Crédito: Grazielle Guimarães/Guabiruba Zeitung

Um jovem político em seu primeiro mandato no Legislativo e o vereador mais votado nas últimas eleições. Harri Westarb Neto, 31 anos, conhecido como Godo, retrata o desejo dos jovens de não apenas assistirem, mas fazerem parte de forma efetiva da política. Filho de Maria da Glória e Orides Westarb (falecido), Godo é pai das pequenas gêmeas Helena e Heloísa, de três anos. Além das atividades de parlamentar, Harri trabalha como programador na Vantan.

O quarto entrevistado da série com vereadores guabirubenses, fala sobre os desafios de ser um parlamentar de primeira viagem.

GZ: Porque entrar na política tão jovem?
HW: Eu decidi entrar para tentar fazer a mudança, porque realmente fazer a mudança é difícil, mas eu gostaria de tentar. A gente sempre viu o pessoal mais velho e quando recebi o convite do Jaime [Luiz Nuss MDB] e do Haliton [kormann MDB] analisei com calma e decidi ir para ver se conseguiria mudar.

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Colocar pessoas jovens, que gostam de política, esse foi o primeiro objetivo. Apesar de não ser obcecado, eu gosto de política. Até então eu era filiado a um partido, mas não tinha uma relação efetiva, sempre ajudei alguns candidatos fazendo campanha, mas nada além disso. E entrei com esse intuito de mudar, colocar pessoas jovens e aconteceu de conseguir me eleger.

GZ: Quais os desafios em ser um vereador de oposição?
HW: Não é fácil. Eu achei que não seria tão difícil. Mas com o tempo a gente aprende que na política os partidos realmente interferem nas relações. Eu achei que por sermos todos cidadãos nós teríamos uma convivência melhor, mas como oposição, eu vejo que é difícil, porque a gente precisa ficar pedindo, cobrando e o prefeito não está do seu lado.

São pessoas boas, que me atendem bem, mas eu vejo que falta atenção quando não se é da situação. Sendo oposição é mais difícil conseguir que as pautas sejam atendidas ou, pelo menos, avaliadas.

GZ: O que você acredita ser prioridade em Guabiruba?
HW: Principalmente saúde e educação, mas eu dividiria em 95% saúde e educação e 5% esporte. Nosso esporte está muito defasado e nós precisamos fortalecer, principalmente pelos jovens. Na minha época de criança nós jogávamos taco, vôlei, basquete. Hoje, os meninos que a gente vê, normalmente estão por aí num canto, tomando Coca-Cola, falando besteira, mexendo no celular, isso desde pequenos.

Precisamos investir mais nas crianças, principalmente na área do esporte que une educação e saúde. O esporte é essencial na vida de todo ser humano para ter uma vida saudável a longo prazo.

GZ: Você pretende continuar na política?
HW: Sinceramente eu terei que pensar muito até ano que vem. Eu entrei por gostar muito de política, para tentar mudar algumas coisas, mas é muito difícil, sendo oposição mais difícil ainda. As pessoas não veem o vereador como um legislador e sim como um empresário, uma pessoa que tem que fazer o bem para aquela pessoa que pediu e não pensando em conjunto. Se você não faz a vontade de uma pessoa específica, você não vale nada.

A gente é muito julgado por coisas erradas. Tentamos fazer o melhor sempre, só que somos julgados por coisas que não dependem só de nós. Porque para ser um bom legislador você precisa ter um bom Executivo, uma parceria em geral.

Se as pessoas não conseguem o que desejam não é porque eu não quero e sim porque há um conjunto de fatores. Isso me deixa muito chateado, porque nós entramos para fazer o melhor, nem sempre conseguimos e as pessoas nos julgam por isso.

GZ: Você pretende se candidatar para o Executivo?
HW: Eu tenho a ideia de realmente dar um passo à frente e partir para o Executivo, me candidatar a prefeito ou vice-prefeito. No Legislativo eu não desejo continuar mais, porém isso depende de conversas. Ver o que o povo acha, se acha que eu mereço ser candidato a prefeito ou vice, provavelmente serei.

A questão de vereador é um pouco mais complicada, estou quase decidido não ser mais e apoiar um candidato mais jovem para que faça um bom trabalho.

GZ: O que mais te marcou em sua trajetória política?
HW: É minha primeira eleição, tudo novo, coisas novas, novos desafios. Ser vereador não é fácil, é um desafio muito grande. Estamos no final do terceiro ano e acho que o companheirismo que eu tive com todos os vereadores foi o que me marcou mais.

Imaginei que a parte de conversas e diálogos seria difícil, mas nesse quesito de diálogos, estou me dando muito bem, achando que fomos companheiros. Negativamente o que me marcou foram as perdas de muitas amizades. As pessoas te viram o rosto por que tu virou um vereador. Acham que você agora é um empresário, está ganhando bem, uma fortuna. Os amigos começam a te olhar diferente e para mim, pessoalmente, isso me magoa muito, me deixando muito chateado.

GZ: A cidade deverá receber uma quadra poliesportiva, você decidiu se manifestar sobre o assunto após as obras iniciarem, porquê?
HW: Realmente no dia em que o Sesc veio à Câmara falar sobre a obra eu não me pronunciei, deixei os vereadores falarem e na outra reunião eu me manifestei. Disse que vou esperar, porque estamos acostumados a ver obras prometidas ou que iniciam, mas não acabam.

Então eu vou esperar até o início das obras, se for o caso eu parabenizo o prefeito e vice, mas enquanto ela não se iniciar eu prefiro não me pronunciar. Até agora a obra é apenas um sonho, então vamos esperar ela se tornar realidade.

Eu não tenho nada contra os dois [Matias Kohler e Valmir Zirke], mas vejo que não são ligados ao esporte, não praticam nenhuma modalidade. Então se eles fossem pessoas que participassem algo, talvez viriam a área de outra forma.

Não que eles não façam nada. Mas, poderiam fazer mais pelo esporte. A gente vê que no início do ano, quando são apresentados os projetos, os valores destinados ao esporte sempre reduz, diminuindo ao invés de aumentar e agregar valor. Acho que nessa parte deixam a desejar mesmo.

GZ: Quais são seus planos para o futuro?
HW: Eu pretendo continuar no meu emprego [de programador na Vanton], onde estou super feliz, conseguindo conciliar bem a vida política e o trabalho. Pretendo continuar agregando na empresa, ajudando ela a crescer.
Se eu não conseguir me eleger na próxima candidatura de 2020, futuramente desejo me candidatar a um cargo no Executivo. No mais, vou continuar com meu trabalho, meus amigos, futebol, envolvido no esporte e com as pessoas, esses são meus objetivos num futuro próximo.

Por: Grazielle Guimarães / jornalismo@guabirubazeitung.com

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