Entrevista: Giovani Ricardo Piaz

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Giovani Ricardo Piaz, 43 anos, é radialista e um dos diretores da Rádio Comunitária Guabiruba FM (98,3), a única com sede no município. Há  um ano e três meses atua como presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Guabiruba, mandato que vai até o fim de 2020, levantando a bandeira de valorização do comércio local e com forte engajamento em causas como a criação de transporte coletivo na cidade, onde a entidade tem articulado o projeto junto ao governo municipal. 

Piaz é natural de Jaraguá do Sul e já morou em várias cidades e estados, dentre eles São Paulo e Goiás. É casado com Helena, com quem tem um filho, Bruno. Já atuou nas rádios Nereu Ramos, Pomerode, Clube de Blumenau, Rádio Blumenau, Difusora de Itajaí, Rádio Menina, Araguaia e Rádio Cidade Brusque.

Diante dos decretos municipais e estaduais, que desde o último dia 18 determinou o fechamento de todo o comércio em Santa Catarina, com exceção dos serviços essenciais como supermercados, farmácias e postos de gasolina, para evitar a rápida disseminação do novo coronavírus no estado, muitas dúvidas e debates foram levantados diante dos problemas econômicos que o país terá que enfrentar após o controle da pandemia. 

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Nesta entrevista ao Guabiruba Zeitung, Piaz apresenta os principais dilemas dos comerciantes guabirubenses, sua visão sobre as últimas decisões tomadas em Guabiruba e no estado. 

GZ: Quais ações a CDL pretendia realizar no início do ano? O que mudou agora com a situação em relação ao novo coronavírus?

Giovani Ricardo Piaz: As ações que a gente pretendia fazer era principalmente descentralizar o Sábado Mais, além de muitas outras atividades visando melhorar o comércio no município, dentre elas uma campanha para a ampliação dos horários de atendimento. Também mudamos a premiação em vale compras para a premiação de uma moto zero quilômetros para o Natal Premiado deste ano.

GZ: O que motivou seu engajamento na CDL de Guabiruba?

GP: A Patrícia Rothermel Ebel era presidente na época e me convidou para fazer parte da diretoria, posteriormente a isso ela me indicou para a presidência da CDL. Infelizmente, hoje, a Patrícia [que desenvolvia o papel de vice-presidente] não faz mais parte da diretoria, uma decisão dela. 

GZ: A CDL já estuda alguma ação para amenizar o efeitos da paralisação durante a quarentena?

GP: Sim, com certeza estamos estudando ações. Mas precisamos que tudo volte ao normal, para então começarmos a agir para que o nosso comércio local possa ser mais valorizado. Estou pedindo para que os locutores [da Rádio Guabiruba FM] falem dos horários em que o consumidor possa adquirir os produtos essenciais, que é o que pode estar funcionando, para que as pessoas consumam de estabelecimentos próximos, e que não vão até Brusque. O fortalecimento do comércio local passa também pela valorização do morador de Guabiruba.

GZ: Quais são os principais medos dos comerciantes da cidade?

GP: O medo do comerciante em geral é não poder pagar suas contas, ter que demitir seus colaboradores e, principalmente, não ter o aporte do governo em poder ter seus impostos prorrogados. Mesmo com as portas fechadas, as contas, os boletos chegam para serem quitados e todos os encargos tributários até agora também chegaram.

GZ: Quais medidas você acredita que os governantes deveriam tomar para assegurar a saúde da população evitando problemas mais graves na economia?

GP: Essa questão de saúde e medidas a serem adotadas é muito complicada, temos as pessoas com risco maior, o sistema de saúde não suporta o que eles estimam que ainda poderá vir pela frente. Eu penso o seguinte: os governantes pensam em fazer bombas nucleares, em satélites, só não pensaram no que um dia pudesse vir acontecer.

O governo até agora só adotou medidas restritivas, mas até o momento, pelo menos, o nosso governador não anunciou uma abertura de UTI, por exemplo. 

GZ: Muitos acreditam que os desafios econômicos serão superados após essa crise, outros são mais pessimistas. Qual a sua visão ?

GP: O brasileiro é um povo criativo e os empresários se inserem nesse contexto, acredito que com a liberação de verbas e o controle dessa doença daqui a pouco tudo entra nos eixos novamente. Já passamos por várias catástrofes climáticas, crise financeira e assim por diante. Acontece que esse não é um caso isolado, o mundo todo vive essa angústia de ter que lidar com a doença e o setor econômico.

GZ: O que os comerciantes de Guabiruba relatam como possíveis soluções para os desafios econômicos, que o município e o mundo devem enfrentar?

GP: Com relação a essa pergunta não posso te afirmar qual o pensamento deles no momento. Até porque com o isolamento a gente não teve oportunidade de conversar com a maioria dos associados. Vamos sim nos reunir para levar os pedidos e as reivindicações para os governantes.

GZ: Que dicas você daria para os comerciantes nesse momento?

GP: Esse é um momento muito difícil, pois existem aqueles que já passaram por muitas crises e se reinventaram, mas que tenham calma, que possam também negociar com seus clientes e fornecedores. Todos sairemos dessa, com certeza.

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