Imagem: Arquivo Pessoal

O clima natalino está presente na casa de dona Lydia. O ambiente decorado demonstra a perseverança e a disposição da senhora de 81 anos. “Muitos se admiram por eu decorar a casa ainda com esta idade. Mas eu gosto, eu sempre gostei”.

Lydia Carminatti é natural do bairro Guarani, em Brusque. Aos 20 anos casou com Olibio Carminatti, popular Hilário, e passou a morar no bairro São Pedro, em Guabiruba. Ela e o marido construíram uma linda família com os filhos Marcelo e Rodrigo. Ao longo dos anos, Lydia e Hilário trabalharam em sua oficina de bicicletas, que ficava ao lado da residência.

Dona Lydia possui uma bagagem com lindas experiências de serventia e ajuda ao próximo. Por 30 anos, foi voluntária no grupo de idosos Alegria, da Capela São Pedro, onde ela também foi muito assídua nas missas exercendo a sua fé. Também pertenceu ao 4S, um grupo em que Lydia ensinava crianças a cultivarem alimentos na horta e, ainda, as meninas a costurar. Hoje, Lydia ajuda instituições de caridade e se orgulha disso. “Meu forte é ajudar o próximo. Bondade é uma coisa que ninguém pode tirar de mim”.

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Os Natais na casa de dona Lydia são sempre regados de muita alegria. Os filhos e netos se reúnem e celebram junto aos avós a festa do Natal, o nascimento do menino Jesus. “Uma vez que a família está reunida, o Natal é tudo para mim”, pondera dona Lydia. 

Na reunião da família Carminatti está presente o amor, a união, o ânimo em assistir o desfile do Pelznickel e também em poder saborear o panetone tão gostoso preparado pela mãe/avó: o famoso Stollen de Natal alemão.

Prato histórico

O Stollen de dona Lydia é muito similar ao Stollen Alemão. No Séc. 15, na Europa, era proibido o uso de manteiga nas receitas durante o tempo do Advento. Insatisfeito, o príncipe da região onde hoje fica a Alemanha enviou uma carta ao Papa Nicolau para que fosse permitido o uso apenas para sua Corte, pois o Stollen não era gostoso apenas com trigo, fermento, óleo e água. O pedido foi negado.

Passados cinco papas, finalmente foi autorizado o uso primeiramente para a corte. Mais tarde, a manteiga foi liberada para a população com uma taxa de impostos para apoiar a construção da igreja de Freiburg.

Hoje, o Stollen é um ícone da cultura natalina alemã e possui até um festejo especial. É o Dresden Stollen Festival, uma festa que acontece na cidade de Dresden, há 102 anos, e conta com um panetone gigante que pesa de três a quatro toneladas. O pão é levado num desfile até a feira de Natal por uma carruagem, onde é cortado, em uma cerimônia, por uma faca de prata gigante de 1,60m e servido para o público. O maior Stollen já feito tinha 72 metros de comprimento e foi certificado pelo livro de recordes Guiness Book.

Dona Lydia conta que aprendeu a receita com uma amiga há aproximadamente 30 anos. Desde lá ela vem fazendo o Stollen assiduamente nos Natais para sua família.

STOLLEN 

Ingredientes

2,5 kg de trigo

6 ovos

1 pacote e meio de manteiga

5 colheres de nata fresca

300g de açúcar

1 litro de leite

400g de castanhas descascadas

400g de cidra

2 laranjas

1 colher de licor ou rum

100g de fermento

500g de passas

Modo de preparo

Fazer a massa à noite

Dissolver o fermento com leite morno e um pouco de açúcar

Misturar tudo, menos as passas

Colocar as passas quando a massa já estiver trabalhando. Quando a massa estiver pronta, deixe crescer.

Quando abrir a massa, passar a manteiga derretida e deixar crescer novamente. Quando estiver crescida, passar manteiga derretida em cima e colocar ao forno. Depois de assado, passar a manteiga derretida novamente, em seguida, peneirar o açúcar em cima.

Rende 7 stollen.

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