O cenário global se desenha com um futuro cada vez mais preocupante, e a sensação de que estamos à beira de um conflito de proporções nunca vistas se intensifica. Não se trata de alarmismo, mas de uma análise fria dos fatos. As tensões geopolíticas, antes restritas a focos isolados, agora se espalham como pólvora, ameaçando incendiar o tabuleiro mundial. A iminente Terceira Guerra Mundial, embora ainda não declarada, já projeta sua sombra sobre a economia global, com impactos que se espalham por todo o planeta.

Os impactos econômicos dessa escalada são claros. A guerra entre Rússia e Ucrânia demonstrou como um conflito regional pode desestabilizar mercados globais. A elevação dos preços dos combustíveis, a interrupção de cadeias de suprimentos e a pressão inflacionária foram a ponta do iceberg. Conflitos como o de Israel e Hamas, a disputa entre Venezuela e Guiana, a relação tensa entre Taiwan e China, e até os conflitos internos no Equador, afetam diretamente o comércio, a segurança energética e a estabilidade financeira global. Investidores buscam refúgio, a volatilidade aumenta e a incerteza se torna a única certeza. A geopolítica dita o ritmo da economia, e a conta recai sobre o cidadão.

Por trás dos conflitos, a política mundial se move em um jogo complicado de interesses. Grandes potências buscam reafirmar seu poder, enquanto nações emergentes tentam encontrar seu espaço. Sanções econômicas, disputas comerciais e a corrida armamentista são ferramentas nesse xadrez, onde a diplomacia cede à retórica belicista. Os bastidores são marcados por negociações secretas e a busca por vantagens estratégicas, em detrimento da paz.

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Para o Brasil, os impactos não são menos preocupantes. Nossa economia, vulnerável, sofre com a alta do dólar, inflação importada e dificuldade em atrair investimentos. A dependência de commodities nos expõe a riscos quando os preços caem ou as cadeias de suprimentos são interrompidas. A instabilidade global exige do Brasil uma postura firme e estratégica para proteger seus interesses.

Nesse contexto, a postura do presidente Lula tem sido questionável. Enquanto o mundo enfrenta a iminência de um conflito catastrófico, sua retórica parece desconectada da gravidade da situação. A crítica aos gastos militares e o alerta para um “vácuo de liderança” são válidos, mas a falta de condenação contundente a regimes que ameaçam a paz, como a postura ambígua sobre o programa nuclear iraniano ou a ausência de crítica enfática à agressão russa, levantam dúvidas sobre sua compreensão do papel do Brasil. A defesa do diálogo não pode ser omissão ou falsa neutralidade que beneficia agressores. A insistência em um multilateralismo ineficaz revela uma visão idealizada. O Brasil deveria assumir uma posição mais proativa e menos vacilante, defendendo a democracia e a soberania, e não se limitando a um discurso genérico. A comparação descabida entre o Irã em guerra e o Brasil pós-Bolsonaro, feita pelo presidente, demonstra uma politização perigosa da diplomacia, ignorando a seriedade dos conflitos internacionais para fins de narrativa interna.

A preocupação com o futuro é normal. Ninguém deseja uma Terceira Guerra Mundial. No entanto, a história ensina que tempos de guerra, por mais dolorosos, também são de oportunidades: redefinição de alianças, novas tecnologias, reorganização econômica e fortalecimento de valores. Não se trata de romantizar a tragédia, mas de reconhecer que, em meio ao caos, a resiliência humana e a capacidade de inovação podem encontrar terreno fértil.

 

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