Entrevista com a professora Fernanda Krempel Popper

Há quase 20 anos, Fernanda Krempel Popper atua na educação guabirubense

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Fernanda Krempel Popper (40) trabalha há quase vinte anos na educação guabirubense.  A filha de Ari e Gertrudes Krempel reside no bairro Aymoré. É esposa de Murilo Sérgio Popper, com quem possui a filha Gabriela.

Atualmente, dirige a Escola Básica Municipal Padre Germano Brandt, que possui entre suas características o forte envolvimento com a comunidade e fomenta a cultura alemã por meio da Banda Das Lebenslied e Coral de Sinos Glockenchor.

Fernanda cursou o primário na Escola Municipal Padre Germano Brandt, Ensino Médio no Colégio João Boos e Ensino Superior na Unifebe, formando-se em Pedagogia, além de ter Pós- Graduação em nível de especialização na modalidade Mercado de Trabalho, em Psicologia da Infância.

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Começou a trabalhar aos 14 anos na Schlosser, permanecendo na empresa por três anos. Atuou na agência Ângulo Propaganda por mais três anos, depois na Caixa Econômica Federal por dois anos, de onde saiu para iniciar a vida como professora, ainda na fase de estágio final da faculdade.

Para marcar o Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, o Zeitung entrevista a professora Fernanda, que junto com os demais colaboradores da Escola Padre Germano Brandt, tem construído um legado de trabalho, interação e criatividade na condução do educandário e no processo de ensino aprendizagem dos alunos.

Guabiruba Zeitung: O que despertou sua vocação para a profissão de professora?

Fernanda Krempel Popper: Como qualquer criança sempre admirei minhas professoras e em casa brincava de escolinha com minhas bonecas. Aos 17 anos precisei decidir o que estudar na faculdade. Tinha aptidão para o segmento da moda, mas havia dificuldades de deslocamento para outra cidade, então optei pelo desejo de criança e prestei vestibular para Pedagogia.

GZ: Que características são importantes para o bom desempenho da profissão?

FKP: Acredito que para qualquer profissão as pessoas precisam se dedicar, melhorar todos os dias, terem compromisso com resultados, ter bom relacionamento com os outros profissionais que fazem parte da equipe, respeitar hierarquia, procurar fazer o melhor porque sempre tem espaço para evoluir.

GZ: Em quais escolas você já trabalhou e há quanto tempo atua na Padre Germano Brandt e na direção da escola?

FKP: Iniciei minha carreira como docente na Padre Germano Brandt. Trabalhei por um ano como professora ACT (Admitido em Caráter Temporário), também como professora do Estado na Carlos Maffezzolli e na escola municipal Edeltrudes Wippel Heil. Atuei como professora de língua alemã na escola Vadislau Schimdt e, em seguida, fiz o concurso público e me efetivei como servidora pública na área da educação. Trabalhei como secretária da escola Padre Germano Brandt e retornei às salas de aula. Estou na área da Educação há 19 anos, sendo desses, oito anos como diretora da escola, cargo que estou ocupando até o momento.

GZ: Além das responsabilidades, como você avalia as diferenças entre ser docente e dirigir um educandário?

FKP: Há algumas diferenças entre ser docente e dirigir uma escola. Na gestão, há necessidade de se  pensar em todos os aspectos, numa gestão organizada e voltada a todos os sentidos a que se refere uma escola, desde a limpeza, bem estar de todos, organização e conduta dos professores, relacionamento com a comunidade e Associação de Pais e Professores, mas acima de tudo é pensar holisticamente em que uma escola deve estar sincronizada, funcionando calibradamente entre professores, colaboradores, alunos e pais, todos unidos para o crescimento e desenvolvimento cognitivo das crianças. Bem diferente é ser docente, seu foco é sala de aula, suas turmas, é providenciar e transferir conhecimento aos alunos, dar suporte moral e emocional quando necessário, colaborar na construção de um ser humano digno, íntegro e de respeito.

GZ: A escola Padre Germano Brandt é bastante ativa. Ao que você atribui esse engajamento de escola, família e comunidade?

FKP: Sempre pautei meu trabalho na humildade, responsabilidade e compromisso a que me comprometi quando aceitei ser diretora da escola. Acredito que esses são atributos básicos para um bom profissional. Mas, sem dúvida, cito que nosso grupo de professores e colaboradores são muito empenhados no seu trabalho, sempre presentes e disponíveis quando necessário. A comunidade do Aymoré é formidável quando se trata de colaboração com a escola, não medem esforços para estarem presentes, temos e sempre tivemos APPs participativas e integradas à escola, sempre disponíveis e cientes dos seus compromissos.

GZ: Como foi a adaptação da escola em meio a uma pandemia? Como você enxerga o papel do professor nesse processo?

FKP: No meu ponto de vista, estamos passando por uma mudança de hábitos e comportamentos que não voltará a ser como era antes. Acredito que a tecnologia deverá ficar integrada ao aprendizado com mais profundidade daqui para a frente. O professor precisou se reinventar, se adaptar e aprender, porque ninguém estava preparado para uma mudança tão radical, quem poderia imaginar ficar em casa e ter que dar aulas on line, isso é no mínimo um fato discordante.

GZ: Como você analisa a profissão do professor no cenário atual e quais os desafios da categoria?

FKP: O professor precisou aprender e se reinventar, pois o cenário o qual foi inserido, foi muito adverso ao seu dia a dia costumeiro. Precisamos nos motivar sempre, melhorar, aprofundar nossos conhecimentos de docentes e estar preparados para o “novo” porque acredito que teremos outros momentos como esse.

GZ: Qual o legado você deseja deixar aos seus alunos?

FKP: Sou profundamente grata a Deus pela oportunidade de ser docente e espero que as crianças que passarem pela minha sala de aula, consigam se tornar pessoas dignas, de respeito e bom caráter e acima de tudo serem fortes para enfrentarem este mundo que não facilita para ninguém. Tenho certeza de que as descobertas que diariamente nos surpreendem nos fazem crescer como seres humanos. Tenho a agradecer as crianças por todas essas experiências e momentos gratificantes.

GZ: Há algo a mais que você gostaria de destacar?

FKP: Agradecer a minha família por sempre me apoiar nessa missão, tanto enquanto docente como na gestão da escola, agradecer a comunidade do Aymoré por ser tão especial e presente no dia a dia da escola, agradecer a APP pela parceria incondicional e obrigada ao grupo de professores e colaboradores que sempre me apoiaram. O mundo se constrói com pessoas fortes, que oram e que trabalham muito. As virtudes como caráter e bondade devem ser inesgotáveis e que se regeneram a todo tempo, assim a humanidade será diferente.

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