A visita de Gusttavo Lima a Brusque foi um verdadeiro evento. O cantor, conhecido como “Embaixador”, trouxe seu carisma e energia para o Centro Administrativo da Havan, onde foi recebido com festa pelos colaboradores e pelo empresário Luciano Hang. Entre selfies, risadas e até uma palhinha de seus sucessos, Gusttavo demonstrou, mais uma vez, que sabe como cativar uma plateia, seja no palco ou fora dele. Contudo, enquanto o clima era de celebração, nos bastidores, a visita levantou questões que vão muito além da música.
Afinal, Gusttavo Lima está sendo cotado para compor uma chapa presidencial ao lado de Ronaldo Caiado, governador de Goiás. A ideia de um cantor sertanejo na corrida presidencial pode parecer inusitada, mas não é inédita. A política brasileira já flertou com figuras populares antes, como o apresentador Silvio Santos, que chegou a cogitar uma candidatura à presidência, e o cantor Agnaldo Timóteo, que também tentou entrar na política com sua popularidade. No entanto, essas aventuras políticas não tiveram muito sucesso.
O que Gusttavo Lima representa é um perfil de candidato que tem ganhado força nos últimos anos: alguém que se posiciona como “fora da política tradicional”, mas que, paradoxalmente, acaba sendo usado como peça estratégica por políticos experientes. Caiado, por exemplo, pode estar apostando no apelo popular de Gusttavo para ampliar sua base de apoio e ganhar visibilidade nacional. É uma jogada inteligente, mas será que é genuína? O próprio Gusttavo já declarou que não tem partido e que qualquer decisão sobre sua candidatura só será tomada em 2026. Isso levanta a suspeita de que ele pode estar sendo usado como um “rosto” para atrair atenção, sem intenção real de entrar na disputa.
Essa estratégia de usar celebridades como “isca” política não é nova, mas raramente é sustentável. O público pode até se encantar com a novidade, mas, no fim, o que conta é a consistência e a capacidade de entregar resultados. Gusttavo Lima pode ser um excelente cantor e empresário, mas será que ele quer ou está preparado para o peso de uma campanha presidencial? Ou será que, no fundo, ele prefere continuar sendo o “Embaixador” da música, deixando a política para quem realmente quer jogar esse jogo?