Natural de Vitor Meireles, Márcio Pasqualini mudou-se para Guabiruba em 1991. Conta que precisava praticar um esporte, iniciou com futebol, porém logo percebeu que não podia jogar em grupo, não sabia perder e nem aceitava uma derrota. Foi expulso de uma partida, por brigar no jogo. Depois disso, viu que deveria praticar um esporte solo, que a competição fosse com si próprio. Corrida, pois esse é o esporte que o move há 23 anos. 

E, por isso, vez ou outra, vemos ele correndo nas ruas de Guabiruba, com pneus nas costas ou puxando um carrinho com seu filho dentro. “Resistência é algo que se perde rápido e não está fácil com os jovens de hoje em dia, com 45 anos preciso estar sempre me desafiando”, explica. 

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Márcio participou da primeira corrida nos jogos comunitários de 2000. Dias após, de uma corrida de trilha de 15 km em Taió, sem experiência alguma. Para se ter noção, fez a prova de chuteira, chegou andando no final da competição e ficou na posição 300. Voltou revoltado, porém decidido. Decidiu levar a sério e começou a treinar. Nesta época, pesava 98 kg. Hoje, pesa 62kg. 

Desde então, correu seis maratonas (42 km), uma ultramaratona (45 km) e ganhou em 1º lugar a primeira maratona em Brusque, no ano retrasado. Márcio é o único catarinense bicampeão da meia maratona “O2” de Floripa; 1º lugar nos 45 km da Costa Esmeralda e há alguns dias ganhou os 20 km de Laranjeiras. Participou da São Silvestre por oito anos consecutivos e a melhor colocação de largada foi a 28ª.

Mas para tantos méritos é preciso muita dedicação e ele corre 150 km por semana. De segunda à sexta-feira corre entre 30 e 50 km por dia. No sábado, descansa e nos domingos participa das provas. Somente este ano, foram 29 competições e todas elas com classificações entre 1º e 5º lugar. 

Márcio trabalha há 21 anos na Florisa e conta que no verão sai para correr às 3h30 da manhã na Beira Rio (em Brusque) e depois da corrida vai para empresa, toma seu banho e começa a trabalhar. Quando chega em casa, após o almoço, volta a correr. No inverno, alega ter dificuldades para treinar, até porque tem problema na coluna e com o frio as lesões acontecem com mais frequência. 

arquivo pessoal

Para ele, é difícil se manter no esporte. “Antigamente era um esporte barato, mas hoje, e ainda sem patrocínio, tenho algumas dificuldades. As provas, roupas e tênis são muito caros e corrida é um esporte que virou uma febre, então os preços se elevaram”, ressalta.

Márcio diz que o esporte mudou sua vida. Por conta dele possui saúde, tem histórias para contar, conheceu pessoas do mundo todo e fez muitas amizades. Porém, o que mais o motiva, é continuar a correr pelo seu filho. “A maior alegria do meu filho é quando me vê chegando durante a prova. Ele vai ao meu encontro para cruzar a linha de chegada na minha frente. Não tem nada mais recompensador do que ver a alegria do meu filho”, afirma. 

“Não preciso ser motivo de admiração para os outros, sendo para o meu filho e incentivando ele a ter mais qualidade de vida e praticar um esporte, já estou realizado”, acrescenta o atleta.

Quando pergunto se ainda tem um sonho, Márcio conta que é correr a Serra do Rio do Rastro e se tudo der certo, em 2024, realizará esse desejo. Quem sabe, traga mais uma medalha para Guabiruba, pois desistir não existe para quem ama um esporte. 

 

 

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