Entrevista: Patrícia Rothermel Ebel

0
618

Filha de Madalena e Lino Rothermel, Patrícia Rothermel Ebel, 43 anos, é casada com Vilmar Ebel, com quem tem um filho de oito anos: Vilmar Ebel Junior. Moradora do bairro Guabiruba Sul, Patrícia administra com a irmã Roseli Maria o Mercado Rothermel, estabelecimento comercial familiar de 52 anos. 

Ela orgulha-se de ter feito parte da fundação e levar a marca de primeira presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Guabiruba, principalmente por ter sido neta de um dos pioneiros do comércio guabirubense, Godofredo Rothermel, que possuía uma venda de madeira, mais tarde transformada no mercado. 

Patrícia possui mais um irmão chamado Andre Maicon e em fevereiro deste ano escreveu uma carta renunciando ao cargo de vice-presidente da CDL por divergir dos caminhos seguidos pela diretoria a qual integrava. 

- Publicidade i -

Voluntária na Capela Nossa Senhora Aparecida e do Clube Olaria, foi por 15 anos catequista no bairro. Também foi atleta do Olaria por dez anos no time de futebol feminino. “Me aposentei como todo craque: com os dois joelhos estourados”, brinca.

Guabiruba Zeitung: Como foi sua inserção em um esporte predominantemente masculino?

Patrícia Rothermel Ebel: Desde cedo tive sempre muito gosto pelo futebol, porque meu pai queria que eu fosse um menino. Eu nasci em 1976 e era a época de ouro do Flamengo, que tinha ficado campeão mundial em 1981, época do Zico. Então meu pai insistia muito em colocar uniforme de jogador em mim. Ele via a minha mãe colocar vestido e dizia para colocar roupa de jogador. Em 1981, quando o Flamengo ficou campeão, eu tinha cinco anos. Isso foi uma crescente. O gosto pelo futebol, pela política. E aos 20 anos comecei no Clube Olaria. O time feminino já existia, fundado por algumas senhoras e tiveram mais uns dois grupos e dei continuidade. Formei uma equipe que foi se renovando ao longo dos 10 anos. Conquistamos vários títulos. Campeão Municipal chegamos a ficar cinco vezes, campeão da Copa Santa Catarina, campeão do Futsal. Era um time vencedor. Foi dos meus 20 aos 30 anos isso. Aos 30 eu acabei operando o segundo joelho e então realmente tive que deixar o futebol, não foi fácil. 

Guabiruba Zeitung: Como é seu envolvimento social com Guabiruba? 

PRE: Eu sempre tive gosto pelo envolvimento social. Dentro do grupo de catequese, dentro do Olaria. Eu sempre tive o gosto pelo voluntariado. Isso é uma herança do meu pai e da minha família, que sempre trabalharam na comunidade Guabiruba Sul. Lembro que quando era criança a gente ficava no final das festas esperando o meu pai fechar e entregar o caixa. E, até então, nas festas da igreja de nossa comunidade, minha irmã e eu fazemos esse papel. Então, o exemplo a gente tem quando vê.  Quando a gente tem o exemplo e vive ele, fica com essa herança de valores. Eu sempre brinco, num linguajar não tão rico, que não devemos somente fazer peso na terra. Precisamos ser agentes de mudança, com ética e comprometimento. 

Guabiruba Zeitung: Como surgiu a CDL na sua vida? 

PRE: Há cinco anos eu era presidente do Núcleo de Guabiruba e em uma reunião em fevereiro de 2014, que teria a transição de presidente do Núcleo, o presidente da CDL de Brusque, Fabricio Zen, disse que ali tinham pessoas que podiam fazer a CDL de Guabiruba acontecer. Que poderiam se juntar e trabalhar e fazer a CDL de Guabiruba, em passos lentos, mas contínuos. Que ela teria sustentabilidade se todos se doassem. Então veio o convite para ser a primeira presidente da CDL. Encarei esse desafio. Foi um período de cinco anos de muito aprendizado e é uma coisa muito positiva que eu carrego. Cada momento dedicado à CDL, cada pessoa, cada lugar que conheci e tenho comigo o sentimento que a gente ainda tem muito a fazer. Dentro do comércio guabirubense, a gente tem um leque de opções ainda que precisa trabalhar, aprender mais ainda, cada vez mais. E tenho comigo que o voluntariado é a bandeira mais positiva que se pode carregar. Não nos exime de sermos julgados, mas pelo menos não temos remuneração oficial e faz com que a intenção de ajudar e de somar, no contexto geral, fique bem claro. 

Guabiruba Zeitung: Qual o motivo da renúncia do CDL?

PRE: Existiram algumas divergências em relação aos caminhos adotados pela entidade em 2020. Minhas expectativas e ideias sobre o futuro e as atividades da CDL não eram compatíveis com as da diretoria, como a compra de um automóvel, por exemplo. As opiniões começaram a destoar e preferi me retirar, pois não estava sendo saudável para a entidade esses embates. Mas não desisti na CDL, teremos eleições em novembro e pretendo apresentar uma chapa para concorrer.

Guabiruba Zeitung: Você já pensou em se candidatar para algum cargo político?

PRE: Sempre fui envolvida em campanhas políticas, diretamente nunca fui candidata, já fui cogitada várias vezes, pelo meu gosto pela política. Na nossa família o meu marido chegou a ser secretário de Esportes, mas eu particularmente nunca tive nenhum cargo ativo. No momento, não tenho interesse em me candidatar. Gosto da política, de acompanhar, debater opiniões. Depois de ter ficado à frente da CDL, comecei a ter uma visão mais forte de que é necessário trabalhar para todos. Se pode ter preferências, mas o bem comum deve prevalecer. 

Guabiruba Zeitung: Tem algo mais que você gostaria de destacar?

PRE: Que se mude a postura de apontadores para voluntários. Precisamos ter empatia, nos colocar no lugar do outro. Ao invés de criticar, tentar ajudar. Criticar e não participar de nada é um perfil comum, pronto. Torço que a CDL cresça e tenha cada vez mais associados, que ela possa contribuir para o desenvolvimento do comércio e de Guabiruba. A bandeira do associativismo é muito forte e apaixonante. Espero concorrer e com a ajuda dos associados voltar a presidência da CDL de Guabiruba.

Deixe uma resposta