Rafael Maffezzolli 

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Rafael Maffezzolli é diretor executivo na Maffezzolli & Consultores Associados, que conta com três escritórios em Santa Catarina e 10 anos de atuação. Dezenas de empresas já passaram pelas suas mãos, entre elas, muitas guabirubenses. Atualmente, Rafael ajuda a gerir mais de meio bilhão de reais por ano, de receita dos clientes, sendo que sua expertise é totalmente direcionada para a melhoria de performance das empresas.

Rafael é engenheiro de produção e possui MBA em Controladoria e Finanças Corporativas. É especialista em Turnaround Management e membro da TMA – Turnaround Management Association. Confira abaixo a entrevista que ele concedeu ao Zeitung, onde fala sobre o cenário econômico de Guabiruba e do país.

 

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Uma de suas áreas de atuação consiste em transformar empresas que estão com problemas de gestão em empresas lucrativas. Como você atende também o mercado de Guabiruba, é possível traçar um perfil das empresas da cidade que precisam de ajuda?

Como a cidade tem um grande número de empresas do setor têxtil, normalmente, essas são as empresas que mais tem nos procurado, mas não é regra. Os principais sinais que uma empresa apresenta geralmente são: insuficiência de geração de caixa para cumprir com suas obrigações, queda de receita, perda de vantagem competitiva, aumento do endividamento, redução de liquidez, entre outros. Esses sinais por diversas vezes vão se apresentando e desencadeando uma série de problemas na organização.

Há estudiosos que acreditam que Guabiruba começou a se desenvolver economicamente, entre outros fatores, após a falência das grandes indústrias de Brusque, que teria “forçado” os trabalhadores a empreender. Como você avalia esta questão?

Acredito fortemente nisso. Visto que muitos de nossos clientes, iniciaram suas jornadas de trabalho há 30, 40 anos atrás nas grandes indústrias que existiam na região. Aprenderam os ofícios e técnicas produtivas e com o tempo decidiram empreender. Esse é um motivo que também precisa de atenção, pois muitos empreendedores hoje entendem perfeitamente das operações de suas empresas, pela vasta experiência que possuem, porém, em relação a gestão sentem dificuldades. 

 

Guabiruba tem mais de 80% da sua economia voltada ao setor têxtil. Esse cenário é mais favorável ou preocupante?

O setor têxtil sempre foi o que mais se despontou na região, trazendo consigo muitos outros negócios indiretos que formam a economia do município. É importante olhar por dois aspectos: o positivo, em que a região se torna referência em nível nacional no setor e tem que usar isso a seu favor, como exemplo o Núcleo de Fabricantes de Toalhas da ACIBR (que possui empresas de Guabiruba também), que criaram o Vale das Toalhas como uma marca coletiva. O aspecto negativo, é que a região fica muito suscetível às oscilações do mercado como um todo, exemplo da crise do algodão em 2010, em que as empresas sentiram um grande impacto.

 

Para reestruturar e melhorar a performance de empresas, quais metodologias você utiliza?

Sempre buscamos compreender a empresa como um todo, por isso, iniciamos pelo mapeamento da situação atual, como sempre mencionamos o financeiro é o reflexo de todas as ações tomadas dentro da organização. Começamos analisando os números e identificando as falhas que existem na empresa, independente dos setores. Posteriormente, traçamos um plano de reestruturação que contempla objetivos, metas, indicadores e ações para cada setor. E mantemos o acompanhamento para corrigir o que foge ao planejado e agir rapidamente.

Guabiruba conta com diversas empresas familiares. Qual o segredo para uma boa gestão dos negócios neste casos?

Nesses casos é de suma importância a comunicação entre todos, e deixar bem claro as atribuições de cada um dentro da organização. É importante saber que enquanto colaborador da empresa, mesmo sendo membro da família, cada um desempenha um papel dentro da organização, e precisa prezar para o bom andamento da mesma. Como sócio/família, vai usufruir dos dividendos, caso essa permita.

 

Se pudesse dar uma dica aos empreendedores que estão no início de suas carreiras, o que você diria?

Estude bastante a área em que você está inserido, e aprenda muito sobre gestão. Não adianta saber apenas o operacional, uma empresa é composta por muito mais elementos do que máquinas.

A sua demanda de trabalho na região aumentou com a pandemia?

Sim. Muitas empresas nos procuraram para ajudá-las a passar por esse momento, mas também muitas organizações que estão buscando se preparar para um crescimento sólido pós-pandemia.

 

Como você avalia a economia brasileira hoje e em médio prazo?

Como reestruturador e tendo acesso a muitas informações com colegas de profissão, estamos em um momento de incertezas. Os fatores crise sanitária e políticas públicas interferem diretamente no cenário das empresas. Então, prevemos uma leve melhora nos próximos meses, porém, isso tudo pode mudar de acordo com decisões públicas ou agravamento da Covid-19.

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