O Brasil vive uma fase curiosa, onde até no futebol, nosso refúgio emocional, se reflete o caos econômico. A goleada de 4 a 1 da Argentina sobre a seleção brasileira foi o retrato perfeito da nossa economia: um ataque show, cheio de estrelas, mas sem funcionar; um meio-campo medíocre, sem articulação; e uma defesa de várzea, que não segura nada.

Vamos começar pelo ataque. O governo adora lançar medidas econômicas que parecem boas à primeira vista. O novo consignado CLT, por exemplo, promete juros baixos e acesso fácil ao crédito. Só que, como no futebol, a empolgação com o ataque esconde a fragilidade estrutural. Usar o FGTS como garantia até parece uma boa ideia no papel, mas é uma verdadeira enganação. O trabalhador não pode sacar o próprio dinheiro porque seria “irresponsável”, mas pode usar esse dinheiro como garantia para um empréstimo com juros de 3% ao mês. Isso não é só uma ironia, é um absurdo! Acredite, no mundo do crédito, ser “responsável” é aceitar um risco absurdo, enquanto ser “irresponsável” é querer acessar sua própria poupança.

Agora, vamos para o meio-campo. Aqui, a jogada é política. A camaradagem entre políticos e grandes interesses financeiros é clara. As medidas econômicas muitas vezes são feitas para agradar bancos, não para proteger o trabalhador. O resultado? Bancos sorrindo à toa, com lucros crescentes e sem um teto para as taxas de juros. Já o trabalhador, endividado até o pescoço, vai se afundando mais e mais. É um jogo de quem tem o poder e não quem precisa de ajuda.

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E a defesa? Essa é a parte mais preocupante. A base econômica do país é um verdadeiro desastre. A falta de confiança nas políticas públicas espanta investidores e impede o crescimento. É como uma defesa de várzea, que não consegue segurar nem um ataque médio. O que vemos é um cenário de vulnerabilidade que, assim como no futebol, pode nos levar a derrotas ainda mais humilhantes no futuro.

A goleada de 4 a 1 da Argentina foi mais que um aviso para o futebol, foi um recado claro para a economia. Sem equilíbrio, planejamento e uma base forte, o Brasil vai continuar colecionando fracassos, tanto dentro quanto fora de campo. No fim, quem paga a conta é o brasileiro, o torcedor e o cidadão de bem, que se vê preso nesse ciclo de derrotas no futebol e na economia, com promessas vazias e soluções superficiais. O governo brasileiro precisa abandonar soluções improvisadas e, finalmente, construir um futuro sólido, com reformas reais que coloquem o país no caminho do crescimento e da justiça social para todos. E, em certos momentos, a única saída pode ser mudar o comando técnico – seja no futebol ou no governo.

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