Crédito: Suelen Cerbaro/Guabiruba Zeitung

2015 dificilmente será esquecido por Salete Expedita Chaves, de 53 anos, ano em que ela sentiu uma bolinha, semelhante à picada de inseto, em sua mama direita. De início, a moradora do bairro São Pedro, na localidade do Holstein, não deu muita importância ao ocorrido. “Como aqui onde eu moro tem muito mosquito, achei que algum tinha me picado”.

Ela então viajou a Fraiburgo para visitar o irmão que também enfrentava um câncer em estado mais avançado. Quando retornou, foi fazer o exame preventivo de rotina. “Foi quando a enfermeira fez o exame de toque de mama e me questionou quando foi a minha última mamografia, eu respondi: ‘não fiz nem a primeira, ainda’”.

Quando descobriu a doença, Salete tinha 49 anos, o exame de mamografia é recomendado pelo Ministério da Saúde para mulheres entre 50 e 69 anos de idade. Para as que estão em grupo de risco a recomendação é à partir dos 35 anos, com intervalo de no máximo dois anos entre os exames.

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A doença foi descoberta pela dona de casa no final de julho. Em agosto, ela já tinha feito a mastectomia, retirada completa da mama. Além da cirurgia, precisou passar pela quimio e radioterapia, ficando totalmente livre do câncer. Para ela, o processo foi tranquilo, sempre com muita confiança. “Eu nunca tive medo de nada. Quem me conhece, sabe. Eu sou sempre alegre. Quem teve o baque maior foi a minha filha”, conta Salete.

O câncer é uma doença que afeta tanto quem é diagnosticado quanto quem está ao redor, como família e amigos, muito pela impotência em solucionar a doença que exige um tratamento longo e muitas vezes exaustivo. “Eu não sentia nada, mas quem me acompanhava sim. A reação de quem me acompanhava era doída. Minha filha ficou muito preocupada”, conta.

Salete chegou a perder os cabelos, mas não a alegria de viver. Também optou por não reconstruir a mama. “Já cortei duas vezes o meu cabelo depois que ele nasceu novamente. E agora eu sigo fazendo os exames preventivos, todos em dia, isso é muito importante. Não quis colocar a prótese e sigo tranquila assim, tive medo de que a doença voltasse”, explica.

Com o diagnóstico precoce, as chances de cura e eficiência dos medicamentos são ainda maiores. A Coordenadora da Atenção Básica da secretaria de saúde, Michele Cabreira da Rosa, explica que os tratamentos e necessidades cirúrgicas variam conforme o diagnóstico. “O tratamento vai ser de acordo com o estágio da patologia em si. O médico irá avaliar e definir qual a melhor opção no tratamento”, explica.

Em Guabiruba são realizadas cerca de 20 mamografias e ultrassonografia de mamas por mês. Em setembro foram 73 exames preventivo de colo de útero, geralmente realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Quem acompanha de perto o dia a dia de exames de rotina e primeiros diagnósticos são as equipes das UBS’s. Elisangela Tatiana Floriani Batista, 39 anos, atua há cinco anos como agente comunitária na unidade do bairro São Pedro. “Nós trabalhamos mais nas visitas em casa, ou dando algum recado. Sempre buscamos tomar o maior cuidado ao passar alguma informação para o paciente, para que ele não se assuste ou fique preocupado demais”, salienta.

Programação Rosa
Durante o mês de outubro, a Secretaria de Saúde de Guabiruba preparou diversas ações alusivas à campanha para incentivar as mulheres a fazer os exames preventivos e se atentar aos sinais do corpo.

A UBS do bairro Lageado Baixo vai realizar exames preventivos de colo do útero, bem como testes rápidos e consulta com médico, no período das 17h às 21h, entre os dias 9 e 16 deste mês, atendendo mulheres que não têm disponibilidade no horário comercial. Esta ação ocorre também uma vez por mês na unidade do bairro Aymoré, atendendo a esta demanda. Toda a comunidade pode ser atendida por estas UBS’s, mesmo não residindo na comunidade.

“Toda a equipe está integrada ao Outubro Rosa, prestando orientações às mulheres sobre a importância dos exames preventivos, bem como usando laços símbolo da campanha, lembrando a importância das mulheres cuidarem de sua saúde”, explica Michele Cabreira da Rosa.

Além disso, no dia 26 de outubro, ocorrerá uma caminhada alusiva a campanha, com entrega de brindes para os participantes. “Está é a segunda vez que faremos a caminhada, ano passado tivemos um grande número de participantes e por isso decidimos fazer novamente. Sairemos da Policlínica em direção ao bairro Guabiruba Sul relembrando à população sobre a importância da prevenção e cuidado com a saúde”, salienta a secretária de Saúde, Patrícia Heiderscheidt.

O evento é aberto à comunidade e os interessados em participar podem fazer a inscrição nas Unidades Básicas de Saúde para que a organização possa prever o público para sorteios de brindes e lanches.

Por: Grazielle Guimarães / jornalismo@guabirubazeitung.com.br

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