – molde, tamanho, quantidade, costura, bainha – tudo foi feito pelos alunos. Eu somente fui o norteador desse processo e eles os protagonistas”, descreve emocionado.
Gastaldi diz que ser professor em Guabiruba é muito bom. “Gosto dos meus colegas de trabalho, tenho uma relação amigável e boa com todos. Acredito que isso ajuda no desenvolvimento das atividades escolares no decorrer do ano”, frisa.
Sobre o relacionamento com os alunos, ele se diverte. “A minha relação com os alunos é ótima. O problema é que eu leciono Matemática e muitos são negados aos números. Mas fizemos o possível para que a aprendizagem seja prazerosa e não maçante”, destaca ele, que recentemente levou videogames para tornar o processo de ensino-aprendizagem mais divertido.
Rotina de ensinar e aprender
“Minha rotina de estudos é bastante pesada. O tempo todo estou estudando e fazendo outras faculdades. Também temos capacitação duas vezes ao ano ofertada pela Secretaria de Educação. Acredito que nunca deixamos de sermos alunos, porque o mundo hoje está nos engolindo com um emaranhado de informações, muitas vezes fake news. Toda semana, eu planejo minhas aulas e esse planejamento é sempre flexível, porque às vezes, estou com a ideia de alguma coisa, mas não dá certo. No fim, tenho que mudar”, descreve.
O professor acredita que já lecionou para mais de três mil alunos. “Lembro de um ano que eu tinha quase 500 alunos. Foi uma loucura, mas consegui vencer o ano”, ressalta ele, que quase desistiu da carreira na primeira aula.
“Sim, quero compartilhar essa curiosidade. Quando eu dei a minha primeira aula, eu quis desistir da Educação, eu não queria mais lecionar. Cheguei em casa e disse para minha esposa que não ia mais pisar na sala de aula. Ela então, com toda calma, me incentivou e estou até hoje! Não pretendo sair dessa área, porque ela é a minha vida, é a minha profissão! E como é gostoso e prazeroso quando encontramos um aluno, na universidade, seguindo adiante e contando as histórias dele”, comemora.
Aos colegas professores
“A mensagem que deixo para meus colegas, é que não podemos desistir dos nossos alunos. Eles precisam de nós. Às vezes, não do conteúdo, mas de uma conversa, um toque de mão, um abraço… Se a gente pensar em desistir, temos que lembrar do quanto é gratificante aqueles alunos que descobrem um conhecimento novo, ou que chegam em casa contando o que foi feito em sala de aula”, assim o professor Pedro Gastaldi segue ensinando e inspirando, mesmo sem nunca ter sido inspirado.