Quando a bolsa de valores balança, muita gente entra em pânico. E com as tensões crescentes no Oriente Médio, especialmente com a guerra em Israel, os mercados globais têm mostrado sua sensibilidade. Investidores vendem ativos, os índices despencam, e o noticiário pinta o cenário com tons de tragédia. Mas será que instabilidade é sinônimo de desastre?
Olhar para a história ajuda a colocar tudo em perspectiva. A Crise de 1929, por exemplo, foi um ponto de virada dramático na economia mundial. A quebra da bolsa de Nova York arrastou bancos, empresas e governos para um abismo econômico que levou anos para ser superado. O impacto foi devastador. Milhões perderam empregos, economias nacionais foram reconfiguradas e o medo se instalou como regra.
Mas nem toda oscilação leva ao caos. Desde então, vivemos outras crises — de petróleo, financeiras, sanitárias — e em todas elas, a bolsa oscilou intensamente. Em muitas dessas situações, os que mantiveram a calma e souberam analisar o cenário com racionalidade conseguiram colher bons frutos.
É que o mercado financeiro reflete expectativas — e expectativa é, por natureza, volátil. Conflitos como o atual em Israel trazem incerteza sobre energia, cadeias de suprimento e estabilidade política. Isso mexe com os preços. Mas também abre espaço para oportunidades. Ativos que estavam valorizados ficam mais baratos. Setores que tradicionalmente se beneficiam de tensões (como defesa, energia e até agronegócio) ganham atenção. É a velha lógica: para cada vendedor apressado, existe um comprador estratégico.
Claro, ninguém gosta de ver seus investimentos despencarem de um dia para o outro. Mas quem observa o mercado com o olhar de longo prazo sabe que a instabilidade é parte do jogo. Mais do que temê-la, é preciso entendê-la — e, quando possível, aproveitá-la.
Afinal, instável não significa ruim. Às vezes, é só o mercado tirando o pó da superfície para revelar oportunidades escondidas.