Na madrugada de 17 de agosto, em consequência de falência cardiorrespiratória, faleceu o Frei Pascoal (Honório Dalbosco), nascido em Guabiruba no dia 14 de junho de 1923. Seus pais, já falecidos eram Luiz Dalbosco e Magdalena Smanioto.
Com 22 anos de idade, ingressou na Pia Sociedade de São Paulo, já como postulante, no dia 6 de janeiro de 1945. No ano seguinte, fez o noviciado, sob o acompanhamento do Padre Irineu Gramaglia. Na solenidade de São José, 19 de março de 1947, emitiu os primeiros votos religiosos como Discípulo do Divino Mestre. No dia 7 de março de 1949, foi enviado a Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, para dar início à nova comunidade.
Em 1954, foi enviado ao nordeste brasileiro, à capital de Pernambuco, Recife, retornando dois anos depois ao sul do Brasil, para a comunidade por ele iniciada. Em 1962, foi transferido para a capital paulista, residindo na Comunidade da Cidade Paulina.
Em 1975, como dizia o próprio Frei Pascoal, aconteceu algo extraordinário em sua vida: foi eleito, pela Província brasileira, como membro participante do Capítulo Geral. E aí, foi eleito conselheiro geral, sendo superior geral o Padre Renato Perino (* 1920 — † 1995). Concluído esse serviço prestado à Congregação, regressou ao Brasil, em 1980, e passou a residir em São Paulo. Em 2001, foi transferido para Caxias do e em dezembro de 2010 regressou a São Paulo, onde viveu seus últimos anos.
Durante sua prolongada vida, exerceu o apostolado paulino nos aspectos criativo, técnico e difusivo: departamento editorial, preparação de originais e revisão de textos; gráfica (impressão, linotipia, paginação), livraria e aulas aos seminaristas.
Quanto aos estudos, Frei Pascoal frequentou apenas até o terceiro ano da Escola Primária Municipal. Entretanto, é louvável sua dedicação aos estudos por conta própria, tornando-se um autêntico autodidata. Ele mesmo o reconhece: “Todas essas atividades exigiam de mim muito estudo, sobretudo de línguas, por isso aprendi português, italiano, espanhol, francês e inglês, sem sentar em banco de faculdade. Sou, e orgulho-me de sê-lo, autodidata.” E concluía: “Tudo é graça de Deus. E oxalá eu não tenha perdido nada no empenho de fazer frutificar essa graça.”
Nos últimos anos, depois de ter sofrido uma intervenção cirúrgica no fêmur, Frei Pascoal tornou-se refém da cadeira de rodas e dos cuidados de profissionais da saúde. Mesmo assim, ele participava diariamente da celebração eucarística, além de outra hora de oração na capelinha do Seminário. Não perdeu o bom hábito da leitura diária do jornal impresso, além de manter-se atualizado mediante as notícias da televisão. Nos dois últimos anos, sua saúde piorou significativamente e foi perdendo a capacidade de dialogar.
O Frei tem um livro escrito sobre sua vida escrito pelo padre guabirubense Eder Claudio Celva.