Orides Kormann é o candidato ao cargo de chefe do poder executivo pelo MDB. Casado há 42 anos, pai de três filhas e avô de três netos, Orides completou 68 anos no dia 16 de outubro.
Esta é a sétima vez que Orides concorre ao principal cargo político da cidade. Sua primeira disputa à prefeitura foi em 1988 e, conseguindo ser eleito em 1992 e administrando a cidade de 1993 a 1996. Em 2004, ele novamente conseguiu se eleger prefeito, sendo reeleito em 2008.
Orides já foi denunciado na justiça por seus atos enquanto prefeito. Quando questionado sobre o assunto, o candidato é categórico ao afirmar que as acusações feitas a ele são políticas e tem o intuito de prejudicar sua imagem.
“Eles sempre começam com a mesma baboseira ‘porque se o Orides ganhar não assume’ ou ‘O Orides está condenado’, é um jeitinho que eles têm de me prejudicar, mas eu sempre falo: em lampião apagado não pousa inseto”, afirma Kormann.
Guabiruba Zeitung: Por que quer ser o próximo prefeito de Guabiruba?
Orides Kormann: Primeiro, (porque) eu tenho uma experiência de três mandatos. Eu conheço Guabiruba como ninguém, sei o que a cidade precisa, quais são as dificuldades, eu sei o que está faltando neste momento, e o partido (MDB) me chamou para voltar a ser candidato. Eu aceitei o desafio porque eu sei que eu posso fazer muito por Guabiruba, que precisa de uma estrutura diferente, precisa do jovem, sim, mas precisa também de alguém com experiência. E nós estamos aí, eu e o Cesário, para fazer o melhor para o nosso município.
GZ: Quais serão suas prioridades na administração se eleito?
OK: Com certeza são muitas, mas o primeiro passo é dar continuidade aos trabalhos que estão sendo iniciados. A gente tem que dar prosseguimento, porque é o dinheiro público que está sendo aplicado, então nós temos que continuar. Melhorar bastante na saúde, principalmente aumentar a oferta de remédios, o atendimento nos postos, a construção de unidades nos bairros que ainda não possuem, abrir salas de vacinação em todas as UBSs, enfim, melhorar bastante no setor de saúde, principalmente aos nossos idosos, que eles sejam tratados com mais carinho. Melhorar o transporte para as pessoas que fazem hemodiálise e tratamentos diversos, para que eles tenham prioridade, para que eles não tenham que precisar ficar um dia todo sentado dentro de uma van esperando os demais pacientes. Essa é uma proposta nossa, de melhorar a saúde, com bastante respeito às pessoas. Falta isso hoje, esse comprometimento do poder público, do servidor, com o nosso cidadão.
GZ: Como o seu governo vai viabilizar a construção de um hospital municipal, proposto em seu plano de governo?
OK: O primeiro passo que nós temos que dar é melhorar o nosso hospital (Associação Hospitalar de Guabiruba) para fazer um atendimento melhor, internações, já estivemos conversando com o Dr. Luiz (Moser, médico e ex-prefeito de Guabiruba) e ele nos deu umas ideias muito legais. Ele foi clínico geral desse hospital por muito tempo, ele conhece como ninguém. O segundo é começar, fazer um projeto, que se adapte ao nosso município e daí sim iniciar esse hospital. Alguém tem que começar para um dia terminar. Não vou dizer: “O Orides começou e terminou”. Se der, graças a Deus, que bom, mas nós temos que correr atrás de verbas estaduais, federais, e nós temos que fazer um malabarismo para conseguir esses recursos. Mas o início vai ser feito, com certeza.
GZ: Ainda na área da saúde, como será a relação do governo do candidato Orides com o Hospital de Azambuja?
OK: A gente sempre foi parceiro do Hospital de Azambuja. Nós temos que parabeniza-los pelo excelente trabalho que eles fazem atendendo toda a região, e nada mais justo do que o poder público municipal de Guabiruba participar financeiramente para manter esse atendimento. Então, acho que isso é importantíssimo e nós vamos continuar sim (a parceria) com toda certeza.
GZ: Como vai funcionar a “Escola Modelo” proposta no plano de governo de sua candidatura? O que ela vai oferecer e como ela vai ser viabilizada?
OK: A Escola Modelo é um recurso que nós temos que correr atrás do governo (para viabilizar). Nós temos que fazer parcerias com Senai, Senac, Sebrae, enfim, os órgãos do governo têm que ter parceria para ter uma escola profissionalizante, de informática, e alguma coisa onde o aluno além de aprender tenha essa capacitação para estar mais perto do mercado de trabalho. Então, como eu sempre falo, tem que ter parcerias, tem que haver conversas com essas entidades, elas estão aí para nos apoiar. Essa é nossa proposta.
GZ: Como os professores vão ser mais valorizados no governo Orides?
OK: Nós sempre, nos meus mandatos anteriores, a gente sempre teve um bom diálogo com os professores. Eles têm que ter (mais) capacitação, tem de serem ouvidos, e o educador tem que ser valorizado também financeiramente se ele não estiver dentro do piso salarial. Nós temos que sentar, inclusive com o sindicato que faz essa negociação, pra gente não prejudicar ninguém. Quem está defasado precisa ser recompensado. Isso é o justo, e o nosso professor sabe, ele conhece o Orides. É o professor que da continuidade a educação dos nossos filhos, ensinamentos, que são o futuro desse nosso município. Graças a esses profissionais que as nossas crianças aprendem e são cidadãos do bem.
