Como está a estrutura do Azambuja que deve receber guabirubenses que necessitarem de internação

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Evandro Carlos Xavier Da Roza, 46 anos, atua no Hospital Arquidiocesano Cônsul Carlos Renaux, o Hospital Azambuja, desde janeiro de 2018 como administrador. Roza é formado em Administração e possui pós-graduações em Gestão Empresarial, Gestão Hospitalar, Gestão de Pessoas e em Lean Six Sigma. Natural de Caçador (SC), é casado com Diana Ferrari. Tem dois filhos: Isabela de 14 anos e Benício de 5 anos.

Diante da pandemia do novo coronavírus, a dependência de Guabiruba ao Hospital ficou ainda mais evidente e a população tem se questionado quanto à estrutura da instituição e a capacidade de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). 

O Hospital Azambuja encaminhou à Secretaria Municipal de Saúde, um ofício solicitando o credenciamento junto ao Governo do Estado, de dez novos leitos de UTI. O pleito foi realizado a fim de garantir estrutura aos casos mais complicados de tratamento de Covid-19, que possam surgir no município e região.

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Diante destas questões, o Guabiruba Zeitung entrevistou Roza para entender a real situação da estrutura hospitalar, além das preocupações que a diretoria tem em relação à pandemia aqui na região.

Guabiruba Zeitung: Como está a estrutura do Hospital Azambuja?

Evandro da Roza: O hospital tem hoje uma média de dois leitos de UTI livres, conseguimos atender ao mesmo tempo quantos casos forem necessários de Covid-19, casos graves uma média de 15 pacientes ao mesmo tempo. No momento, o hospital não apresenta nenhum sinal de superlotação.

GZ: Como estão os atendimentos no Pronto Socorro?

ER: Atendemos uma média de 100 pessoas diariamente. Os atendimentos diminuíram, sendo que em fevereiro atendemos 250 pessoas e em março 120 pessoas em média diária. Isto ocorre por dois fatores: uma maior conscientização das pessoas sobre a Covid-19 e seus sintomas, quando realmente é necessário procurar o hospital; e também uma menor procura por atendimento ambulatorial por qualquer outro motivo, que possa aguardar consulta em outros locais, como clínicas, etc. Tivemos um número elevado de pessoas procurando atendimento no PS na semana do dia 16 de março, preocupadas com o novo coronavírus. Prontamente iniciamos uma campanha de conscientização para que as pessoas evitassem procurar o hospital, que assim o fizessem se apresentassem sintomas considerados graves, como febre e falta de ar. Junto a isso, a Prefeitura de Brusque instalou o Centro de Triagem, no Pavilhão da Fenarreco, o que acabou absorvendo muitos atendimentos de pacientes que apresentaram sintomas leves. Com isso, os atendimentos caíram pela metade no PS.

O Hospital Azambuja conta hoje com 498 pessoas no quadro de profissionais. Na linha de frente de combate ao Covid-19, contamos com 30 médicos e 16 enfermeiros. 

GZ: Qual é a principal preocupação da diretoria do hospital neste momento? 

ER: Estamos preparados tecnicamente. A preocupação é a mesma de toda população: que ocorra um aumento do número de casos de Covid-19, principalmente de casos graves, chegando ao ponto em que fuja da capacidade instalada de atendimento. 

A falta de UTI nos preocupa, principalmente pela impossibilidade de buscar novos respiradores para aumentar a capacidade individual de suporte a pacientes graves.

GZ: O Hospital tem buscado alternativas para mudar esta realidade com relação à quantidade de leitos de UTI?

ER: O Hospital possui 10 leitos de UTI, sendo que um deles está reservado para tratamento de paciente diagnosticado com o novo coronavírus. O governador do Estado, Carlos Moisés da Silva, tem feito consequentes anúncios da instalação de novos leitos de UTI em hospitais de Santa Catarina, mas Brusque não foi incluída nesta distribuição. A referência para Brusque (e Guabiruba), conforme estudos do Governo do Estado, será o hospital de Timbó. Porém, entendemos que é necessário que neste momento o governador análise esta distribuição não somente em macrorregiões, mas também em microrregiões no sentido de garantir os atendimentos às pessoas que precisarem aqui na nossa região, evitando um deslocamento até o município de Timbó. Diante disso, fizemos uma solicitação esta semana, de credenciamento de 10 novos leitos de UTI junto ao Governo do Estado, através da Secretaria Municipal de Saúde. O secretário de Saúde de Brusque, Dr. Humberto Fornari, foi muito sensível à nossa solicitação, pois entende a real necessidade de termos mais leitos de UTI credenciados para atendimento. Temos cerca de 140 mil habitantes em Brusque, somado a isso, os habitantes de Botuverá e Guabiruba e até mesmo de Gaspar, que possivelmente teremos que receber também.

GZ: Estes novos leitos de UTI seriam instalados em qual área do Hospital e qual a necessidade de equipamentos e equipes médicas e de enfermagem?

ER: Os 10 novos leitos de UTI seriam instalados em uma área de internação cirúrgica do Hospital Azambuja, que já possui equipes de médicos e enfermeiros para atuarem caso a resposta do Estado seja positiva ao pleito. Necessitamos de monitores e respiradores para instalação nestes leitos, que ficam ao lado da atual UTI do hospital. Agora esperamos que o governador possa nos atender neste pleito e, desta forma, garantimos uma maior estrutura intensiva aos pacientes que necessitarem.

GZ: E como está funcionando a testagem dos casos suspeitos de Covid-19?

ER: Nós também já adquirimos estes testes rápidos para utilizar em nossas equipes, a fim de garantir a segurança de todos os profissionais

GZ: E no caso de Guabiruba, quantas pessoas são atendidas por mês, em média? E em caso de Covid-19 há alguma diferença entre Guabiruba e Brusque?

ER: Atendemos mensalmente cerca de 600 pacientes de Guabiruba, isso apenas no Pronto Socorro. Não há nenhuma diferença nos atendimentos, atendemos conforme plano operativo, as cidades de Brusque, Guabiruba e Botuverá.

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