Riffel recebeu uma condecoração honorária do prefeito de Karlsdorf-Neuthard, Sven Weigt, em 2015

Valdir Riffel, 69 anos, é empresário de Guabiruba e um grande incentivador do estreitamento de laços entre os guabirubenses e os alemães, organizando eventos e comitivas que envolvem parcerias entre os dois países.

O filho de Antonio Riffel e Selma Ebel Riffel (in memoriam) iniciou sua vida profissional em 1965 na Iresa, em Brusque, empresa em que permaneceu até 1970. Neste ano, foi trabalhar na empresa Halberg Maschinenbau GMBH em Ludwigshafen am Rhein na Alemanha. Trabalhou e morou no local até 1980, tonando-se metalúrgico. Em 1980, retornou para Guabiruba e iniciou os trabalhos na Cometa e desde 1985 atua na própria empresa Aço Peças, localizada no bairro Imigrantes.

Pai de uma filha, Riffel estudou no Colégio João Boos e teve participação na política guabirubense, sendo vereador de 1989 à 1992. “Foi ótima a experiência, conheci muitas pessoas naquela época e muitas se tornaram amigos e os são até hoje, foi muito gratificante. Naquela legislatura, foi elaborada a Lei Orgânica do município, bastante trabalhoso, me sinto honrado em ter participado daquele momento importante para o nosso município”, afirma o empresário.

- Publicidade i -

Guabiruba Zeitung: O senhor é atuante na cultura, associação empresarial, na política e na sociedade de uma forma geral. O que motiva esse envolvimento comunitário?

Valdir Riffel: Creio que os 10 anos que morei fora do Brasil me marcaram muito, principalmente nos aspectos de aprendizado, participação e de valorizar a terra em que nasci. A saudade faz a gente amar ainda mais o nosso chão natal. Para mim, foi uma grande experiência. Temos todos a responsabilidade de participar na construção de um lugar melhor para se viver e se cada um der um pouquinho de si, formamos uma grande força em prol de nossa comunidade, pois se melhorarmos nossa comunidade, melhoramos todos os níveis de nossa sociedade.

GZ: Como iniciou a Associação Catarinense de Intercâmbio e Cultura (ACIC) e esse trabalho de aproximação entre Guabiruba e Alemanha?

VR: A ACIC foi fundada em 2007 para formalizar parceria com a BSG de Karlsdorf-Neuthard, que foi fundada no mesmo ano. Nos anos 70, quando morava na Alemanha, descobri que meus antepassados Riffel e Schlindwein eram de karlsdorf, e de Neuthard, Schwartz e Münch. Em 1975, fui pela primeira vez para Karlsdorf, que ficava a uma hora de viagem de onde eu morava. Foi o Sr. Herbert Schlindwein quem me deu a informação quando me visitou em 1975.

No final dos anos 80 as visitas entre pessoas de Brusque e Guabiruba e de Karlsdorf-Neuthard começavam a se tornar mais frequentes e os interesses em ampliar os contatos, visitas e parcerias, começaram a crescer. Viu-se então a oportunidade de fundar as duas associações, ACIC e BSG, para em conjunto buscar formas e condições de ampliar as parcerias. Hoje podemos afirmar que valeu a pena, pois sabemos o quanto tudo isso beneficiou nossa amizade e fortaleceu nossas raízes.

GZ: A pandemia afetou de alguma forma os intercâmbios e os trabalhos que vinham sendo realizados com a Alemanha?

VR: Sim, sem dúvidas. Principalmente o contato pessoal, como as viagens entre amigos de lá e cá, dos intercâmbios de alunos, de estagiários, de turistas, dos contatos pessoais entre as diversas parcerias. Havíamos também programado a vinda de uma delegação de Baden em novembro passado em comemoração aos 160 anos da Imigração e a ida de uma delegação daqui para lá em março deste ano. Porém, os trabalhos das parcerias continuam de forma virtual, assim como também foi realizada a parceria entre a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) e Distrito de Karlsruhe em outubro passado.

Em 22 de março teremos um encontro virtual a nível de estado, para homenagear o Sr. Egon Klefenz pelos 80 anos de vida e sua substituição de Representante Honorário de Santa Catarina em Baden-Württenberg, pelo prefeito de karlsdorf-Neuthard, Sven Weigt. Cargo esse nomeado pelo Governador do Estado.

GZ: Como o senhor analisa os impactos da pandemia da Covid-19 na economia e na cultura?

VR: Na economia, na cultura e também nos outros segmentos da nossa sociedade estamos sentindo o impacto da pandemia. Alguns setores têm maiores impactos que outros, de certa forma somos todos afetados. Penso que devemos enfrentar esse mal com o respeito e preocupação que merece, mas não podemos desanimar, temos que tomar os devidos cuidados. Além disso, a capacidade do ser humano em agir e reagir para vencer obstáculos dessa grandeza é muito grande. Precisamos acreditar e ter fé que vamos conseguir passar por isso.

GZ: A empresa Aço Peças sentiu os reflexos da pandemia ou o setor em que atua se manteve estável?

VR: Sentimos os reflexos sim, tivemos um período de parada quase que total, somente em setembro/ outubro passado que iniciou a retomada gradativamente.

GZ: Na sua visão, o que podemos aprender com a pandemia da Covid-19?

VR: Até agora, aprendemos muito com a pandemia. Ela mudou em muito a nossa forma de viver e de ver as coisas. O nosso dia a dia é diferente do antes. Penso que ainda iremos aprender muito, pois no mundo de hoje as coisas acontecem muito rápido, vejamos o desenvolvimento das vacinas, com que velocidade elas foram desenvolvidas e isso para um vírus novo e desconhecido há pouco tempo.

O que realmente vamos aprender com isso tudo, ainda não é possível imaginar. Somente quando o vírus estiver vencido saberemos.

GZ: Como o senhor analisa o desenvolvimento de Guabiruba? Que aspectos podem ser melhorados?

VR: Na minha avaliação, Guabiruba conseguiu um desenvolvimento muito bom, isso sempre foi uma caraterística do povo guabirubense. É claro que sempre podemos fazer melhor e para isso é preciso que todos: seja o poder público, a iniciativa privada, as entidades organizadas e os indivíduos, enfim, quando todos buscam o comprometimento, planejamento e organização, nossa cidade ficará cada vez melhor para se viver.

GZ: O que o senhor espera para 2021?

VR: Para 2021, espero primeiramente que a pandemia acabe, ou no mínimo esteja sob controle para que tudo volte ao normal como era antes da pandemia. Penso, principalmente, nas pessoas como ser humano, que após um ano estão cansadas e sentem a falta de tantas coisas simples da vida, como uma visita a um parente ou a um amigo querido, uma festa na comunidade para churrasco sem ter que usar máscara, distanciamento, etc. Temos que ter esperança e coragem, que tudo ficará bem.

GZ: Que mensagem gostaria de deixar para Guabiruba?

VR: Que Guabiruba continue na rota do desenvolvimento sustentável para o benefício de todos os guabirubenses, que mantenha o equilíbrio em todos os aspectos: saúde, trabalho, educação, dignidade e bem estar, a toda nossa querida Guabiruba.

1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns ao Valdir e sua trajetória. Pessoa tranquila e que tem muito ainda a oferecer de opiniões e participação. Que venham os convites e, vai daqui um abraço e reconhecimento. Delamar Heleno Schumacher.

Deixe uma resposta

- Publicidade -
banner2
WhatsAppImage2021-08-16at104018-2
previous arrow
next arrow