Eu vivo na bolha, confesso. Boa parte dos meus leitores também são habitantes da bolha. E os que não são, até agora não fazem a mínima ideia sobre o que me referi até o presente caractere. Estou falando (escrevendo) sobre a bolha da política. Quando um indivíduo, cidadão se interessa, consome, conversa, debate, estuda sobre um determinado tema, acaba por se relacionar cotidianamente com o tema. Seus amigos, seu tempo gasto e, agora, suas redes sociais acabam se tornando tendenciadas ao tema de interesse, criando um microcosmo onde as interações das relações cotidianas deste indivíduo acontecem. A este fenômeno chamamos de bolha. De uns tempos para cá – e eu sou da geração que pegou justamente a transição destes tempos, pois passei infância e parte da juventude “offline”, mas não posso me autointitular um neandertal na geração “online”, já que tive contato relativamente jovem, a ponto de me considerar, sim, um homem de meia idade “antenado” – as redes sociais tornaram as bolhas em organismos superpotentes, capazes de definir certo e errado, bom e mau, santo e profano. São as novas gangues, fraternidades que agora se reúnem online e desenvolvem seus propósitos, sejam eles quais sejam. Comentava com um amigo que as redes sociais criaram a incrível e única capacidade de um ser, de dentro de sua residência em qualquer lugar do planeta, conseguir a proeza de me importunar dentro da minha casa, sem ao menos saber quem sou e muito menos onde moro. É o novo normal, do qual nunca irei me acostumar.
Pois bem, toda essa ladainha é para dizer a você, amigo e amiga leitores que, mesmo sendo eu habitante fascinado da fantástica bolha da política, já estou um pouco empanzinado com tanto conteúdo de campanha. Cabe ressaltar que tem gente fazendo bonito nas redes sociais, mas para os da bolha da política e, mais ainda, para os que não são da bolha, apertem os cintos que a viagem está só começando. Estou resmungando, mas não reclamando, tá? É um mal necessário. O lado bom de nossa geração é que temos total acesso aos conteúdos de todos os candidatos, prefeitos, vices e vereadores. Essa facilidade qualifica nossa escolha. Não dá para dizer que você não tem como conhecer o candidato, só não conhecerá se não quiser. Ou não se interessar.

Mudando de assunto…
Semana que vem vamos conversar sobre a proporcionalidade. O voto no vereador nunca é jogado fora, sempre vai para alguém, sabia?

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