Foto: Guabiruba Zeitung

É impossível falar de decoração natalina em Guabiruba sem citar a moradora do bairro Lageado Baixo, Juvelina Ebel. Há quase 20 anos, sempre que o Natal se aproxima, ela começa a mexer nas peças decorativas que guarda no sótão. Então, cada cômodo da casa recebe enfeites, laços e guirlandas. Em uma mesma sala, a professora enfeitou este ano duas grandes árvores, uma com ursos brancos vestidos de Papai Noel e outra com bolas, laços e flores douradas.

“Em um instantinho eu faço. Aquela árvore não levei uma hora”, conta ela, que diz decorar tudo mais para a “gurizada” do que para si mesma.

Mas é no jardim, que a casa de Juvelina revela as maiores surpresas. Para cada Natal, uma novidade. Este ano, um caminho de bengalas brancas e vermelhas faz o trajeto entre o portão e a varanda.

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Em cada cantinho, um detalhe diferente encanta. Tem boneco de neve, presépio de sombra, máquina de neve, laços, bolas coloridas e Papais Noéis de diversos tamanhos. Tudo, claro, envolto por luzes brancas e coloridas, que lembram a todos que o Natal se aproxima.

“Meu pai emendava pisca-pisca aqui, alí, acolá e ia colocando. Ele comprou o primeiro pisca-pisca aqui do Lageado, na Casa Avenida. É uma tradição. Aqui em casa vem o coralzinho cantar todo ano, mas não veio ano passado e esse também não vem, por causa da pandemia. Quando vem é sempre lindo”, conta a moradora.

Para Juvelina, este ano tem pouca decoração em casa. Ela manteve a tradição de enfeitar tudo, mesmo com o coração triste pelas pessoas próximas que perdeu para a Covid-19.

“Perdi um casal de amigos, que quando eu acendia as luzes, a primeira coisa chamava eles. Ele morreu em março e ela em abril. Depois, morreu mais um amigo que trabalhava na prefeitura”, revela.

A professora conta que a amiga que morreu, foi também sua madrasta por 13 anos. “Essas coisas marcam. Aí não dá aquela vontade (de decorar)”, lamenta.

Mas se para Juvelina é pouco enfeite, para quem passa é o bastante para encantar e acalmar a alma. Todos que passam em frente a casa dela ficam admirados e param para apreciar o local, que vira um “ponto turístico do bairro”.

Visita do Papai Noel

Enquanto conta sobre os detalhes deste ano, lá vai Juvelina buscar uma escada de 10 metros que comprou para instalar os ítens decorativos.

Enquanto isso, o sobrinho Julcinei chega vestido de Papai Noel, acompanhado do filho Braian (12) com roupa de Pelznickel. Os dois estavam pela vizinhança distribuindo balas para as crianças do bairro.

“É a primeira vez que me visto de Pelznickel. A gente mandou fazer a roupa, a luva eu tinha em casa e a máscara a gente comprou. Tem algumas crianças que gostam, pedem para tirar foto e outras ficam com medo. O pai já se veste de Papai Noel há uns três anos”, conta o menino.

Na caixa de som do jardim, as músicas natalinas embalam a conversa. “Depende de nós, quem já foi ou ainda é criança, que acredita ou tem esperança, quem faz tudo pra um mundo melhor”… diz a letra da música.

A professora Juvelina talvez não saiba, mas ao decorar sua casa para a gurizada, ela alegra sua família, seus amigos e todos que passam pelo bairro. Com ela, o mundo é muito melhor!

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