Foto: David T Silva

 

Para Luciano Schlindwein, que interpretou o primeiro José da história do Presépio Vivo de Guabiruba, tudo é providência divina. “O homem lá em cima quer que façamos algo e ele nos dá as ferramentas. Com o Presépio Vivo foi assim e ele fecha o período de Natal em Guabiruba com chave de ouro. As pessoas aguardam. As crianças esperam pelas balas. A imagem do presépio traz para as famílias a mensagem do Natal, para que a gente celebre a família. Que isso nunca se perca”, ressalta. 

De acordo com ele, desde a primeira edição do Presépio Vivo sua família acompanha o desfile e ao longo dos anos, a data se tornou uma tradição. “É um evento. Ninguém pode marcar nada para esse dia, pois assistir a passagem do Presépio é uma tradição não só da nossa família, mas de várias na cidade”, ressalta. 

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“Vamos todos para a casa da minha mãe. Ela faz cachorro quente e um bolinho. Dá umas 20 ou 30 pessoas. Iniciamos às 18h e ficamos até umas 22h. É o dia que todos vêm para ver o Presépio Vivo passar e todos vamos lá fora assistir”, descreve. 

Luciano diz que até conceder a entrevista para esta reportagem nunca tinha se dado conta de que ele havia contribuído ativamente para a criação desta tradição familiar. “Nunca tinha me tocado”, diverte-se. 

Ele, que é casado e pai de três filhos, não lembra muitos detalhes da primeira apresentação do Presépio Vivo, mas conta que sua mãe não esqueceu que ele sujou a garagem ao voltar para casa depois de ornamentar o carro que levaria o grupo. “A casa estava limpa e todos se arrumando para a Missa de Natal quando cheguei de moto, todo molhado e sujo, porque tínhamos ido buscar as coisas no mato para enfeitar o Santana. Dia 24 geralmente dava trovoada e levamos um banho!”, recorda. 

O primeiro José também lembra o nervosismo do grupo por fazer algo novo. “A gente estava bem nervoso de representar o presépio, mas a reação das pessoas foi de felicidade ao ver algo que nunca tinha sido feito, algo diferente na nossa rua. O clima de Natal já desperta um sentimento mais familiar nas pessoas, por meio das músicas, da preparação, do pinheiro, do presépio e da ceia. Então, acabamos despertando algo do sentimento de Natal nas famílias. Foi uma motivação a mais”, ressalta. 

“Eu e a Adriana (que interpretou Maria) estávamos muito perto do menino Jesus. Era um momento de representar algo maior. Não era um simples desfile e eu era o José. Acredito que conseguimos tocar o coração de quem nos assistiu”, completa ele, que desde pequeno sempre viveu o Natal em Família. 

 

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