Crédito Foto: Grazielle Guimarães

A primeira sessão de 2020 da Câmara de vereadores de Guabiruba, realizada nesta terça-feira, 4, foi marcada por novas discussões acaloradas a respeito de problemas antigos da comunidade; água e lixo. Apesar do discurso inicial da presidente da casa, Rosita Kohler (PP), que pediu serenidade e cautela ao seus colegas parlamentares, as discussões esquentaram o clima no plenário, e até temas discutidos em grupo do WhatsApp vazaram durante a reunião.

Felipe Eilert dos Santos (PT) abriu as discussões sobre a coleta de lixo, sugerindo que os horários da coleta seletiva sejam fixos, para que os sacos amarelos não fiquem por muito tempo em frente às casas. “Um dia (o caminhão) passou uma e meia da tarde. Outro dia às cinco e meia da manhã”, manifestou. “Um aspecto positivo da nossa cidade é a limpeza das ruas e a presença desses sacos por muito tempo acaba trazendo um efeito anti estético”, pontuou, destacando que o objetivo não é a crítica, mas a sugestão, visto que é normal um serviço novo demandar ajustes.

Outro pedido do vereador, é para que o lixo orgânico não fique acumulado em um ponto só. “Diferente da Recicle, a empresa está acumulando os sacos de lixo de algumas residências em um ponto só. Tiram do cesto, do tonel de lixo e juntam na frente de uma residência. O que acontece? O líquido é vazado. É um resíduo orgânico, sujo, que traz uma questão higiênica”, enfatizou ele, sugerindo que o lixo seja retirado dos locais e colocado direto nos caminhões, não juntando em pontos específicos.

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Haliton Kormann (MDB) embasou as reclamações que recebe dos guabirubenses com as reportagens apresentadas na última edição do Guabiruba Zeitung. “Quando alguém vem reclamar da água para mim eu sempre pergunto se era assim antes e o que mudou, a maioria me fala, ‘vereador, com a Casan era ruim, mas agora está muito pior’. Nosso povo não pode ficar por anos esperando isso se resolver, por isso a importância da gente, como representantes do povo, enviar um requerimento ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que passe uma previsão de solução para esse problema”, defendeu.

Haliton também comentou o problema com moscas em residências próximo ao Transbordo de Lixo. “Eu moro próximo ao transbordo e posso afirmar, tem moscas. Meu cunhado colocou veneno semelhante ao apresentado na reportagem do Guabiruba Zeitung e em meia hora estava preto de moscas. Eu não me importo com isso, mas me preocupo com as  crianças da creche que estudam ali próximo”, enfatizou.

O líder do governo na Câmara, Cristiano Kormann (PP), pediu uma parte da fala de Haliton Kormann para contestar a reportagem do jornal a respeito dos problemas com moscas. “Hoje eu conversei com o secretário de educação, Fred Nagel, ele foi até a creche, conversou com as merendeiras, passou um dia lá e não viu moscas nem escutou reclamações por parte dos funcionários”, defendeu.

Conversas do WhatsApp expostas

Em sua fala na tribuna, Harri Westarb Neto (DEM) expôs o que já vem comentando há algum tempo na Câmara e, agora, também em suas redes sociais. “Quando coloquei sobre os problemas enfrentados na minha rua e no meu bairro em minhas redes sociais, o vereador Cristiano Kormann me mandou uma indireta no grupo da Câmara, falando que já tinha vereador em campanha para a eleição deste ano. Eu só coloquei em minhas redes sociais o que venho falando aqui por três anos. Para que a comunidade tenha consciência do que ocorre nesta casa”, enfatizou.

Entre as reclamações apresentadas pelo parlamentar está a necessidade de patrolamento, areiamento e roçada das ruas; Ernesto Pühler e Cristina Albrecht,  além do nivelamento das lajotas nas imediações da Igreja Luterana, na rua Holstein, todas as vias situadas no bairro Holstein.

Jaime Luiz Nuss (MDB), líder da oposição, também evidenciou os problemas enfrentados pela comunidade. “O prefeito deveria ter visto que a empresa atual não iria conseguir produzir água suficiente antes de tirar a Casan. O prefeito Matias e a administração atual tem que resolver essa situação. Isso se trata de um problema de saúde pública. Muitos moradores de Guabiruba não têm dinheiro para comprar galões de água e fazer um poço artesiano”, salientou.

Jaime Nuss completou afirmando ainda que, “não basta simplesmente a prefeitura chegar e dizer que a empresa atual não consegue produzir a mesma quantidade de água que a anterior. O problema das calçadas não é do morador, é da prefeitura que não fiscaliza. A má qualidade da água não é culpa da concessionária, é da prefeitura. Os problemas com o lixo são de responsabilidade da prefeitura”, enfatizou.

Por fim, o vereador Waldemiro Dalbosco (PP), comentou sobre a visita que fez junto com o prefeito Matias Kohler ao Tribunal de Contas do Estado, em Florianópolis. “O processo está no terceiro conselheiro, fomos a diversos gabinetes para praticamente implorar para que esse parecer vá a plenário, em todas as oportunidades foram esplanadas a calamitosa situação de Guabiruba, fomos até o presidente do tribunal, implorando por uma definição. O prefeito Matias deixou claro que não quer que votem a favor ou contra, mas que vá a plenário e defina a situação. Temos que pressionar o Tribunal de Contas para que diga sim ou diga não. 

Ordem do dia

Foi baixado para as Comissões de Legislação, Justiça e Redação Final e Finanças e Orçamento o Projeto de Lei Ordinária nº 01/2020 do Executivo, que “Autoriza o Executivo municipal a conceder auxílio financeiro às organizações da sociedade civil que menciona”.

Aprovado requerimento de N° 01/2020 de autoria dos vereadores Haliton Teodoro Kormann, Harri Westarb Neto, Jaime Luiz Nuss E Vilmar Gums, que requerem à Presidência da Câmara Municipal, para que se digne convidar o Senhor Ernesto Wippel, Presidente da Associação para o Desenvolvimento Rural de Guabiruba – ADERG, com a finalidade de prestar esclarecimentos sobre o uso de equipamentos e maquinários na coleta de milho dos associados durante o período de férias coletivas, conforme denúncia divulgada nas redes sociais.

Com alterações no texto, foi aprovado o requerimento Nº 02/2020 assinado por todos os parlamentares da casa, que requerem à Administração Municipal, para que se digne prestar maiores esclarecimentos sobre a péssima qualidade da água distribuída aos consumidores de Guabiruba, por meio da empresa Atlantis, contratada em caráter emergencial.

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