Desde a 1ª fase do curso de Medicina do Centro Universitário de Brusque (Unifebe) os acadêmicos atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros, interagindo com a comunidade. Esse contato com a realidade prática da profissão é uma das características das Metodologias Ativas de Ensino, método que coloca o acadêmico no centro da aprendizagem, participando ativamente das aulas e refletindo sobre as possibilidades de atuação.

Com o intuito de proporcionar esse contato prático, a instituição firmou uma parceria com a Prefeitura de Brusque, que prevê a atuação dos estudantes de Medicina nas Unidades Básicas de Saúde do município. De acordo com a professora Juliana Chaves Costa Pinotti, responsável pela disciplina Interação em Saúde na Comunidade (IESC), a participação dos alunos nos bairros contribui para melhorar o atendimento do Sistema de Saúde. Somente em 2021, mais de 250 acadêmicos estão atuando nas UBS’s, supervisionados por profissionais da área.

“Essa convivência direta com as equipes e com a comunidade possibilita que eles participem da resolução de diversas situações cotidianas, que os médicos e demais profissionais das UBS enfrentam diariamente. Ao final de cada fase, eles criam um Projeto de Intervenção na Unidade de Saúde que possibilita agir sobre os cenários constatados e contribuir, na prática, para o Sistema de Saúde do nosso município”, detalha Juliana.

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A acadêmica da 6ª fase, Milena Fabrizio, acredita que a metodologia prática do curso de Medicina da Unifebe faz com que os estudantes estejam mais bem preparados para o atendimento direto com a população. “Desde a primeira semana de aula tivemos contato com pacientes reais. Foi muito importante para podermos desenvolver um raciocínio clínico, realizando o diagnóstico e oferecendo o tratamento adequado desde cedo. Nas UBS’s, nos deparamos com situações delicadas e isso também nos ajuda a ter mais empatia pelos pacientes”, comenta a futura médica.

Para o coordenador do curso de Medicina da UNIFEBE, doutor Osvaldo Quirino de Souza, as Metodologias Ativas de Ensino oferecem diversas vantagens aos futuros médicos. “O acadêmico fortalece seu aprendizado, trabalhando com contextos reais. Além de ser uma proposta mais motivadora que as tradicionais, ela fomenta o trabalho em equipe e a visão humanística do médico”, enfatiza Osvaldo.

Uma das metodologias utilizadas no processo de ensino e aprendizagem é o PBL (Problem Based Learning), Aprendizagem Baseada em Problemas. No PBL, os acadêmicos recebem do professor um problema médico, que deve ser resolvido a partir de pesquisas, de maneira ativa, colaborativa e interdisciplinar. Nesse contexto, ao buscar as respostas, por meio de uma investigação orientada pelos professores, o aluno se torna protagonista de sua aprendizagem.

“É uma estratégia para que o aluno aprenda de forma mais efetiva. Para isso, é necessário que o ensino seja integrado e contextualizado, os acadêmicos não aprendem de forma isolada, e sim a partir de uma discussão de um problema, envolvendo vários elementos, fazendo com que ele esteja no centro do próprio aprendizado. Essas ferramentas são as melhores formas de fixar o conteúdo e estão alinhadas com as diretrizes curriculares dos cursos de Medicina”, explica o coordenador adjunto de Medicina da UNIFEBE, doutor Antônio de Pádua Santos Lanna.

Laboratórios e ferramentas de ensino
Além do PBL, ao longo dos seis anos da graduação, os acadêmicos contam com outras ferramentas de Metodologias Ativas de Ensino, como TBL (Team Based Learning), Aprendizagem Baseada em Equipes, e o Aprendizado Simulado. No Bloco da Saúde, por exemplo, nos laboratórios de Simulação Realística, os acadêmicos utilizam robôs, que reproduzem situações clínicas reais, como paradas cardíacas, partos e intubação. “A prática nos simuladores desenvolve mais segurança e confiança nos futuros médicos até exercerem, efetivamente, a profissão”, complementa Osvaldo.

A UNIFEBE conta com dois laboratórios equipados com robôs de simulação de alta fidelidade, com condições vitais semelhantes a uma pessoa na vida real. Em um dos espaços, os alunos praticam em um robô adulto e em outro com uma mulher grávida e um bebê. Os estudantes também têm à disposição peças anatômicas sintéticas, um laboratório de anatomia com peças anatômicas humanas e um acervo de ossos e peças patológicas.

No Laboratório de Habilidades Cirúrgicas e Suturas, os alunos podem praticar procedimentos, utilizando manequins, réplicas de peças anatômicas, sangue simulado e tecidos sintéticos. Já nos laboratórios de Consultórios e Residências Simuladas, os estudantes simulam situações clínicas diversas, enquanto são orientados e observados pelos professores. As salas são projetadas com sistema de áudio e visualização unidirecional, para que as atividades sejam acompanhadas sem interferência direta.

Para simular situações clínicas que podem ocorrer durante o atendimento e hospitalização de um paciente, os acadêmicos de Medicina contam com um Laboratório de Habilidades Médicas – Enfermarias. Os espaços são equipados com simuladores para o treinamento da semiologia médica e procedimentos como punção periférica, sondagem vesical e nasográstrica, intubação e cardiopulmonar.

Durante a graduação os acadêmicos também aprendem análises clínicas laboratoriais. É no Laboratório Multifuncional que, além de estudo microscópico de vírus, bactérias, fungos e parasitológicos em geral, eles praticam a bioquímica, fisiologia, microbiologia, parasitologia e farmacologia.

Prática ambulatorial
Fora dos laboratórios e das salas de aulas, neste semestre, além das Unidades Básicas de Saúde, os acadêmicos da 5ª e 6ª fase passarão a atuar também no ambulatório do Hospital Azambuja, na Policlínica, no Centro Integrado de Apoio Psicossocial (CIAPS) e no Hospital Dom Joaquim. “Todos ganham com essa atuação dos futuros médicos nas mais diversas esferas da saúde no município. Juntos eles somam forças ao efetivo, e o paciente passa a contar com mais um apoio durante o seu atendimento”, conclui Lanna.

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