Na quarta-feira (8), a diretoria do Hospital Azambuja e o prefeito de Guabiruba, Valmir Zirke, têm reunião marcada para discutir uma possível parceria entre a unidade hospitalar e o município, para atendimento do Azambuja na cidade. O encontro seria realizado nesta quinta-feira (2) e acabou sendo transferido para a próxima semana.
Segundo o gestor hospitalar do Azambuja, Gilberto Bastiani, há interesse do hospital em firmar uma parceria com o município de Guabiruba, para auxiliar o hospital no município. “Detalhes de como isso ocorrerá e se ocorrerá mesmo, devem ser tratados nessa reunião que acontecerá na próxima quarta-feira”, enfatiza ele.
Atualmente, a população é atendida na cidade pela Associação Hospitalar de Guabiruba, porém o serviço funciona apenas como pronto-atendimento. “Gostaríamos muito que o Azambuja abraçasse o nosso hospital, que aqui fosse uma “perna” do hospital de Brusque, com profissional aqui para atender o internado e as emergências. Temos na cidade muitos clientes do Azambuja Mais, daqui a pouco até consultórios podem ser instalados no hospital para atender esse público”, explica o prefeito.
Cenário atual
De acordo com Zirke, muitas questões precisam ser vistas para que a cidade possa pensar em construir um hospital, por isso, a parceria com o Azambuja seria importante.
“Muitas vezes eu sou questionado, porque em vez de comprar o parque não fiz o hospital. Ninguém mais do que eu gostaria de fazer isso. Digo, porque quando tinha 10, 12 anos fui para a inauguração, o prefeito era o João Barão. Lembro tão bem, porque a minha mãe acabou sendo faxineira depois. Tínhamos maternidade, muitas crianças nasceram aqui. Só que não fui eu que fechei o hospital, e, com o fechamento perdemos o credenciamento do Sistema Único de Saúde – SUS. Digo que a proximidade que temos com Brusque é boa e ao mesmo tempo ruim, pois isso faz com que o governo federal invista no Azambuja. O que o nosso hospital faz hoje é um pronto atendimento. Para construirmos um novo hospital – estávamos na semana passada com a diretoria e com a empresa dos médicos que é de Balneário Camboriú e hoje faz esse atendimento aqui – muitas coisas precisam ser vistas”, detalha.
“Para se ter uma ideia, nós pagamos R$ 130 a hora do médico no hospital de Guabiruba. O município repassa R$ 100 mil todo mês, o que faz com que o local se mantenha aberto. É pedágio, é rifa, mas isso não mantém, porque não temos o SUS”, acrescenta.
Segundo o prefeito, a cada dia novas exigências são feitas. “Agora há uma exigência de ter um laboratório 24 horas lá dentro e um raio x, para manter a porta aberta. Pedi um estudo para saber quantos atendimentos para moradores de Guabiruba são feitos de madrugada no Azambuja: dois. Tirando bombeiro que vai continuar levando para lá e as gestantes, que vão continuar tendo neném lá, então, tem pouco atendimento para manter. Sei que na campanha falei 24 horas, por isso pedi agora um estudo das 7h à meia noite. Vamos esticar o horário, mas sabemos que temos muito para evoluir”, avalia.
Para Zirke, não adianta mais investir no espaço da associação hospitalar. “É pequeno. Estamos perto de um rio e em cima da rua. Se pensar em fazer um hospital novo temos que pensar em outro lugar. Mas antes disso, temos que trazer o SUS e criar uma especialidade aqui no município, para buscar recursos federais. Ver o que Bruque não atende e atender aqui pacientes da região. Se fizesse um hospital hoje seria para quem tem plano de saúde e dinheiro, porque não temos credenciamento do SUS. Tenho certeza que a iniciativa privada ajudaria a construir, mas não é só construir”, declara.
O prefeito conta ainda, que um empresário de Brusque vai abrir um laboratório na cidade. “Um laboratório aqui, não posto de coleta. Podemos abrir o credenciamento para eles também”, adianta.
Sobre o atendimento na Associação Hospitalar atualmente, Zirke diz que após uma solicitação para a empresa responsável a qualidade dos médicos melhorou e as reclamações diminuíram. “As pessoas estão sendo atendidas, mas temos que melhorar e avançar muito mais”, conclui.