GZ: Sobre a questão do transporte coletivo aqui na cidade. Existe um planejamento da coligação em estudar a implantação de um sistema de transporte coletivo que atenda melhor a população?
OK: Quem faz o transporte coletivo no município hoje é a Santa Luzia, e nós temos que sentar com essa empresa que já presta o serviço e buscar num primeiro momento, numa conversa bem amigável, para ver o que eles podem trazer de melhor (para a cidade). Se não acontecer, essa conversa não tiver sequência, a gente tem de, realmente, partir para uma discussão mais ampla. Eu acredito que o povo merece ter mais horários, nós temos ainda muitas pessoas que trabalham em Brusque, e vice e versa, então tem de ser um horário compatível. Então, nós pretendemos sentar com a empresa, eu tenho certeza que o proprietário da Santa Luzia, que é uma pessoa excelente e que conheço de longa data, vai nos receber e poderemos negociar com ele. A prefeitura sozinha não consegue, a gente tem que trabalhar em conjunto com quem presta o serviço de transporte coletivo, então temos que ter respeito pela nossa população, em primeiro lugar, e segundo, lógico, nós temos que fazer essa empresa entender as necessidades do nosso município.
GZ: O abastecimento e qualidade da água têm causado bastantes transtornos em Guabiruba nos últimos anos e mais recentemente a empresa Atlantis recebeu a concessão para explorar os serviços de abastecimento de agua e saneamento pelos próximos 30 anos. A sua coligação tem propostas para auxiliar a empresa no que diz respeito ao abastecimento e saneamento?
OK: Propostas (temos) sim, mas houve uma concessão, a Atlantis ganhou, a prefeitura autorizou a empresa a administrar a água por 30 anos. Em 2010, se não me falha a memória, eu tive um projeto para municipalizar, tirar da Casan (antiga empresa concessionária), a Câmara de Vereadores, naquela época que eu tinha sempre a minoria, foi contra esse projeto, e hoje eles deram essa concessão de 30 anos, o qual eu acho muito tempo. O que nós podemos fazer? Cobrar dessa empresa para ela investir mais, pois eles já estão há um ano aqui, se não me falha a memória, e pouco aconteceu. Está bem pior do que quando a Casan atuava. Reclamaram da tubulação antiga, e realmente foi, a Casan investiu pouco, principalmente em tratamento de esgoto. O que nós vamos fazer é sentar com a empresa, colocar nossas ideias, e pedir mais investimentos pra melhorar a qualidade, a quantidade da água e também começar a implantar o saneamento básico. E se não houver uma conversa amigável, a gente tem que tomar medidas mais drásticas, que seriam até mesmo na justiça, mas Guabiruba não merece esse serviço que nós temos hoje, merecemos uma água de qualidade.
GZ: Como será montada a equipe de trabalho do seu governo e seria possível haver um diálogo com partidos que hoje são seus adversários para compor o governo?
OK: Nós vamos procurar escolher pessoas de dentro do quadro (de servidores), concursadas, se não fechar a gente vai procurar, sim, em primeiro lugar, a parte mais técnica e, lógico, nunca posso dizer “a parte política eu esqueço”. Mentira, porque a gente tem que também fazer essa parte. Seria muito infantil da minha parte dizer “secretaria X eu coloco alguém da oposição”. Será que essa pessoa vai trabalhar conforme as minhas orientações, a minha ideia? Então, ali entra a parte politica e técnica. Nós vamos procurar ser bem técnicos (nas escolhas), experiência nós temos, e mudar bastante secretarias, de repente até diminuir algumas pastas. O primeiro passo é ganharmos a eleição para sentar e ver o que podemos tirar e o que não podemos, o que a lei permite ou não. Então, nós vamos ter muitas mudanças interessantes na administração pública de Guabiruba.
GZ: Como o candidato espera ver Guabiruba daqui há quatro anos?
OK: (Espero ver um) povo mais motivado, uma Guabiruba mais bonita, com uma saúde melhor, principalmente, e eu queria também destacar muito a nossa agricultura. Abandonaram os nossos agricultores, e eles tem que ser melhor tratados, incentivados, porque se ele sai do interior, ele vem para a cidade, e vai inchar, e quando ele produz, nós temos o que comer. Então nós temos que manter o agricultor na sua lavoura, na sua residência, porque só assim nós conseguimos alimentos para a nossa população. Nós incentivamos muito com fertilizantes, sementes, tínhamos um viveiro de mudas muito bem equipado para atender nossos agricultores e muita coisa foi cortada. Não sei se foi por interesse de alguém, o que aconteceu não é o que eu estou questionando, o que eu estou falando agora é que a gente vai reativar, principalmente incentivar a ADERG, rever o preço que a associação cobra da hora por máquina, porque a gente se informou por exemplo com Itajaí, que tem muita plantação de arroz, eles cobram uma média de R$ 30 por hora, e nós estamos cobrando R$ 90, então nosso agricultor, o lucro, dele já é pequeno, e a ADERG está ali para atender, e nós vamos fazer ela funcionar para todos, não só para três ou quatro, como está acontecendo. Ela vai atender a todos por igual, com programação na colheita, no plantio, nós vamos reestruturar isso. Se a associação achar por bem não aceitar, nós vamos criar uma estrutura municipal para atender nossos colonos, com certeza. Eu sempre falo, eu nasci na agricultura, ajudei meus pais a plantar mandioca, milho, a gente sabe o que é sofrer, até meus 18 anos eu participei, então eu conheço o que o agricultor sofre. Os agricultores vão estar bem mais felizes e contentes com o incentivo que vão ter, porque nós sempre fizemos isso pelos colonos.