Foto: Diego Sestrem | Zeitung

A ONG Protegendo os Animais com Todo o Amor – Pata, que há mais de dez anos se dedica ao resgate e cuidado de animais em situação de rua em Guabiruba, pode estar perto do fim. Com o término do mandato da atual presidente em junho, a prefeitura abriu inscrições para uma nova gestão. No entanto, a falta de interessados ameaça encerrar definitivamente as atividades da organização. Além dos desafios administrativos, a ONG enfrenta dificuldades diárias, como a escassez de lares temporários e a falta de recursos para manter os resgates e tratamentos veterinários. Sem uma nova liderança, o destino dos animais que dependem da instituição é incerto.

O Zeitung conversou com a Presidente da Pata, Patrícia Suave, que entrega a gestão no meio deste ano. A costureira, que mora no bairro Aymoré, está à frente da instituição há quase dez anos. “O mandato acaba em junho, e final de maio a gente já tem que prestar as contas e deixar tudo certinho”, conta.

Segundo Patrícia, a ONG opera com a ajuda de voluntários, que auxiliam nos eventos da instituição, mas a maior dificuldade se encontra nas atividades do dia a dia.  “Para eventos a gente consegue um ou outro voluntário, mas a maior dificuldade sempre é no dia a dia. Levar cachorro para a clínica, buscar de volta, casos de abandono, que você tem que ir no local resgatar animal… Esse é o maior problema”, enfatiza.

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“Nos últimos anos, sempre foi praticamente só eu e a tesoureira, que mora em Brusque. Somos nós duas ativas no dia a dia. Aqui em Guabiruba, somente eu”, complementa.

Ela relata ainda que para os casos em que os animais precisam de consultas ou procedimentos veterinários, a ONG conta com duas clínicas parceiras, que ficam em Brusque. “Eles fazem um preço mais acessível pra gente”, pontua.

A Presidente ainda lembra que existem os casos de famílias carentes que precisam de ajuda para seus animais domésticos. “A gente tenta dar o primeiro suporte, autoriza uma consulta, se precisa fazer um Raio X, dar um remédio, a gente tenta algo nesse sentido para ajudar um pouco, mas não é sempre que conseguimos”, observa.

Lares temporários

Para Patrícia, a maior dificuldade enfrentada pela Pata é a falta de lares temporários. Mesmo com a ajuda da ONG para custear as despesas dos animais abrigados, há poucos lares temporários disponíveis. “São poucos, e o que tem, está cheio. Essa é a dificuldade número um. Porque, por exemplo, tem um cachorro abandonado lá no Centro, a gente até pode encaminhar para a clínica, pode fazer o atendimento, o que for necessário, se for cirurgia ou mesmo algo mais simples, a gente pede doação, faz os eventos, e dá um jeito de pagar as contas. Até hoje nunca ficamos devendo nada de valores absurdos, sempre conseguimos pagar. Mas depois, quando esse animal ganha alta da clínica, para onde ele vai? Esse é o problema. Todo mundo que tem lar temporário já está cheio. Ninguém mais consegue pegar animais. E lares temporários novos não aparecem, é raro acontecer”, revela.

Segundo ela, o custo para o lar temporário é zero. “Quando a pessoa nos chama para ficar como lar temporário, ela não tem despesa nenhuma. A gente leva a ração todo mês, leva a medicação, se o animal fica doente, precisa de uma consulta, cirurgia, é tudo por conta da ONG. Não tem despesa nenhuma em sentido de valores. É só cuidar, colocar água, comida e dar medicação quando precisa”, reforça.

Repasse de verba

A Prefeitura de Guabiruba, desde 2023, auxilia a Pata com um valor mensal. “No primeiro ano eles pagaram dez meses de R$ 3 mil. No ano passado, pagaram doze parcelas de R$ 3 mil, e esse ano, vai ser aumentado para R$ 5 mil”, conta Patrícia.

Ela relata que este é o único auxílio financeiro que a ONG recebe, ficando o restante, a cargo dos eventos realizados para arrecadação de valores.

O aumento foi aprovado pela Câmara de Vereadores na última terça-feira (4).

Nova gestão

A Prefeitura de Guabiruba abriu as inscrições para chapas interessadas em assumir a ONG, porém, ainda não houve inscritos.

Perguntada sobre a possibilidade de não haver inscritos para assumir a gestão da Pata, Patrícia é enfática: “Encerra a ONG”.

Em nota, a Prefeitura informou que foram realizadas reuniões conjuntas com as equipes da saúde e do legislativo, e que estão sendo discutidas possíveis soluções para evitar o encerramento da instituição.

Como se inscrever

Para se inscrever, basta preencher o formulário disponibilizado pela Prefeitura: https://forms.gle/KG2PADbUFr4Ddhpv7

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