O mito da caverna de Platão associado ao movimento das fakenews. O desconhecimento dos adolescentes sobre a escrita e envio de uma carta, já que as novas ferramentas de comunicação utilizam a tecnologia e estão na palma da mão. O advento da inteligência artificial e seu impacto nas relações humanas. Foi assim, traduzindo conceitos densos da Filosofia, com ênfase no tema da bioética, que a Faculdade São Luiz desenvolveu, de forma presencial, seu projeto de extensão, em parceria com a Escola de Educação Básica Professor João Boos, em Guabiruba.
Por conta da pandemia da Covid-19, os encontros anteriores ocorreram de forma remota. Mas, na manhã desta segunda-feira, 8 de novembro, foi possível a explanação de forma presencial, quando acadêmicos de Filosofia se dividiram em cinco grupos, para dialogar com 110 adolescentes e jovens, das séries do 1º e 2º Ano do Novo Ensino Médio e do 3º Inovador.
“A proposta curricular de extensão está presente nas disciplinas e envolve o trabalho junto à comunidade. Na disciplina de Ética Especial, escolhemos como tema a bioética para conversar com os estudantes, propondo reflexões sobre a robotização da vida, o relacionamento das pessoas nas redes sociais, entre outros. O objetivo também é entender como estes temas são percebidos entre os estudantes do Ensino Médio”, conta o vice-diretor da Faculdade São Luiz e coordenador do curso de Filosofia, padre Aléssio da Rosa.
Segundo ele, a expectativa é que em um próximo momento, os estudantes possam conhecer a Faculdade São Luiz e, principalmente, entender como a Filosofia faz parte da vida, ao chamar a atenção e propor discussões sobre temas relevantes e contemporâneos. “A Ética Especial está relacionada com o agir. Como sociedade, a tecnologia muitas vezes se confronta com temas difíceis, mas que fazem parte da vida e merecem ser discutidos”, pontua.
Escola enaltece o projeto
Para a diretora da Escola Professor João Boos, Rosinei Ana Cugik dos Reis, o projeto de extensão contribui na formação dos estudantes. “Eles acessam conteúdos e realidades para além dos nossos muros e do que acontece aqui. A formação também auxilia os professores na apresentação de um conteúdo mais atual, já que os estudantes de Filosofia têm uma linguagem jovem e mais próxima dos adolescentes”, explica.
Segundo Rosinei, a parceria iniciou de forma remota e ganha força neste momento, pela presencialidade. “Há participação efetiva dos estudantes, pela possibilidade de trabalhar conteúdos que são de difícil compreensão. Desta forma, o aprendizado ocorre de maneira natural, porque se aproxima da realidade”, ressalta.
O professor de Filosofia da escola, Ademir Dietrich, também comemora a parceria. “Pensamos Filosofia como algo distante, racional. E este projeto apresenta temas clássicos e gerais da Filosofia em conexão com o cotidiano. A experiência está sendo proveitosa”, elogia.