PMG/Arquivo

 

A reportagem do Zeitung conversou com o vice-prefeito de Guabiruba, Cledson Kormann. Durante o bate-papo ele falou sobre os desafios dos três primeiros anos de mandato, sobre a próxima eleição e a sua decepção com o seu partido, que lançou um pré-candidato a prefeito no final do ano. Confira abaixo a íntegra da conversa: 

Avaliação do mandato com o prefeito Valmir Zirke até aqui

- Publicidade i -

O mandato até aqui foi principalmente de aprendizado, porque entrei como novidade política, sem conhecimento em gestão pública. Vim da iniciativa privada, com uma visão política talvez um pouco infantil até, pois a gente sempre quer mais celeridade. Todo mundo que está fora da política acaba tendo esta visão de que as coisas poderiam – ou deveriam – acontecer com mais celeridade dentro da administração pública municipal, mas infelizmente quando a gente está dentro da administração é que percebemos como o sistema político brasileiro é burocrático e infelizmente acaba gerando atrasos de execução que, às vezes, não estamos preparados. Isso gera uma ansiedade muito grande. Fora isso, avalio como muito positiva para a minha vida pessoal. Essa experiência política foi muito satisfatória, por mais que eu já tenha manifestado a minha intenção de dar uma pausa, um tempo e talvez realmente não participar das próximas eleições, mas mesmo assim só tenho a agradecer realmente, porque foi uma oportunidade que me foi concedida, era uma vontade que eu tinha. Sempre fui muito de desafios, até para entender mais como funciona. 

Mandato ano a ano

O pilar no primeiro momento foi o enfrentamento a Covid-19. A gente entrou numa disputa eleitoral já durante a pandemia e o primeiro ano foi muito focado em controle e redução de óbitos da doença. E era novidade para todo mundo, não só para mim, que trabalho com saúde, mas para todo gestor foi um desafio muito grande. A população com uma cobrança grande em relação às decisões que a gente tomava, lockdown, vacinação, quem era prioridade, quem não era prioridade. Enfim, tudo era muito novo e desafiador. A gente passou bem o ano de 2021 e 2022 foi a transição entre a pandemia, o boom econômico, a volta das atividades. Foi um ano que tivemos um superávit muito grande, uma arrecadação muito boa na Prefeitura. Conseguimos tocar obras que estavam em um ritmo menor por conta da pandemia. A gente tinha equipes que passavam semanas que ninguém vinha para a obra, pois estavam todos com Covid. Foi realmente bastante difícil. A economia retornou e 2023 foi um ano pós-eleições de governo do Estado e presidente da república. Foi um ano de muita incerteza, tivemos um retrocesso econômico, vimos um grau de endividamento muito grande das famílias, uma inflação ressurgindo de forma expressiva. A Arrecadação do município superou a nossa expectativa orçamentária, mas de uma maneira muito sutil, o que fez com que não pudéssemos ser tão audaciosos nas obras. Tivemos que ser mais conservadores e prudentes. Claro, nunca fizemos nenhum tipo de loucura dentro da administração, mas acendeu um alerta que tínhamos que diminuir o ritmo, que “a coisa” estava um pouco preocupante. O cenário já não era tão satisfatório como nos últimos anos e para 2024 temos a continuidade de todas as obras que falamos na coletiva. Muitas obras importantes, que havia uma carência muito grande. É um município que tem um crescimento muito expressivo, nos últimos 20 anos principalmente, mas a cada ano que passa muitos imigrantes vêm para cá. Inclusive o pessoal de Brusque, ficamos bastante orgulhosos do feedback positivo que recebemos, não só do guabirubense, mas de quem mora no entorno. 

Eleições 2024

Em relação às eleições de 2024 eu já manifestei o meu desinteresse em concorrer, principalmente motivado por decisões familiares, pessoais e referente aos meus negócios. Eu vim da iniciativa privada e nunca tive experiência em administração pública. Acho que por esta situação econômica, principalmente, tenho que focar nos meus negócios. A gente sabe que a vida pública passa, mas a nossa vida pessoal não. Espero que não, pelo menos. A expectativa de vida é de uns 80 anos. Então, quero dar mais atenção aos negócios, que acabei me desvinculando um pouco, tanto na fisioterapia com a clínica e meus pacientes, no pub, restaurante e tal. Sinto que é o momento de dar mais atenção para os negócios e hoje não consigo por conta da administração municipal. Estou todos os dias na prefeitura, às vezes não em período integral, mas todos os dias. Aí tem toda a relação política também, que eu imaginava que poderia estar um pouquinho, não mais favorável, mas alinhada. A gente, às vezes, se decepciona um pouco com o cenário político e tal, com pessoas que a gente acha que poderiam estar junto com a gente ou pensando principalmente no futuro do município. Mas, às vezes, tem um ego envolvido que a gente se decepciona um pouco. 

Partido Político 

Eu nunca tive político de estimação. Me considero uma pessoa, principalmente de Direita, mas quero que a “coisa” aconteça da melhor forma. Quando eu disse talvez que não era candidato, outras pessoas se interessaram como vice, como cabeça de chapa para concorrer a chefe do Executivo. Dentro de um governo que está dando certo a gente tem que pensar principalmente naquele time. O Zirke manifestou o interesse dele de continuar candidato. Acho que dentro de um sistema democrático é natural que várias pessoas tenham esse interesse, mas também entendo que quando existe uma coletividade pensando no bem-estar geral, e, principalmente dentro de uma administração que apresenta resultados positivos, o diálogo é o melhor caminho. Antes de qualquer coisa, chama, conversa para tentar ter um alinhamento melhor e não uma decisão monocrática. Fiquei um pouco triste sim, não tenho porque esconder. Acho que não é sigla partidária que elege um candidato. Já vimos isso, claro, acontece, mas não acho que seja o melhor caminho. Volto a dizer, estou em um partido, mas se pudesse não tinha nenhum. 

Pré-candidatura do PL (Waldemiro Dalbosco)

É uma situação democrática, qualquer um pode ser candidato. Política é isso. Mas não fui informado previamente disso. Eu era presidente do Partido, ainda respondo pelo partido em termos de prestação de contas, enfim, mas talvez como eu não tinha muito interesse, outros pensaram: então vou eu. Acabam se prevalecendo disso. Fiquei decepcionado. Essa é a palavra mais adequada.



Deixe uma resposta

- Publicidade -
banner2
WhatsAppImage2021-08-16at104018-2
previous arrow
next arrow