Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez declarações polêmicas sobre as eleições de 2026, sugerindo que, caso não possa concorrer, lançaria um nome de sua família como sucessor. Embora a intenção de manter sua influência seja compreensível, surge a necessidade de refletirmos sobre o papel crucial de Bolsonaro na mentoria de novas lideranças da direita brasileira.
Bolsonaro construiu, sem dúvida, uma base sólida de apoio, tornando-se a maior referência da direita na história recente do Brasil. No entanto, ao manter-se no centro das atenções e não orientar outros nomes promissores, o ex-presidente corre o risco de enfraquecer o movimento conservador. Sua principal função, neste momento, deveria ser atuar como mentor de uma nova geração de líderes, capacitando-os a assumir responsabilidades maiores e garantindo a continuidade de seu legado político. Ao optar por uma candidatura familiar, Bolsonaro abre espaço para divisões internas e para a ascensão de alternativas que podem fragmentar a direita.
Diversos nomes estão despontando como potenciais sucessores de Bolsonaro. Entre eles, destacam-se Romeu Zema, governador de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás, que já se posiciona como pré-candidato à presidência. Outros, como Nikolas Ferreira e Tarcísio de Freitas, também são mencionados, embora o ex-presidente tenha apontado que o primeiro ainda carece de amadurecimento político, enquanto o segundo depende do seu apoio para uma candidatura mais robusta. Em um cenário de crescente desaprovação ao governo de Lula, a direita tem a oportunidade de se consolidar para 2026. No entanto, a insistência de Bolsonaro em manter o protagonismo, em detrimento das lideranças emergentes, pode ser prejudicial.
A principal questão é que a direita precisa se unir em torno de um ou dois nomes fortes para evitar a fragmentação de votos. Se o campo da direita se dividir em várias candidaturas, a dispersão eleitoral pode favorecer o retorno de um governo de esquerda, ainda que Lula não vença no primeiro turno. Esse cenário, com múltiplos candidatos e pouca articulação, é perigoso para um movimento que visa reposicionar o Brasil no caminho da prosperidade.
No momento em que a política pede uma “nova política”, é essencial que a direita se distancie do apadrinhamento e do coronelismo. Bolsonaro tem a responsabilidade de guiar e fortalecer os novos líderes, abrindo espaço para que suas ideias se consolidem. Se ele continuar priorizando a continuidade familiar ao invés da renovação da liderança, o futuro da direita brasileira ficará comprometido.
Portanto, é imperativo que Bolsonaro compreenda sua função agora como mentor e não como protagonista eterno. A direita brasileira precisa se endireitar, e a hora de fazê-lo é agora. A estratégia de consolidar uma liderança forte e unificada para 2026 será decisiva para garantir um futuro promissor, não apenas para o movimento conservador, mas para o Brasil como um todo.