Segundo os relatórios do Barão de Schneeburg, primeiro diretor da Colônia Itajahy (atual Brusque), a primeira leva de colonizadores chegou à Colônia no dia 4 de agosto de 1860 e foi instalada na sede de Brusque. A partir da segunda leva, em 19 de agosto daquele mesmo ano, os imigrantes já passaram a ser instalados em direção ao Rio Guabiruba, e foi ali que iniciou a história de Guabiruba.
A viagem da Alemanha para o Brasil levava em torno de três meses. Da barra do Porto de Itajaí, onde os imigrantes aportavam, até o Barracão dos Imigrantes na Colônia Itajahy-Brusque, o transporte dos colonizadores e seus pertences era feito por embarcações a remo que, rio acima, durava entre 3 e 5 dias. Assim também foi com os colonizadores de Guabiruba que, quando chegaram à colônia, foram instalados no Barracão do Imigrantes (que ficava nas proximidades do atual Clube de Caça e Tiro de Brusque).
Quando eles chegavam, tudo estava por fazer. O trabalho de ocupação das terras era feito em mutirão, também chamada de “pixurum”, com grupos de homens abrindo as picadas, os claros na floresta nativa, derrubando as árvores, delimitando os lotes e neles construindo as primeiras casas provisórias. Eram barracos de chão batido que serviriam como moradia nos primórdios da colônia, feitos de troncos de palmito. Em alguns casos, as frestas das paredes eram fechadas com barro. As folhas de palmeiras eram trançadas para cobertura do barraco e o miolo do palmito servia para o preparo de alimentos com carnes de caça.
E assim, de forma comunitária, os espaços eram preparados para que as famílias dos imigrantes se instalassem provisoriamente. Durante o tempo de preparação do espaço que receberia a família, mulheres e crianças ficavam instaladas no Barracão dos Imigrantes. Na mata virgem, os colonizadores alemães, com suas famílias, plantaram e viveram em plena natureza, isolados de tudo e de todos. A religiosidade foi fundamental para manter a união e a força do povo em inúmeros momentos de provação e, com o passar do tempo, a situação econômica dos imigrantes foi melhorando. Os barracos provisórios foram sendo substituídos por casas de madeira e, em alguns casos, por casas feitas com tijolos. Foram tempos difíceis, e só com muita fé em Deus e união é que as famílias conseguiram suportar aqueles primeiros tempos e prosperar em terras brasileiras.
A origem do nome Guabiruba
O nome Guabiruba foi utilizado, pela primeira vez, pelo Barão Maxmilian von Schneeburg, Diretor da Colônia à época da sua fundação. Outras referências ao nome Guabiruba, também escrito como “Gabiroba” ou “Guabiroba”, são encontradas já nos primeiros mapas da Colônia Itajahy-Brusque.
Apesar de existirem mais versões para a origem do nome, neste artigo – que não tem caráter científico – assumimos a versão de que a origem do nome Guabiruba é uma corruptela do nome da árvore frutífera guabiroba, palavra de origem Guarani que significa árvore de casca amarga. Planta nativa, a guabiroba cresce naturalmente tanto em áreas planas como em encostas de morros, aprecia as proximidades de cursos de água e cresce em abundância na região. O seu tronco pode chegar a 15 metros de altura, e suas frutas são consumíveis. A cidade de Guabiruba é repleta de nascentes e cursos de água, e os pés de guabiroba são facilmente encontrados, tanto nos vales como nas encostas dos morros e montanhas da cidade. A sua floração acontece entre agosto e novembro, por um curto período de tempo, e a maturação dos frutos também é rápida, ocorre entre 15 e 20 dias após a florada. Os frutos – doces, amarelos e em forma de baga – amadureceram logo após a chegada dos primeiros imigrantes alemães e, assim como o miolo do palmito, é possível que também tenham servido de alimento para as famílias dos colonizadores logo após a sua chegada. E assim a árvore emprestou seu nome à cidade, que, entre a população local, é chamada carinhosamente de “Guaba”.