A sociedade vive uma grande mudança em todo o mundo. A globalização de informações ganhou toda a força com a era digital. Temos acesso ao mundo na palma de nossas mãos. Ao menos, parcialmente. Afinal, nem sempre sabemos se o conteúdo que estamos consumindo é verdadeiro ou maquiado, numa construção de narrativa, para nos encantar e envolver. O mundo digital permitiu grandes avanços, inclusive na facilidade de acessar novos saberes, que noutra hora, seria necessário talvez cruzar o Atlântico para descobrir. Agora você estuda no conforto do seu lar e pode aprender com grandes professores dos mais variados temas.

Mas como a internet naturalmente se tornou uma grande vitrine de vendas, é necessário o discernimento para entender o que ali é de fato construtivo e o que é mais falso que nota de 3 reais; afinal, hoje é importante verificar os sites de compra, ver sua segurança, pois cair num golpe nunca foi tão fácil. E o mesmo vale para qualidade dos conteúdos e sua veracidade, afinal, o fake news se espalha mais rápido que ervas daninhas e quando vemos, estamos espalhando correntes que não tem um pingo de coerência. Realmente, a atualidade nos pede mais sagacidade que nunca, e ainda mais discernimento, para compreender o que é verdadeiro, do que é falso ou ainda uma meia verdade.
Mas o que isto tem a ver com nosso lar ser um refúgio de paz? Vamos voltar um pouco no tempo, quando ainda não vivíamos hiperconectados. Qual era a sua rotina habitual? Acordar, tomar seu café da manhã, levar as crianças na escola, ir trabalhar, voltar pra casa, descansar e ficar em família. Claro que há variações de realidade e rotina, mas havia uma divisão mais clara entre o envolvimento com o mundo externo e nosso lar, nosso mundo particular e de repouso e revitalização. É claro que havia a televisão e o rádio, mas ainda assim, a interação era menor e de certo modo mais formal, já que você não ficava sabendo e acompanhando a vida dos famosos, a não ser em revistas de fofoca ou no Big Brother Brasil.

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E hoje? Você consegue acompanhar os stories do Instagram de quantas pessoas quiser e ver “toda sua rotina” ou melhor, aquilo que ela deseja mostrar, é claro. Muitas vezes, é tudo estratégico, pois é um mercado digital, mas como também é uma rede digital, que traz esta sensação de conexão e proximidade, isto acaba nos confundindo. Fato é que estas mudanças vieram pra ficar. A tecnologia vai evoluir a cada dia, o que gera mais facilidades e também desenvolvimento social, e acredito que um dia haverá mais igualdade social também, mesmo que demore a se concretizar. Mas a questão é que é tempo de aprendermos a discernir. Sabe a divisão do joio do trigo? Pois é, precisamos fazê-la em nossas vidas, e acredite, cada pessoa tem a sua seleção especial, pois cada uma possui necessidades especiais. Então não cabe a mim, nem ninguém julgar o que você escolhe consumir de informações no dia a dia.

Mas minha sugestão aqui é: não perca sua paz, vivendo imerso no mundo digital. Não me leve a mal, ele é ótimo e rompeu com as barreiras do acesso à informação, mas se não soubermos discernir e consumir estas informações com qualidade e consciência, vamos ser apenas espectadores da vida, e não protagonistas da nossa própria história. E pra não perder a sua paz, reflita sobre como está consumindo estas informações, se elas agregam valor em sua vida, se lhe nutrem positivamente. E ainda assim, mesmo sendo um conteúdo de ponta, de absoluto proveito, tenha um tempo livre de telas.

E aqui entra a bênção do nosso lar. Ele naturalmente é um refúgio, onde nos sentimos acolhidos e revitalizados, onde estamos mais imersos em nosso mundo íntimo, que em contato direto com o mundo externo. Desfrute o silêncio. Desfrute acordar cedo e conversar com quem está ali contigo. Desfrute sentar no escuro da noite em sua sala, tomando um chá, ouvindo uma música ou se você tem o privilégio de morar perto da natureza, ouvindo o canto das aves, o vento que corta as árvores ou ainda o abençoado som da chuva, que vem lavar e nutrir a terra. Acredito que podemos sim viver em harmonia com o mundo digital, desfrutando suas oportunidades, mas sem perder a preciosidade da vida no aqui e agora, que se desenrola na sua frente, dia após dia, e nem sempre paramos pra contemplar o sol, as estrelas, a própria vida.

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