Em uma casa do bairro Lageado Baixo, nasce a pequena Maria Lúcia

Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local, Jaqueline já havia dado a luz a sua bebê com a ajuda da avó de seu esposo

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Crédito Foto: Grazielle Guimarães

Por volta das 6h de domingo, 2, Jaqueline Sutil dos Santos, 19 anos, que estava gestante de aproximadamente nove meses, começou a sentir contrações leves. Em uma hora as dores passaram de leve para forte, momento em que ela decidiu pedir ao esposo que chamasse o Corpo de Bombeiros para que a levasse ao hospital. Porém, em poucos minutos a bolsa estourou e ela sentiu que sua bebê estava prestes a nascer.

Quem acompanhou todo o processo foi a bisavó da recém nascida, Gerssi de Lima, 69 anos. “Quando vim conferir como ela estava, a Jaque estava no banheiro, tomando banho, e falou que achava que a bebê estava nascendo. Então eu pedi que ela deitasse na cama. Realmente a cabecinha já estava saindo e tudo o que eu fiz foi segurar. Não tinha muito o que fazer”, conta a bisavó.

A pequena Maria Lúcia de Lima nasceu com pouco mais de 2kg e 44 centímetros pelas mãos de sua bisavó. “Foi assustador. Eu não sabia o que fazer quando ela nasceu. Vi que ela estava meio que engasgando, então, limpei o rostinho dela. Ela chorava muito e bem forte, um bom sinal”, relembra Gerssi.

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Jaqueline reside em uma casa simples no bairro Lageado Baixo, junto com seu esposo Wilson José de Lima, de 27 anos e mais dois filhos, Emanueli Sutil dos Santos de Lima, de 3 anos e Moisés dos Santos de Lima de um ano e quatro meses. A família veio de Xaxim (SC) e reside em Guabiruba há dois anos. 

“Meu esposo é natural de Guabiruba e eu de Videira, mas estávamos morando em Xaxim quando nos conhecemos, na casa de um amigo dele. Viemos para Guabiruba, pois aqui tínhamos a possibilidade de construir nossa casa própria e é o que estamos fazendo”, conta Jaqueline. Ela afirma ainda que a família acabou de comprar os materiais de construção para aumentar a casa, visto que hoje há apenas uma peça na casa, não havendo paredes entre os cômodos. Cozinha e quarto estão no mesmo espaço.

Apesar do susto de ter uma bebê em casa, ela conta que as dores foram menores do que nas gestações anteriores. “Senti menos dor porque meu parto foi muito rápido. Fiquei cerca de 10h em trabalho de parto da minha primeira filha e cerca de cinco horas do segundo. O da Maria foram pouco mais de duas horas”, explica.

Segundo ela, o medo veio quando sentiu que o bebê realmente estava saindo. “Eu estava de pé, do lado de fora de casa quando a bolsa estourou e já senti meu bebê nascendo”. A recuperação também foi rápida, precisando ficar apenas uma noite internada. 

Depois de assustar a família adiantando seu nascimento, Maria Lúcia se mostra uma bebê calma e serena. “Agora ela quase não chora, é bem calminha, só mama e dorme, não reclama de dor, nada”, relata a mamãe Jaqueline.

Histórias que se repetem

A bisavó que ajudou a fazer o parto de Jaqueline conta que passou por uma situação semelhante, quando tinha apenas 23 anos e estava grávida de sua terceira filha. “Nós morávamos em um sítio, em Xanxerê, e todas as grávidas da região iam juntas para o posto de saúde, onde as enfermeiras mostravam vídeos para nós de como proceder durante o parto. Na época, era uma parteira, uma enfermeira aposentada que ajudava todas as grávidas”, relembra Gerssi.

Na mesma noite em que ela entrou em trabalho de parto, uma prima também estava ganhando bebê, ocupando a única parteira da região. O esposo de Gerssi estava fora de casa. “Entrei em trabalho de parto e ganhei minha filha sozinha, não tinha quem chamar. Até que ainda deitada na cama, pedi pro meu filho chamar o avô, que morava há uns 300 metros de nossa casa. Falei para ele dizer ao avô que a mamãe tinha comprado um bebê no mercado. Assim todos saberiam o que tinha acontecido comigo”, conta.

Até mesmo o cordão umbilical Gerssi cortou sozinha, em casa, e só depois de ganhar neném que seus sogros chegaram. Com a surpresa de um parto normal na casa da neta, ela reviveu os momentos que, sozinha, fez um filho chegar ao mundo.

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