Nos últimos dias, leitores do Guabiruba Zeitung entraram em contato com o jornal relatando casos de cães abandonados em suas ruas. A maioria destacou que os casos são comuns, mas que têm aumentado a cada mês. 

A presidente da ONG Protegendo os Animais com Todo o Amor – Pata Guabiruba, Patricia Suave, confirma que os casos têm aumentado e diz que a situação está fugindo do controle. 

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“Nossos lares temporários estão todos super cheios. A situação está incontrolável. Não temos mais onde colocar esses animais. Eu não podia trazer mais para casa, porque eu tive problema de cinomose no final do ano, mas estou tendo que trazer, pois não temos mais onde abrigá-los”, desabafa. 

“Neste momento, só que temos ciência, são mais de 10 cães que estão na rua. Fora o restante que não temos informação”, explica.  

Alguns casos

Patrícia relata alguns casos de abandono e o que é feito para atender a demanda: “No Aymoré temos uma situação com dois cães. A ONG já forneceu medicamentos e ração e tem uma mulher tentando cuidar deles como pode. Além desses, tinha outros dois. Um não vimos mais e outro morreu de cinomose na estrada. Trouxe para casa e enterrei ele”, conta. 

“Temos outro caso na rua Guabirupé, que já mandamos castrar. Uma família está tratando ele, que está vivendo na rua. Como não têm cercado na casa da família, ele acaba ficando na rua. Na última semana, um motorista de um veículo tentou atropelar ele de propósito. Outro caso é de um cão macho, que está andando no Centro. Ele vai para Guabiruba Sul e volta já faz dias. Na rua Lorena temos dois cães também, no começo eu achei que um deles podia ter dono, mas estão abandonados mesmo”, frisa. 

“Outra situação é de um cão preto que está na Igreja Adventista, no Lageado. Ele vive andando pela redondeza e o pessoal, às vezes, dá comida e trata como pode. Também temos a Pipoca, que na última semana causou um fuzuê. Essa cachorra tinha proprietário e como sempre, ele foi embora e deixou ela com mais quatro ou cinco filhotes na casa. A vizinha estava ajudando e tratando eles. Tínhamos conseguido doar alguns filhotes, mas na sexta-feira vieram pessoas para morar na casa e deu a maior confusão, porque queriam que tirassem os cães de qualquer jeito de lá. No domingo, conseguimos doar o último filhote, só que a Pipoca (mãe) está na rua. A castração dela está marcada para quarta-feira e depois vamos ter que deixá-la na clínica até encontrar um lar”, relata. 

“Em abril, tiramos outra cadelinha da rua com filhotes. Providenciamos a castração da mãe e fizemos tudo o que foi necessário. Conseguimos um lar temporário e os filhotes eu trouxe para casa para doar. Dois eu consegui e o terceiro ainda está comigo, pois está muito doente. Já fez vários exames e estamos tentando salvá-lo”, acrescenta Patricia. 

Cavalo

A presidente da Pata também revela o caso de uma égua vítima de maus tratos que foi resgatada na Planície Alta, no início do ano. “Tínhamos recebido denúncia de um cavalo que estava lá para cima da choperia, no meio do mato, sem água e sem comida. Estava pele e osso. A cabeça inchada e a orelha comida pelas bicheiras”, revela. 

“Quando a trouxeram estava super debilitada. Tivemos que comprar todos os medicamentos, vitaminas, injeções, pomadas e soro fisiológico para cuidar dela. Tudo custeado pela Pata. Neste mês, ela teve que cortar os dentes. Um veterinário veio atender. Mais um custo, além da alimentação e remédios”, relata.  

Patricia explica que a égua tinha sido levada para o mato para ser morta. “Essa foi a ideia do ser humano, se é que se pode chamar assim. Ela tem afundamento de crânio, onde deram uma paulada na cabeça. O que provavelmente aconteceu é que ela caiu e desmaiou. Acharam que estava morta e foram embora. Agora, ela está gordinha e com a orelha bem cicatrizada”, ressalta. 

No limite e sem recursos do Poder Público 

A presidente da Pata conta que na sexta-feira (13), ela e outras voluntárias realizaram publicações de desabafo nas redes sociais. “Estamos no limite. Muito cansadas. A gente escuta cada asneira por dia. Nós não recebemos ajuda nenhuma do Poder Público. Dependemos somente dos nossos eventos e as voluntárias, as duas que ainda conseguem fazer algo, não recebem pelo trabalho. Isso é o que mais dói a gente escutar das pessoas, que acham que é o nosso trabalho e ganhamos da Prefeitura. Nós fizemos o possível, voluntariamente, todas têm seus trabalhos”, explica. 

“Já tivemos reunião com o prefeito (Valmir Zirke) e com vereadores, mas disseram que não podem fazer nada este ano. O prefeito simplesmente nos falou que ele esqueceu de colocar no orçamento mensal deste ano. Segundo ele, para o ano que vem vão ver o que podem fazer”, conta. 

O Zeitung entrou em contato com a Prefeitura para verificar a possibilidade de auxílio para a ONG, mas não recebeu resposta até o fechamento da reportagem. 

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