Ser empresário é um desafio e tanto, ainda mais diante de uma pandemia com inúmeros outros problemas sociais. Ter criatividade e otimismo é imprescindível para superar os problemas e fazer a vida caminhar, mesmo que a passos mais lentos do que de costume. Além de empresário, Edemilson Nicolau Huber, o Nico, aos 37 anos, é presidente da Associação Visite Guabiruba (AVIGUA).
Transpôs os limites do seu mundo e dedica parte do seu tempo à uma associação que tem como missão pensar soluções seguras para a retomada deste setor, que necessita da movimentação de pessoas.
Filho de Milton Huber e Maria Lourdete Huber, é irmão de Carla Marilene Huber Zucco. Nesta família, a mãe é grande protagonista, pois através dela todos arregaçaram as mangas para criar a fábrica de chocolates artesanal San’ Nicolao. Nico é esposo de Janaina Savczuk Huber com quem tem a pequena Beatriz Huber, considerado por ele o maior presente dado por Deus a ele e a sua esposa.
Nico é uma pessoa que tem o prazer de trabalhar em família e fazer o que ama.
GZ: Como tem sido este ano para o ramo de chocolates artesanais?
EH: Bem, assim como está sendo difícil para todos, não deixa de ser para nós, principalmente porque a quarentena iniciou nas semanas que antecederam a Páscoa, principal data do ramo do chocolate. Tivemos que nos adaptar para poder atender nossos clientes, muitas vendas foram efetuadas através das plataformas digitais, que possibilitaram chegar mais próximo do cliente, proporcionando até entregas à domicílio em Guabiruba e também Brusque e contando com a reabertura da loja a partir do dia 4 de abril, com todos os cuidados de higienização, que se mantém até hoje.
Passado a Páscoa, podemos perceber uma pequena queda no movimento, mas estamos sempre buscando oferecer novidades. Graças a criatividade de minha mãe, Dona Dete [Maria Lourdete Huber], que está sempre buscando algo novo para fazer com o chocolate.
Todos os anos, vínhamos participando de grandes eventos no município, como o Festival Food Truck, Festa da Integração, parcerias em festas de igreja, oferecendo nossos chocolates e foundue. Neste inverno resolvemos vender na própria loja os potes de foundue. Uma embalagem com o creme já pronto para a pessoa aquecer e se deliciar com o chocolate na hora que quiser. E assim vamos nos adaptando a essa nova realidade. Torcendo para que tudo passe logo e todos fiquem bem.
GZ: Como foi o início da sua parceria com a AVIGUA e o que o cargo de presidente representa para você e sua família hoje?
EH: A parceria com a Associação Visite Guabiruba veio somar muito para nossa empresa. Estamos na associação praticamente desde o início, atendendo ao convite do Sidnei Dematé, na época diretor de Turismo de Guabiruba. Nos juntamos aos demais e logo foram vindo outros associados, que estão, em sua maioria, até hoje.
Nos dois primeiros mandatos da diretoria esteve à frente a professora Rosemari Glatz e eu fiz parte como tesoureiro. A partir deste ano, coloquei meu nome à disposição para assumir a presidência, onde os associados aceitaram por unanimidade. Para mim, tem sido uma conquista e também um desafio, mas que me proporciona satisfação em poder contribuir para nossa cidade, sempre buscando o melhor.
Guabiruba tem um potencial muito grande no turismo e temos que explorar isso ao nosso favor. Manter viva nossas tradições. É um orgulho para mim poder estar à frente da AVIGUA e ter o apoio da minha família, que é minha base. Só tenho a agradecer aos meus pais que sempre me apoiaram, me aconselhando, minha esposa que também sempre está do meu lado juntamente com nossa filha.
GZ: O que a AVIGUA tem pensado para reativar a movimentação e o turismo em Guabiruba assim que a pandemia for controlada?
EH: Tínhamos muitos planos para este ano. Nos primeiros meses de 2020 já estávamos nos reunindo para definir nossa participação nos eventos, festas e ações que a AVIGUA apoiaria. Mas, veio a pandemia e tudo mudou. Estamos constantemente conversando para ver as alternativas que vamos tomar daqui para frente.
Queremos achar alternativas para fortalecer nosso comércio local, principalmente nossos associados. Como os eventos que podem gerar aglomerações estão proibidos, estamos estudando ideias de envolver os moradores, incentivar o cuidado que devemos ter com o próximo e poder superar essa pandemia logo. Em breve, divulgaremos mais detalhes.
GZ: Na sua opinião, o que tem colaborado para a permanência da pandemia e a consequente demora na retomada do turismo?
EH: Ao meu ver, estamos precisando de direções certas. Por exemplo, culpam muitas vezes o comércio por querer reabrir, mesmo tomando todos os cuidados para poder receber seu cliente, mas esse mesmo cliente não toma nenhum cuidado. É fácil culpar o próximo e se abster de responsabilidade.
Vejo que várias empresas, ligadas ao Turismo, estão implorando alguma saída para que possam voltar a atender seus clientes. O setor do turismo é um dos que mais está sofrendo com essa pandemia, precisamos nos unir para fortalecermos, procurar saídas para contornar tudo isso da melhor forma.
GZ: Quais os planos pessoais do Nico, assim que essa pandemia passar?
EH: Primeira coisa a se fazer é agradecer por ter conseguido superar, sei que é um momento delicado, onde jamais poderíamos imaginar passar por um ano assim. Mas o que pretendo é dar sequência no crescimento da fábrica de chocolate, procurar exercer com sabedoria a presidência da AVIGUA e principalmente poder curtir ao máximo minha família.
GZ: Para você, qual foi a maior lição de 2020 até agora?
EH: Até agora, para mim, está sendo um ano de aprendizado, adaptação a uma nova realidade, onde todos somos mais cuidadosos para com o próximo. Vejo mais união entre as famílias. Pequenos detalhes que estão fazendo a diferença em nossa vida.