O momento de conversas e negociações político-partidárias começou em Guabiruba e, mais do que isso, o clima tem esquentado entre as reuniões a “portas fechadas”, abalando as estruturas de antigas relações de apoio. Um exemplo é a parceria entre Progressistas (PP) e o Partido dos Trabalhadores (PT).
O PP tem demonstrado interesse em romper com o PT, o que tem causado reações no partido de esquerda. “Estamos ainda um pouco abalados com tudo isso. Perdemos um pouco o rumo, pois não esperávamos essa postura unilateral por parte do 11 (Progressistas). Até porque nas últimas duas eleições o PT foi decisivo para o resultado exitoso do PP nas urnas e, agora, simplesmente não querem a sigla na coligação sem um motivo plausível. Sugeriram um apoio velado à campanha do Zirke, talvez por acharem que poderíamos ser um peso na campanha, abandonando uma parceria que foi construída nesses quase oito anos de governo”, enfatizou o vereador e líder do PT em Guabiruba, Felipe Eilert dos Santos.
O parlamentar acredita que há influências econômicas da região nas decisões políticas de Guabiruba. “Outra hipótese seria por medo da influência de um conhecido megaempresário da região (refere-se à Luciano Hang) que é obcecado em destruir o PT. Nós entendemos que o debate político local precisa ser o mais amplo possível e não apenas restrito a uma ou outra ideologia. O PT de Guabiruba sempre adotou uma postura muito mais pragmática, ou seja, mais coerente e prática com as demandas da nossa cidade, do que ideologia-extremista. Quem acompanha nosso trabalho e nossas declarações, sabe muito bem disso” completou Eilert.
Para ele, o distanciamento do PP pode ter surgido por causa das sua conduta mais crítica na Câmara de Vereadores. “Fui eleito por um grupo de pessoas que apoia e acredita no meu trabalho, e em tudo que fiz até aqui na frente do partido e na Câmara Legislativa. Nunca vou deixar de expressar a minha opinião ou dar a minha sugestão quando achar necessário. Sempre procurei pautar os meus argumentos dentro de um bom senso e naquilo que possa contribuir para melhorar a vida dos guabirubenses”, pontuou. “Estou muito orgulhoso e honrado de representar todos os filiados, os apoiadores que compartilham do mesmo pensamento político e especialmente das pessoas ligadas ao partido e que desenvolvem um excelente trabalho dentro da atual administração”, acrescentou.
O PP também tem conversado com diferentes partidos políticos. Sobre o afastamento do PT, o prefeito de Guabiruba, Matias Kohler (PP) afirmou que o partido não vê com bons olhos uma coligação com o PT, que tem uma imagem negativa. “O que acontece em relação ao PT é que o partido avaliou a imagem que o PT tem no cenário nacional e concordamos que nesta eleição não é viável firmar uma coligação com o PT. Apesar de já termos feito essa parceria em anos anteriores, hoje não é possível firmar uma parceria com o PT por conta da imagem do partido. Essa é uma visão do PP”, afirmou Kohler.
Valmir Zirke (PP) afirmou que há conversas com o Podemos. De forma sucinta, o vice-prefeito disse que ainda há negociações com outros partidos. As convenções partidárias do PP estão marcadas para ocorrer no dia 11 de setembro, às 19h, por meio virtual.
Tindo Kohler (Podemos) também está atuando nas negociais para o pleito do Executivo Guabirubense. “Estamos conversando com todos os partidos, praticamente muitas conversas, mas nenhuma definição até o momento”, afirmou. Um dos nomes cotados para o Executivo guabirubense, Harri Westarb Neto (Podemos), declarou que as conversas em definitivo devem ocorrer até o fim da semana.
Já Orides Kormann (MDB) apontado como um dos possíveis adversários de Valmir Zirke (PP) nesta eleição, tem conversado com os partidos. “Ainda não temos nada definido, mas estamos conversando com diversos partidos, dentre eles o PT, o Democratas, PL (Partido Liberal) e também o PSL, mas sem nenhuma definição”, ponderou.
Marcos Habitzreuter (PL), pré-candidato à prefeito, admite ser difícil o partido se coligar, mas ainda há conversas ocorrendo. “Como está fora de cogitação alguma aliança com o PP e também com o MDB, as chances do PL coligar são reduzidas, pois sabemos que estas siglas dominam a política de Guabiruba e atraem os partidos menores para si. Conversamos na última semana com o Podemos, porém, não houveram definições ainda. Se nada se concretizar nesta semana, certamente enfrentaremos puros ‘o bom combate’”, afirmou.