O presidente da Sociedade Pelznickel, Fabiano Siegel, contou na noite de terça-feira (21), na última sessão do ano da Câmara guabirubense, um pouco sobre o surgimento da entidade no município e sobre a edição de 2021 da PelznickelPlatz.
De acordo com ele, mais de 17 mil pessoas passaram pela atração este ano, mas o evento reuniu cerca de 20 mil pessoas. “Muitos entram somente nas mesas (praça de alimentação, apresentações culturais e loja de lembrancinhas). Muitas pessoas vão pra casa sem entrar na atração, uma pena”, avalia.
O presidente agradeceu o auxílio do Poder Público municipal, por meio da Fundação Cultural, da Secretaria de Turismo e Secretaria de Trânsito, que deixaram a rua Nicolau Schaefer com sentido único nos dias da atração. “Falamos muito que a Prefeitura faz um investimento com o valor repassado (R$ 30 mil) e 90% do que é consumido pela organização para o evento é de Guabiruba. Só não compramos aqui o que não tem”, frisa.
Em primeira mão, Fabiano revelou o novo slogan para a PelznickelPlatz, seguindo a sugestão de um diretor de televisão, de um programa em que estiveram no início do mês. Segundo ele, “O Natal mais tradicional do Brasil” deve anunciar as próximas edições do evento.
A história
Siegel falou sobre a história da tradição que começou no ano 300 depois de Cristo, com São Nicolau e que foi trazida para Guabiruba em 1860 na memória dos imigrantes.
Fabiano ressaltou que ouvia muitos comentários dos moradores mais antigos que vivenciaram essa tradição quando crianças, que também ouviam histórias dos seus pais. Ele acredita que a tradição do Pelznickel não tenha se difundido em outros lugares que foram colonizados por europeus, por falta de organização comunitária acerca da cultura ou até mesmo por esquecimento.
O presidente da Sociedade lembrou que em 2005 um único Pelznickel corria na rua São Pedro, e eram muitas crianças, mas eles acreditavam que no próximo ano não haveria a possibilidade de continuar com o sol que fez em 24 de dezembro. Então tiveram a ideia de formar uma sociedade.
“Convidamos o pessoal da Guabiruba Sul, Pomerânia, do Centro e de outros locais e em 2006 já tínhamos 12 Pelznickel para correr. Deu muito certo”, comemorou.
Siegel conta que já em 2012 foram convidados para participar do desfile de natal em Blumenau, mas eram oito dias de desfile e nenhum deles tinha esse tempo disponível. “Nos reunimos em 20 pessoas e não tinha condição de tirar oito dias em dezembro para participar. Aí tivemos a ideia de trazer as pessoas para Guabiruba, assim como existia a casa do papai noel, resolvemos fazer a casa do Pelznickel e fizemos no mesmo ano”, relembra.
Fabiano também conta que onde é o PelznickelPlatz atualmente foram colocados alguns gazebos, e convidaram as suas famílias. Falando em números, concordaram que se tivesse 200 pessoas seria um bom resultado. “Naquele ano passou de 3 mil pessoas. Passamos um pouco de medo, era tudo muito precário, mas vimos que era uma coisa que estava dando muito certo e precisaríamos de mais pessoas. Temos hoje 95 pessoas que trabalharam os seis dias como voluntários”, frisou.
No ano seguinte a Sociedade promoveu dois dias só para crianças de todas as escolas. As crianças queriam visitar o Pelznickel e como em Guabiruba já tinha bastante pessoas de fora, as pessoas queriam conhecer essa tradição. “Com esse trabalho veio o interesse do poder público, e sem essa ajuda não seríamos capazes de fazer o evento que fazemos hoje. O reconhecimento da Câmara como a terra do Pelznickel também foi muito importante para todos nós. Sentimos orgulho em representar a cidade da terra do Pelznickel”, celebra o presidente.
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